(16/07/2008)
Estudos apresentados no 12º Congresso Brasileiro
de Arborização Urbana (CBAU), que
teve início nesse domingo (13) e segue até
esta quarta-feira (16) no Tropical Hotel Manaus,
comprovam que cidades arborizadas podem ter uma
diminuição de temperatura de até
8 graus centígrados.
Manaus, que fica próxima
à linha do Equador, no centro de uma planície
amazônica, deveria aproveitar melhor a rica
biodiversidade da Amazônia, que possui cerca
de 3 mil espécies arbóreas identificadas.
Uma dessas já está sendo adotada pela
Prefeitura de Manaus, é o Pau-pretinho (Cenostigma
tocantinum Ducke, família Fabaceae), planta
sobre a qual a Embrapa Amazônia Ocidental
(Manaus-AM) desenvolveu pesquisa sobre a reprodução
de sementes.
O Pau-pretinho vem sendo usado
na arborização de Manaus devido a
suas características favoráveis: tronco
reto; crescimento rápido; copa frondosa,
que proporciona sombreamento eficiente sem a liberação
de grande quantidade de folhas; raízes pouco
agressivas, que não destroem as calçadas.
Por ser espécie nativa da Amazônia,
apresenta baixa suscetibilidade ao ataque de pragas
e doenças, bem como produz flores amarelas
em grande parte do ano, embelezando as vias urbanas.
Estudo realizado pela pesquisadora
Lucinda Carneiro Garcia e pela bolsista do CNPq,
Railma Moraes, mostra mais uma vantagem para a espécie:
expressiva produção de sementes que
podem ser armazenadas por longo período de
tempo. O estudo, sobre a evolução
e comportamento quanto à tolerância
na dessecação das sementes, foi realizado
no laboratório de Sementes da Embrapa em
Manaus.
Insumo básico para formação
de mudas, as sementes devem ser avaliadas sob o
aspecto da longevidade natural, pois nem sempre
é possível o plantio logo após
a coleta. ”Sabe-se que, em algumas espécies
arbóreas, as sementes permanecem viáveis
durante anos após a maturação;
enquanto existem outras que, quando desidratadas,
perdem rapidamente a viabilidade em poucos dias
ou semanas“, explica.
De acordo com a pesquisadora,
a secagem de sementes florestais se faz necessária
para minimizar a ação de microrganismos.
As sementes ortodoxas suportam a desidratação
com teor de água variando entre 5% e 7%,
sem perder a viabilidade. No entanto, quando se
trata de sementes recalcitrantes, a secagem poderá
causar perda de viabilidade, com teor de água
acima 15%. Daí a importância de se
estudar o grau crítico de umidade
para as sementes de espécies arbóreas
tropicais.
Na pesquisa foi constatado que
as sementes de C. tocantinum, mesmo após
passar pelo estresse hídrico de 96 horas
de secagem, atingindo 5,8% de teor de água
ainda permaneceram viáveis, com germinação
superior a 90,0%. Diante desses resultados, pôde-se
verificar que essas sementes poderão ser
classificadas como ortodoxas, considerando que toleraram
a dessecação em níveis muito
baixos de umidade. Sementes ortodoxas são
aquelas que suportam a desidratação
com teor de água variando entre 5% e 7%,
sem, contudo, perder a viabilidade.
Diante dos resultados, pôde-se
observar que o teor de água das sementes
da espécie, após a dessecação,
manteve-se na faixa do “grau de umidade de segurança”.
Conforme os especialistas, esse grau correspondente
à umidade que pode ser atingida com a secagem
sem prejuízos à viabilidade das sementes.
Logo, concluiu-se que as sementes de Pau-pretinho
têm comportamento característico de
semente oxtodoxa, com grau crítico de umidade
abaixo de 5,8% de água e podem ser armazenadas
por longo período
de tempo sem perder a capacidade de germinação.
A importância das árvores
e sua manutenção em ambientes públicos
para a qualidade de vida dos habitantes dos centros
urbanos é o tema principal do evento, que
reúne pesquisadores de várias partes
do mundo.
A Embrapa participa do Congresso
de Arborização com mais oito trabalhos
e exposição em estande de seus serviços
e tecnologias disponíveis para a sociedade.
Maria José Tupinambá (Mtb 114/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
+ Mais
Agroenergia é tema de oficina
que reúne 80 especialistas em Brasília
(11/07/2008) Etanol, biodiesel,
resíduos e florestas plantadas serão
discutidos por 80 especialistas na “Oficina de Portfólio
de Projetos em Agroenergia” realizada de 14 a 16
de julho, em Brasília. O resultado da oficina
irá subsidiar gestores com uma variedade
de projetos para pesquisa no setor de agroenergia.
