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DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA ESTE ANO SERÁ MAIOR DO QUE EM 2007

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

60ª Reunião da SBPC - 17/07/2008 - O diretor Inpe, Gilberto Câmara, conduziu os debates sobre o desmatamento da Amazônia
O desmatamento da região Amazônica este ano será maior do que o registrado nos anos de 2006 e 2007, segundo os dados do Deter. A afirmação foi feita pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Gilberto Câmara, no simpósio Desmatamento na Amazônia: a visão dos diferentes setores da sociedade, realizado na tarde de hoje (17), na 60ª Reunião da SBPC, em Campinas (SP).

Câmara disse que os dados ainda estão sendo coletados e analisados, “mas a queda na taxa de desmatamento verificada nos últimos três anos será interrompida este ano”. Ele explicou que essa taxa se refere ao denominado “corte raso”, que se refere “àquelas áreas nas quais a vegetação foi totalmente eliminada”.

O diretor do Inpe explicou que a polêmica em torno dos números do desmatamento gira em torno da metodologia de interpretação dos dados. As áreas florestais são monitoradas mensalmente. “Quando o satélite detecta o corte de árvores em alguma área, mas a floresta continua em pé, alertamos as autoridades do setor”, diz Câmara.

Ele explica que essa mesma área no monitoramento pode indicar a continuidade da ação devastadora ou não. Todavia, se a derruba prossegue chega à fase que o Inpe denomina de corte raso, ou seja, a degradação total da vegetação com dificuldade ou total possibilidade de reposição da cobertura vegetal. A taxa que apresenta esses números é apresentada uma vez por ano pelo Inpe.

A pesquisadora do Inpe Ana Paula Dutra apresentou no Simpósio as discussões e propostas para a questão do desmatamento resultantes de um encontro realizado em maio último, em Belém. “Lá estiveram os mais variados segmentos e instituições envolvidas na questão ambiental e o que podemos verificar é que as visões sobre essa problemática são tantas quantos são os atores envolvidos”. Para ela, porém, o problema de desmatamento, siga ele o caminho que seguir, desemboca na questão sócio-econômica.

O pesquisador Roberto Araújo Santos Júnior do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) disse acompanhar a questão Amazônica há vários anos e acha também que a solução para o desmatamento é bastante complexa, “e passa pela construção de um novo modelo sócio-econômico”. Para ele, não basta reprimir a ação de madeireiros, pecuaristas, agricultores, industriais e outros atores. “A discussão é muito ampla e perpassa por muitos interesses, se ninguém concordar em ceder uma parte desses interesses não se irá a lugar algum”.
Ubirajara Jr - Assessoria de Comunicação do MCT

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SBPC: Mudanças climáticas e Biodiversidade na Amazônia

60ª Reunião da SBPC - 16/07/2008 - Uma abordagem ampla sobre as mudanças climáticas globais e a biodiversidade na Amazônia foi feita pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Adalberto Luis Val, ontem (15), na conferência Biodiversidade na Amazônia X Mudanças climáticas: causas e conseqüências. A conferência integra a programação da 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em Campinas (SP).

Os indícios apresentados por Val mostram que as mudanças climáticas, que ocorrem em nível regional e global, estão afetando muitos ecossistemas. "Na realidade as mudanças climáticas, que de forma geral incluem mudanças nos regimes de temperatura ambiental, chuva e vento, acarretam secundariamente um vasto conjunto de efeitos biológicos, alguns dos quais acabam, de forma circular, contribuindo com mudanças ambientais regionais que intensificam os efeitos das mudanças climáticas tanto em nível regional como global", aponta.

O diretor do Inpa explica que o aquecimento do ambiente aquático, por exemplo, resulta na migração de algumas espécies de peixes para regiões mais frias. O mesmo, segundo Val, ocorre com as populações de algumas espécies de plantas que se movimentam para altitudes maiores. "Isto é, as espécies de plantas começam a migrar para lugares mais altos em busca das temperaturas mais baixas", disse.

Val destacou como os efeitos das mudanças climáticas podem ser opostos, dependendo da biologia, da capacidade adaptativa e da distribuição e ocorrência das espécies nos diferentes ecossistemas. "A velocidade com que essas mudanças estão ocorrendo é superior a todas as verificadas nos últimos dez mil anos", disse.

De acordo com o diretor, estudos indicam que se as taxas de desmatamento atuais forem mantidas, entre 2% e 8% das espécies desaparecerão nos próximos 25 anos, e pelos menos 30% de toda a diversidade biológica existente no planeta sofrerão algum impacto.
Caroline Soares - Assessoria de Comunicação do Inpa

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Pesquisador do Inpe destaca papel pioneiro do Brasil na resposta às mudanças climáticas

60ª Reunião da SBPC - 15/07/2008 - Para Carlos Nobre as mudanças climáticas são um grande desafio, mas oferecem uma oportunidade única ao Brasil
Embora já tenham provocado sequelas irreversíveis em escala planetária e ameacem seriamente o Brasil, inclusive economicamente, as mudanças climáticas causadas pela ação humana são apontadas pelo engenheiro Carlos Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), como uma oportunidade para o Brasil oferecer um modelo de desenvolvimento inédito à economia mundial. Primeiro brasileiro a conquistar um Nobel da Paz, Carlos Nobre é doutor em meteorologia e, em 2007 foi agraciado por seu trabalho na área ambiental. "As mudanças climáticas são um grande desafio e oferecem uma oportunidade única ao Brasil, que pode tornar-se o primeiro país tropical desenvolvido, se reagir rapidamente diante das escolhas que têm causado mudanças climáticas", avalia.

