16 de
Julho de 2008 - Juliana Maya - Repórter da
Rádio Nacional da Amazônia - Brasília
- Os carros de passeio deverão sair das montadoras
com selo ambiental. A medida foi anunciada hoje
(16) pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,
em audiência pública na Câmara
dos Deputados, e passa a valer a partir de outubro.
Segundo o ministro, com o selo
o consumidor saberá o quão poluente
é o automóvel antes de comprá-lo,
da mesma maneira que compra uma geladeira consciente
do respectivo consumo de energia.
O lançamento do selo ambiental
acontecerá em São Paulo, no Salão
do Automóvel, informou Minc.
O ministro anunciou para amanhã
(17) a assinatura de duas portarias para acelerar
a liberação das licenças ambientais,
um processo que ele considera muito lento. A medida
foi chamada por Minc de 'destrava Ibama [Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis].
Carlos Minc disse que para combater
o desmatamento governo irá dobrar a oferta
da madeira certificada, e que para cada nova hidrelétrica,
vai haver um parque nacional de preservação.
Para viabilizar todas as medidas
para preservar o meio ambiente, Minc disse que serão
criados dois fundos no dia 1º de agosto: o
Fundo Amazônia e o Fundo Clima.
O Fundo Amazônia será
formado com cerca de US$ 900 milhões em doações,
o equivalente a R$ 1,44 bilhão. Desse total,
US$ 100 milhões serão doados pela
Noruega, em setembro.
Já o Fundo Clima, será
formado por 10% das participações
nos lucros da extração do petróleo
no país para o pagamento de serviços
ambientais e para o apoio a atividades sustentáveis.
Hoje, essa porcentagem, que equivale a R$ 600 milhões,
é destinada apenas a solucionar problemas
ligados ao derramamento de petróleo.
+ Mais
Município fluminense inaugura
serviço de ecotáxis para incentivar
transporte alternativo
17 de Julho de 2008 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - O município de Volta Redonda,
localizado na região do Médio Paraíba
do estado do Rio de Janeiro, comemorou hoje (17)
seus 54 anos com o lançamento do programa
Pedala VR. O projeto faz parte de um programa mais
amplo, o Rio-Estado da Bicicleta, da Secretaria
estadual de Transportes. Durante a solenidade, a
prefeitura também inaugurou o serviço
de ecotáxis, que será realizado com
triciclos.
A idéia do governo é
estender o programa, que incentiva o uso de meios
de transporte não poluentes para deslocamento
da população, como a bicicleta, aos
demais municípios fluminenses, revelou à
Agência Brasil o secretário Júlio
Lopes. “Essa parceria com Volta Redonda é
o que nós queremos fazer com o estado inteiro,
que é implantar alternativas modais de veículos
não motorizados para melhorar a qualidade
da mobilidade das pessoas”.
O projeto contou com recursos
de R$ 3,7 milhões do Ministério das
Cidades. Os recursos estão sendo aplicados
na instalação do sistema cicloviário
de Volta Redonda, que abrange 35 quilômetros
de ciclovias e faixas cicloviárias, além
de bicicletários em toda a cidade. Outras
localidades já estão seguindo o exemplo
de Volta Redonda e se preparam para a contratação
do planejamento no programa Rio-Estado da Bicicleta.
É o caso de Resende, Angra dos Reis, Vassouras
e Niterói, por exemplo, citou Júlio
Lopes.
A prefeitura de Volta Redonda
aproveitou a solenidade, da qual também participou
o ministro das Cidades, Márcio Fortes, para
inaugurar o serviço de ecotáxis. Trata-se
de triciclos usados para transporte público
em 29 cidades da Europa, Estados Unidos e Ásia,
que passarão agora a constituir uma atração
adicional naquele município.
Júlio Lopes salientou que
os triciclos são uma alternativa saudável
de locomoção, porque não poluem
o meio ambiente. Ele acredita que a idéia
poderá ser estendida a todo o Rio de Janeiro.
