29 de
Junho de 2008 - Amanda Mota - Repórter da
Agência Brasil - Manaus - O superintendente
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) no Amazonas,
Henrique Pereira, defendeu o incentivo, o fomento
e o desenvolvimento da atividade pesqueira no estado
em bases sustentáveis e harmônicas
entre os órgãos públicos envolvidos
no processo, sobretudo entre o Ministério
do Meio Ambiente, por meio do Ibama, e a Secretaria
Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap).
De acordo com Pereira, é
preciso consolidar o ordenamento pesqueiro da região
e, por isso, Ibama e Seap continuam mantendo diálogos
que devem contribuir para o trabalho conjunto, de
forma que as políticas de fomento se dêem
ao mesmo tempo que as medidas ambientais que protegem
o recurso que é alvo dessa atividade econômica.
"Não dá para
as políticas desses órgãos
se chocarem uma com a outra, porque terão
ações fracassadas. No caso dos recursos
pesqueiros, há uma ação preponderante
dos órgãos federais e uma característica
ecológica peculiar desse recurso, que é
o fato de os peixes migrarem de um lugar para outro.
Do Amazonas podem chegar ao Pará, por exemplo",
afirmou Pereira.
Segundo Pereira, o manejo do pirarucu
no estado mostra o resultado do diálogo entre
Seap e Ibama e é um importante passo na questão
do ordenamento pesqueiro. "Aqui existem políticas
de incentivo para captura da espécie, mas
dentro do contexto de uma pesca sob regime de manejo”,
disse ele.
Com isso, acrescentou, pode-se
aumentar o esforço para captura do pirarucu,
mas fazendo com ocorra em período adequado
e em áreas protegidas, nas quantidades adequadas.
“As outras políticas públicas entram
para desenvolver a capacitação, formação
e organização das instituições
dos pescadores e para articular apoio logístico
a essa atividade como locais para armazenamento,
melhorias dos barcos e segurança alimentar."
Pereira fez as afirmações
ao participar, em Manaus, do seminário Efetivando
Políticas Públicas para a Pesca, que
reuniu, na semana passada, pescadores de 25 municípios
amazonenses. Eles discutiram as bases para consolidação
do ordenamento pesqueiro no Amazonas e os rumos
que devem ser seguidos para alcançar uma
produção sustentável de pescado
na região.
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Pescadores do Amazonas discutem
consolidação do ordenamento pesqueiro
29 de Junho de 2008 - Amanda Mota
- Repórter da Agência Brasil - Manaus
- As bases para consolidação do ordenamento
pesqueiro no Amazonas e os rumos que devem ser seguidos
para alcançar uma produção
sustentável de pescado na região foram
discutidas na semana passada por pescadores de 25
municípios do estado.
Eles apontaram, durante encontro
em Manaus, as principais necessidades da categoria:
qualificação das lideranças
nas áreas de organização sócio-política
e comunitária, alfabetização
e inclusão digital dos pescadores e participação
em cursos de capacitação sobre beneficiamento
do pescado, criação de peixes, conservação
e manejo pesqueiro.
Durante o seminário Efetivando
Políticas Públicas para a Pesca, definiu-se
a criação da Comissão de Articulação
para Políticas Públicas da Pesca,
que será integrada por representantes de
colônias de pescadores de diversos municípios
amazonenses, como Tefé, Careiro da Várzea,
Tabatinga, Santa Izabel do Rio Negro e Parintins.
Segundo o coordenador do projeto
Sou Pescador, Jonas Araújo, inicialmente,
a comissão funcionará como articuladora
de todo o processo nos órgãos governamentais
da região. “A idéia é trabalhar
diretamente com os pescadores para superar as dificuldades
que atingem o trabalho deles no Amazonas."
Parte das atividades do Projeto
Sou Pescador, o encontro teve o objetivo de capacitar
profissionais do setor pesqueiro no Amazonas. O
projeto começou em abril, com oficinas temáticas
nas cidades de Manaus, Tabatinga, Itacoatiara, Tefé
e Parintins. Jonas Araújo disse que as oficinas
foram realizadas em municípios escolhidos
estrategicamente, de modo a viabilizar a participação
de pescadores de cidades vizinhas, que também
têm na pesca uma de suas principais atividades
econômicas.
Araújo destacou que o seminário
serviu também para identificar os gargalos
no setor: “Aqui estamos não só identificando
os principais problemas, mas também organizando
materiais que sirvam como carta de recomendação
para os órgãos públicos competentes
sobre o que é possível fazer para
melhorar o ordenamento pesqueiro no Amazonas."
A representante da colônia
de pescadores de Tabatinga, Marxvânia da Silva,
informou que, em sua cidade, que fica a mais de
mil quilômetros de Manaus, as principais dificuldades
relacionam-se à carência da oferta
de gelo para armazenamento do pescado. "Temos
que comprar gelo do país vizinho [Colômbia]
porque o que se vende em Tabatinga não dá
nem para armazenar o peixe que a nossa colônia
pesca."
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)