Panorama
 
 
 

NOTA SOBRE OS ÍNDICES DE DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

Inpe - 09/07/2008 - Em relação ao atraso na divulgação dos índices de desmatamento da Amazônia do mês de maio, o Ministério da Ciência e Tecnologia vem esclarecer o seguinte:

Desde 1988, o Instituto Nacional de Atividades Espaciais (INPE) mede e divulga as taxas anuais de desmatamento da Floresta Amazônica, por meio do sistema PRODES. Isto é feito utilizando imagens de diversos satélites de monitoramento da superfície terrestre e com técnicas de interpretação de imagens que evoluíram bastante desde então.

O PRODES mede as taxas anuais de corte raso para incrementos superiores a 6,25 hectares. As medidas do PRODES são feitas em meses de boas condições climáticas na Amazônia, em geral de julho a setembro. Por ser mais detalhado e depender das condições climáticas da estação seca para aquisição de imagens livres de nuvens, é feito apenas uma vez por ano, com sua divulgação prevista para dezembro de cada ano.

Diante da necessidade de aprimorar o processo de controle do desmatamento da Amazônia, a partir de 2004, o INPE implantou um novo sistema de monitoramento, denominado sistema DETER, para apoio à fiscalização e controle do desmatamento da Amazônia. Com o DETER, o INPE divulga mensalmente um mapa de Alertas, com áreas maiores que 25 ha. Esses mapas indicam áreas totalmente desmatadas (corte raso) e áreas em processo de desmatamento, porém ambas são computadas igualmente na medida da área desmatada. O DETER contabiliza apenas áreas grandes, e há meses nos quais o monitoramento é prejudicado pela presença de nuvens.

Desta forma, o INPE conta hoje com dois sistemas operacionais, o DETER e o PRODES. Estes dois sistemas são complementares e foram concebidos para atender a diferentes objetivos: O DETER é um instrumento de gestão, mais impreciso, porém de curto prazo, voltado para alertar os agentes responsáveis pelo controle do desmatamento; o PRODES fornece uma informação mais precisa, porém sobre uma situação já consolidada.

Em janeiro de 2008, o INPE verificou que, a partir dos dados do DETER, havia uma tendência de aumento da área desmatada no período de agosto a dezembro de 2007, em comparação com o mesmo período dos anos de 2005 e 2006. Em função da indicação de alta do desmatamento, o INPE produziu resultados mensais do DETER para o período de janeiro a abril de 2008, meses onde tradicionalmente há menor desmatamento na Amazônia, e quando a cobertura de nuvens reduz a capacidade de monitoramento integral do território. Desta forma, os dados apresentados ao governo e à sociedade neste período devem ser vistos como indicações parciais, pois o INPE pôde monitorar apenas parte da região, devido às condições climáticas.

A metodologia utilizada pelo INPE no sistema DETER é a mesma desde 2005. Assim, do ponto de vista científico, a confiabilidade das estimativas não se alterou. No entanto, como as áreas monitoradas variam mensalmente, devido à existência de nuvens, os dados publicados mensalmente pelo INPE podem conter imprecisões e gerar equívocos e dúvidas em sua interpretação.

Para tornar a informação mensal sobre o desmatamento mais precisa, o Ministério da Ciência e Tecnologia determinou ao INPE que fossem feitos estudos de validação e qualificação dos dados, utilizando imagens de outros satélites e dados de campo, aprimorando os métodos científicos e garantindo a confiabilidade e a comparabilidade dos dados. Além disso, o MCT orientou o INPE a aguardar a conclusão desses estudos, de modo a divulgar os índices brutos do DETER de maio juntamente com a análise mais qualificada das informações, embora estes índices já indicassem uma redução na taxa de desmatamento em relação ao mês anterior.

Estes estudos estão em fase de conclusão e serão divulgados pelo INPE na próxima terça-feira, 15 de julho. Para evitar interpretações indevidas, no futuro, o INPE divulgará os índices de desmatamento do DETER assim que forem calculados, deixando para apresentar sua qualificação, quando for feita, em data posterior. O MCT e o INPE estão determinados a continuar aprimorando os métodos científicos para assegurar que a sociedade brasileira receba a melhor informação técnica disponível sobre uma área de grande valia para o desenvolvimento nacional.
Brasília, 09 de julho de 2008
Assessoria de Comunicação do MCT

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Cuxiú-preto está entre as espécies de primatas mais ameaçadas do Brasil

Conservação - 09/07/2008 - Lista vermelha inclui macaco que ocorre no Sudeste do Pará
Mesmo precisando de muito espaço o cuxiú-preto têm capacidade de se adaptar à perda do seu habitat natural
Pesquisas sobre o cuxiú-preto indicam que, mesmo precisando de muito espaço, esses animais têm capacidade de se adaptar à perda do seu habitat natural, provocada pela intervenção humana. Em uma ilha do reservatório de Tucuruí, um grupo de oito macacos vive há 22 anos em uma área de apenas 20 hectares. "Eles têm conseguido sobreviver e se reproduzir em áreas bem menores do que se imaginava possível," diz Liza Veiga, pesquisadora associada do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT), em Belém (PA), que observa o comportamento dos primatas no local desde 2001.

Com circulação cada vez mais restrita - devido à diminuição de seu habitat natural, e se alimentando de muitas flores e, até, de terra de cupinzeiro -, os cuxiús-pretos ainda sobrevivem. Mas, até quando? "O grupo encontrado na ilha em Tucuruí não sobreviverá a longo prazo, pois os cuxiús não têm capacidade de se dispersar."

A espécie Chiropotes satanas, o cuxiú-preto, consta há vários anos na lista vermelha de primatas da União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN). A atualização desta lista, que ocorre a cada quatro anos, será lançada em agosto no 22º Congresso da Sociedade Internacional de Primatologia (IPS), em Edimburgo, na Escócia. As informações da Lista Vermelha, seus índices e indicadores, têm um papel fundamental para avaliar o progresso alcançado nas pesquisas e na situação dos animais.

O trabalho de Liza Veiga, desenvolvido no Museu Goeldi desde outubro de 2007, envolve pesquisa sobre o comportamento, a ecologia e a conservação do cuxiú-preto. As pesquisas são desenvolvidas nas áreas do reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, na chamada Base Quatro, e contam com apoio financeiro da Eletronorte.

Cuxiú-preto

O Chiropotes satanas, popularmente conhecido como cuxiú-preto - por sua pelagem muito escura -, é um dos primatas da região amazônica que está criticamente ameaçado de extinção. As maiores ameaças para a sobrevivência da espécie são a perda e a fragmentação de seu habitat natural e a caça.

Essa espécie de primata é encontrada desde a margem direita do rio Tocantins até os limites orientais e meridionais da floresta Amazônica, no Maranhão. Seus hábitos incluem viver em amplas áreas com deslocamentos diários de até mais de seis quilômetros. "A organização social do cuxiú-preto é chamada fissão-fusão, caracterizada pela formação de grandes grupos que se subdividem em pequenos subgrupos com vários tamanhos que se intercomunicam. Essa subdivisão ocorre em parte de acordo com a disponibilidade espaço-temporal de comida", revela a pesquisadora do Goeldi.

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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