“Nossa idéia é levar esse tipo de
mobilidade não motorizada para o estado inteiro.
Para as 92 cidades [fluminenses]”.
A viabilização dessa
meta vai depender, segundo Lopes, da agilidade dos
prefeitos. Após o período eleitoral,
ele disse que o processo será retomado. “Já
tem vários prefeitos na fila aguardando recursos
do Ministério das Cidades para fazer os sistemas”,
declarou o secretário.
+ Mais
País pode conciliar produção
de alimentos e de biocombustíveis, diz reitor
da Unicamp
17 de Julho de 2008 - Luana Lourenço
- Enviada especial - Campinas (SP) - Apesar de ser
“o único país que pode conciliar produção
de alimentos com fabricação de biocombustíveis”,
o Brasil precisa de uma política agrícola
consistente para evitar que o aumento da demanda
por cana-de-açúcar para etanol pressione
a redução do cultivo de alimentos.
A avaliação foi feita hoje (17) pelo
engenheiro agrônomo e reitor da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), José Tadeu
Jorge, anfitrião da 60° Reunião
Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC).
“Temos potencial para atender
as duas demandas mundiais: de alimentos e de biocombustíveis.
Na minha avaliação, as oportunidades
para alimentos são melhores que as do etanol,
mas nem precisamos fazer essa escolha. Podemos atender
as duas demandas, desde que haja planejamento”,
argumentou.
Tadeu criticou a “inexistência histórica”
e atual de uma política agrícola que
leve em conta os fundamentos da agricultura, e não
apenas garanta recursos para os produtores. “O que
o Brasil sempre teve foram planos econômicos
para o setor. Isso não é política
agrícola. Não é que não
seja importante, mas precisamos de mais que isso
para dar conta dessa questão de uma possível
competição entre etanol e alimentos”,
apontou.
Uma política agrícola
consistente, segundo Tadeu, deve ser baseada nos
fundamentos da agricultura e fornecer estratégias
de colheita, secagem e resfriagem, beneficiamento
da produção, embalagem, armazenagem,
entre outros.
“Falam em zoneamento, que trata
muito das questões de solo e clima, mas não
contempla todos os fundamentos, deixa de lado necessidades
como mecanização e transportes, por
exemplo”, ponderou.
O reitor da Unicamp frisou que,
sem planejamento, o Brasil corre riscos de ter as
lavouras de alimentos substituídas por cultivo
de cana-de-açúcar. Tadeu justificou
a preocupação com dados do estado
de São Paulo, responsável por 60%
da produção de cana-de-açúcar
no Brasil. Segundo ele, estudos revelam que, entre
2001 e 2006, o cultivo da cana ganhou mais de 1
milhão de hectares de área no estado,
enquanto houve perda de espaço de pastagens
e culturas como feijão, café, arroz,
laranja e banana.
Tadeu afirmou que a idéia,
adotada e divulgada pelo governo, de que é
possível avançar o cultivo de cana
em áreas liberadas de pastagens, a partir
da redução do número de bois
por hectare, é “um sofisma, um argumento
equivocado” se não houver planejamento. “Isso
não vai acontecer naturalmente. A agricultura
é um negócio econômico, precisa
de planejamento e política consistente para
aproveitar as oportunidades.”
Na última terça-feira
(15), também durante a SBPC, o climatologista
do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos
Nobre, criticou a inexistência de uma política
agropecuária no país que limite a
expansão da produção sobre
a Amazônia.
+ Mais
Minc quer R$ 600 milhões
para reduzir impactos do aquecimento global
14 de Julho de 2008 - Luana Lourenço
- Enviada especial - Campinas (SP) - O ministro
do Meio Ambiente, Carlos Minc, voltou a defender
hoje (14) a destinação efetiva de
recursos dos lucros do petróleo para ações
ambientais e anunciou que pretende garantir cerca
de R$ 600 milhões exclusivamente para o Fundo
de Mudança Climática e voltados a
investimentos na redução de emissões
dos gases de efeito estufa e outras ações
de mitigação.