Para quem vê com ceticismo a relação causal entre industrialização desenfreada e aquecimento global, o cientista responde com números. "Todas as concentrações atmosféricas dos gases de efeito estufa vêm aumentando, tornando o aquecimento futuro inequívoco", disse. Nobre explica que em comparação com as variações dos últimos dez mil anos, o aumento das concentrações desses gases desde a revolução industrial é atípico. "Desde 10000, as concentrações de gás carbônico aumentaram 35%, de óxido nitroso subiram 18% e de metano chegaram a 148%", indica, lançando mão de dados da Organização Meteorológica Mundial.

Desafio

Nobre explica que para estabilizar a emissão desses gases em 2050, deve-se reduzir as emissões de CO2 em aproximadamente 60% a 70% em relação ao que se emite agora. "Ainda assim, já não há como frear alguns processos. A extinção de espécies é inevitável e já está acontecendo", avisa. Na palestra que proferiu nessa terça-feira (15), na Unicamp, e que fez parte da programação da 60ª reunião da SBPC, Nobre mostrou-se preocupado com o impacto do aquecimento global no Brasil.

Além das mudanças dramáticas percebidas no mundo inteiro e na irreversibilidade de alguns estragos ambientais – como o derretimento das geleiras e a extinção certeira dos ursos polares por volta de 2050 – o pesquisador indica conseqüências graves para o Brasil. Impactos severos nos recursos hídricos do Nordeste, desertificação da região semi-árida, destruição da biodiversidade do Cerrado e "savanização" da Amazônia são algumas tendências apontadas pelo cientista e que podem ser esperadas até o final desse século, conforme o atual modelo de desenvolvimento. Na economia, o maior impacto relativo ao aumento de temperatura poderá ser para a soja, com redução de até 60% na área potencial de plantio. Carlos Nobre lembra ainda que as mudanças climáticas globais afetam os mais pobres e o Brasil é vulnerável a elas. "As mudanças climáticas vão aumentar ainda mais as desigualdades e o aumento de preços dos alimentos é um dos sintomas disso", observou.

Se o Brasil é um dos países que mais podem sofrer com efeitos econômicos e sociais do aquecimento global, pode também ganhar destaque se apostar em soluções baseadas em desenvolvimento sustentável, na opinião do cientista. "Temos a vantagem de não precisarmos promover o desmatamento ou nos apoiarmos em combustíveis fósseis para continuar crescendo. Com a nossa capacidade de prosperar com recursos renováveis podemos oferecer ao mundo um modelo inédito de desenvolvimento sustentável e o Brasil pode tornar-se o primeiro país tropical desenvolvido de fato". O que a ciência brasileira pode fazer, conclui Carlos Nobre, é continuar oferecendo soluções para escolhas políticas que privilegiam os recursos renováveis.
Débora Pinheiro - Assessoria de Comunicação do MCT

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Biodiesel abastece Jeeps em festival de Garanhuns (PE)

Biodiesel - 11/07/2008 - O biodiesel abastecerá veículos de trilha que participam, de hoje (11) a domingo (13), do 16º Festival do Jeep de Garanhuns, cidade do Agreste de Pernambuco. O evento reúne cerca de 160 veículos, abastecidos com 20% do biodiesel produzido na Usina Experimental de Produção de Biodiesel de Caetés, município que fica a 257 quilômetros do Recife.

A Usina Experimental é administrada pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene/MCT), que cedeu 500 litros de biodiesel para o abastecimento dos veículos e, também, levará para o evento um motor (B100), que funciona com 100% de biodiesel, para demonstrar a queima do biocombustível.

Os motores dos Jeeps participantes serão avaliados no evento por técnicos do Serviço Nacional da Indústria (Senai), que tem parceria com o Cetene. "O impacto do uso do biocombustível será analisado visualmente, com a checagem do nível de emissão de fumaça pelos carros, e também será avaliado o nível de óleo, para medir possíveis modificações do biodiesel no motor", explica James Melo, pesquisador e gerente da usina.

O 16º Festival do Jeep de Garanhuns será aberto nesta sexta-feira (11), com a realização de inscrições e recepção dos participantes. No sábado, às 12h, os jeepeiros participarão da largada para cumprir a Trilha do Lobisomem, passeio ecológico na zona rural de Garanhuns. No domingo (13), às 9h, será iniciada a 3ª Etapa do Campeonato Pernambucano de Jeep Cross (Indoor).

O Festival do Jeep faz parte da pré-programação do Festival de Inverno de Garanhuns, que esse ano se realiza entre os dias 17 e 26 e está na sua 18ª edição.
Fabiana Galvão - Assessoria de Comunicação do MCT

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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