Em Maio
de 1998, a delegação do Governo Brasileiro
presente à 50ª Reunião Anual
da CBI manifestou interesse na criação
de um Santuário de Baleias no Atlântico
Sul.
Santiago, Chile — Países conservacionistas
decidem evitar constrangimentos diplomáticos
e adiam votações sobre moratória
e Santuário.
Depois de uma semana de reuniões
em Santiago, no Chile, os integrantes da Comissão
Internacional Baleeira (CIB) decidiram evitar constrangimentos
diplomáticos entre países baleeiros
e países conservacionistas, e adiaram as
principais discussões e votações
do encontro - como a manutenção da
moratória à caça comercial
de baleias e a criação do Santuário
de Baleias do Atlântico Sul. Um grupo de trabalho
foi criado para, em um ano, tentar chegar a um consenso.
Mesmo com a decisão de
adiar as votações, a Dinamarca resolveu
colocar na mesa uma votação para conseguir
caçar mais 10 baleias jubartes, animais ameaçados
de extinção, para sua caça
aborígene. A votação veio a
tona e a Dinamarca perdeu por 29 contra 36 votos.
Apesar do constrangimento, os
países conservacionistas - como o Brasil
- decidiram não partir para o confronto e
mantiveram a decisão de não colocar
novos temas para votação.
"O Santuário de Baleias
do Atlântico Sul deveria ser adotado esse
ano", afirma Leandra, coordenadora da campanha
de Baleias do Greenpeace Brasil que participou do
encontro em Santiago.
"No entanto, os países
conservacionistas demonstraram boa-fé no
processo de modernização da CIB ao
concordarem em esperar mais um ano para a sua adoção.
Esse gesto deveria ser acompanhado pelos países
que caçam, por meio de um compromisso de
não caçar no Oceano Antártico.
Esperamos que o Santuário de Baleias do Atlântico
Sul seja adotado na reunião do ano que vem",
afirma Leandra, acrescentando que o Greenpeace acompanhará
as gestões diplomáticas que serão
feitas para conseguir mais países votando
a favor das baleias. "Queremos alcançar
esse objetivo na próxima reunião da
CIB, marcada para a Ilha da Madeira, em 2009."
Para Karen Sack, do Greenpeace
Internacional, também presente ao encontro,
o acordo dos governos para estabelecer um processo
que apoiará a discussão do futuro
da CIB foi bom, "mas os países não
podem esquecer que sua responsabilidade imediata
é com a proteção e o futuro
de todas as espécies de baleias do mundo.
+ Mais
Ativistas do Greenpeace ficarão
mais 10 dias presos no Japão
01 de Julho de 2008 Carne de baleia
obtida pelo Greenpeace no Japão, durante
uma investigação que revelou o contrabando
do produto do navio-fábrica Nisshin Maru,
que participa do programa baleeiro no Santuário
da Antártica.
Aomori, Japão — Enquanto isso, o contrabando
de carne de baleia do programa baleeiro japonês
denunciado por eles continua sem ser investigado.
Uma corte em Aomori, no Japão,
decidiu que os ativistas do Greenpeace que denunciaram
o contrabando de carne de baleia do programa baleeiro
japonês permanecerão sob custódia
sem acusações formais pelo prazo máximo
permitido pela lei - 23 dias.
Junichi Sato e Toru Suzuki foram
presos no dia 20 de junho depois de denunciarem
o contrabando, apesar de terem se oferecido para
cooperar com qualquer investigação
policial e terem submetido comunicados escritos
e assinados sobre a investigação sigilosa
que promoveram para revevar a irregularidade.
Clique aqui e participe da nossa
cyberação pela libertação
dos ativistas. Acesse a seção de Oceanos
e envie uma carta para autoridades japonesas.
Cerca de 190 mil pessoas enviaram
cartas ao governo japonês exigindo a libertação
de Junichi e Toru, e também uma investigação
completa sobre o escândalo denunciado. Protestos
foram realizados em frente a embaixadas japonesas
em 33 cidades em 29 países de todo o mundo.
"Com essa prorrogação
da detenção, Junichi e Toru ficarão
23 dias presos sem acusação formal,
apesar de terem dado à polícia toda
a informação que precisavam. É
mais tempo do que o promotor público de Tóquio
levou investigando a evidência apresentada
pelo Greenpeace de irregularidades no programa baleeiros
japonês", afirma Gerd Leipold, diretor
executivo do Greenpeace Internacional. "As
autoridades no Japão têm que redirecionar
sua energia para investigar os crimes acobertados
pela indústria baleeira e setores do governo,
não o método para expor a evidência
disso."
Em uma mensagem enviada por meio
de seus advogados, Junichi e Toru agradeceram o
apoio recebido.
"Ainda precisamos de sua
ajuda. Ficaremos detidos por mais 10 dias, sem acusações.
Por favor encoragem seus amigos a enviarem cartas
ao governo japonês e continuem acompanhando
as notícias do Greenpeace sobre quais outras
ações que você pode tomar para
assegurar que o contrabando de carne de baleia seja
investigado pelas autoridades."
Os ativistas fazem parte da equipe
do Greenpeace que, ao longo de quatro meses, investigou
denúncias sobre ilegalidades no programa
científico, que estaria sendo usado como
disfarce para a caça comercial. As investigações
resultaram em um dossiê detalhado, entregue
a Procuradoria Pública de Tóquio no
dia 15 de maio, juntamente com uma peça chave
da evidência: a caixa de carne de baleia interceptada
pelos ativistas.
No dia da prisão de Sato
e Suzuki, o escritório do Greenpeace no Japão
foi revistado por mais de 10 horas. Nesse período,
ninguém foi autorizado a usar o telefone
e as conversas entre os funcionários do escritório
foram proibidas. A operação policial
realizada às vésperas da reunião
anual da Comissão Internacional Baleeira
(CIB), que aconteceu no Chile, foi absolutamente
desproporcional à acusação.