Minc quer que pelo menos 60% dos
10% destinados pela lei do petróleo para
o meio ambiente sejam direcionados para ações
de mitigação de mudanças climáticas.
"A lei do petróleo
prevê que 10% da participação
especial em cima dos lucros do petróleo vá
para o meio ambiente, só que define que isso
vá para a questão ligada ao derramamento
de óleo. Como felizmente não há
derramamento de óleo todo ano, o que realmente
se consegue usar desse dinheiro é 20%; os
outros 80% viram superávit fiscal”, detalhou
hoje (14) durante a 60ª Reunião Anual
da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC).
Segundo Minc, o Fundo de Mudança
Climática será regulamentado no início
de agosto, mesma data de previsão do anúncio
oficial do Fundo Amazônia – com recursos internacionais
para preservação da floresta – prometido
desde a posse de Minc no Ministério do Meio
Ambiente, há cerca de um mês e meio.
O estímulo à redução
de emissões de gases de efeito estufa também
deve chegar ao consumidor brasileiro, segundo Minc.
O ministro prevê para outubro, o início
do que chamou de “etiquetagem” de veículos
novos com informações sobre os índices
de emissão de dióxido de carbono (CO2).
“Além de dizer o quanto
gasta [de combustível], vai informar o quanto
emite [em gases de efeito estufa]. Vai ser um mecanismo
adicional para o consumidor intervir e escolher.”
+ Mais
Reunião da SBPC debaterá
sustentabilidade do etanol e mudanças climáticas
13 de Julho de 2008 - Luana Lourenço
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- O campus da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) receberá de hoje (13) a sexta-feira
(18) cientistas, pesquisadores e estudantes para
debater energia, meio ambiente e tecnologia, temas
da 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC).
Considerado um dos principais
fóruns de debate do país e o maior
encontro de ciência da América Latina,
o encontro da SBPC deverá reunir cerca de
15 mil pessoas, segundo expectativas da organização
do evento. A programação científica
inclui em torno de 300 atividades, entre simpósios,
mesas redondas, minicursos, encontros de sociedades
científicas, assembléias e sessões
especiais.
A sustentabilidade dos biocombustíveis,
principalmente do etanol de cana brasileiro, estará
no centro dos debates da reunião da SBPC.
A política nacional de ciência e tecnologia,
o desenvolvimento sustentável da Amazônia,
a política brasileira de mitigação
e adaptação aos impactos das mudanças
climáticas e a interação entre
educação e ciência também
estão entre os núcleos temáticos.
Além da programação
principal, o encontro agrupa a SBPC Jovem (voltada
para estudantes do ensino básico), a SBPC
Cultural (com manifestações de artistas
da região), a ExpoT&C (com estandes de
empresas e instituições ligadas à
tecnologia e ciência), a Feira do Livro e
a Feira de Artesanato. A Unicamp também abrigará
exposição para celebrar os 20 anos
do programa de Satélites de Recursos Naturais
da Terra (Cbers), parceria entre Brasil e China.
O encontro será aberto
hoje, às 19h, pelo ministro de Ciência
e Tecnologia, Sergio Rezende, pelo presidente do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq), Marco Antonio Zago,
os anfitriões da reunião, Marco Antônio
Raupp, presidente da SBPC, José Tadeu Jorge,
reitor da Unicamp, e outras autoridades.
Os ministros do Meio Ambiente,
Carlos Minc, das Relações Exteriores,
Celso Amorim, e do Esporte, Orlando Silva, participarão
de atividades da reunião da SBPC, ao longo
de semana.
A reunião de Campinas marca
os 60 anos da SBPC, criada em 1948 por um grupo
de cientistas, em resposta à limitação
das atividades do Instituto Butantã (SP)
e aos desmandos políticos sobre os rumos
da ciência. Com forte atuação
política, a SBPC tem participação
ativa na discussão dos rumos da política
científica do país, além de
ser responsável pela nomeação
de representantes em conselhos nacionais e estaduais
ligados à ciência e tecnologia.