A oficina é uma parceria
da Rede de Inovação e Prospecção
Tecnológica para o Agronegócio (RIPA)
com a Embrapa Agroenergia, o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
e o Ministério de Ciência e Tecnologia
(MCT). O evento está sendo coordenado pelo
responsável pela criação do
Núcleo Centro-Oeste da RIPA e assessor do
presidente da Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural (EMATER) no Distrito Federal
Leonardo Hamu. “Pretendemos criar um portfólio
de projetos a serem disponibilizados aos tomadores
de decisão, a partir do que os especialistas
em Brasília irão apresentar como demanda
de pesquisa”, explica.
A convergência do projeto
RIPA com a Política Nacional de Agroenergia
(MAPA) e a Política de Agroenergia do MCT
justifica a iniciativa. A partir dos temas etanol,
biodiesel, resíduos e florestas plantadas
serão abordadas três vertentes: o desenvolvimento
de processos e produtos energéticos; o zoneamento
e uso de áreas degradadas para a produção
de agroenergia; e logística e infra-estrutura
de produção. Haverá ainda uma
discussão considerando os aspectos agronômico,
industrial e transversal.
Embrapa discute biocombustíveis
na SBPC 2008 (11/07/2008) Ações do
documento Foto Embrapa
Com o tema Energia, Ambiente e Tecnologia, começa
neste domingo (13), às 19 horas, a 60ª
Reunião Anual da Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência - SBPC. O evento vai
ocorrer no campus da Unicamp, a Universidade Estadual
de Campinas, até dia 18 de julho, no horário
das 10h30 às 19h30, durante a semana.
A programação científica
está dividida em 17 núcleos temáticos,
com foco em ciência, cultura e sociedade.
Um destes núcleos vai discutir o papel da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
- Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, na produção
de biocombustíveis.
O Brasil do futuro e o papel de
uma política sustentável de produção
de biocombustíveis é o tema da conferência
que será proferida pelo diretor-presidente
da Embrapa, Sílvio Crestana, no dia 18, às
10h30. No período da tarde, pesquisadores
da empresa vão realizar mesas-redondas sobre
alimentos e biocombustíveis - pilares de
um novo Brasil e biocombustíveis: novidades
e inovações.
Amazônia, legislação
científica, etanol versus competição
com alimentos, células-tronco e controle
das grandes epidemias no Brasil também são
alguns dos assuntos a serem debatidos durante a
reunião. Serão quase 300 atividades
na programação científica entre
conferências, simpósios, mesas-redondas,
minicursos, apresentação de pôsteres,
encontros de sociedades científicas, assembléias
e sessões especiais.
A Embrapa também terá
um estande, para demonstrar tecnologias das seguintes
unidades: Embrapa Informática Agropecuária,
Embrapa Monitoramento por Satélite (Campinas,
SP); Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP);
Embrapa Instrumentação Agropecuária
(São Carlos, SP); e Embrapa Transferência
de Tecnologia (Brasília).
As soluções em tecnologia
da informação para o agronegócio,
desenvolvidas pela Embrapa Informática Agropecuária
(Campinas, SP), que serão apresentadas à
sociedade são as seguintes:
Agência de Informação
Embrapa
A Agência de Informação
Embrapa conta com oito árvores do conhecimento,
disponíveis para acesso da sociedade: feijão,
banana, manga, agronegócio do leite, espécies
arbóreas da Amazônia, bioma Cerrado,
agricultura e meio ambiente e reprodução
animal.
Trata-se de um sistema na internet
que possibilita a organização, o tratamento,
o armazenamento, a divulgação e o
acesso à informação tecnológica
e ao conhecimento gerados pela Embrapa e outras
instituições de pesquisa. Essas informações
estão organizadas numa estrutura ramificada
em forma de árvore, denominada árvore
do conhecimento, na qual o conhecimento é
organizado de forma hierárquica.
No portal www.agencia.cnptia.embrapa.br,
podem ser encontradas informações
sobre os processos de pré-produção,
como características da espécie, insumos,
manejo do solo e adubação; produção,
abrangendo sistemas de cultivo, irrigação,
doenças e pragas, custos; até a pós-produção,
com dados sobre tecnologia, processamento, transporte,
consumo, mercado etc. As árvores temáticas
apresentam informações sobre biodiversidade,
solo, vegetação, manejo, qualidade
e políticas agroambientais, entre outras.
O usuário também tem acesso a recursos
de informação, como artigos, livros,
arquivos de imagem e som, planilhas eletrônicas
etc., na íntegra.
Agritempo
O Agritempo www.agritempo.gov.br
é um sistema de monitoramento que permite
o acesso, pela internet, às informações
meteorológicas e agrometeorológicas
de diversos municípios e estados brasileiros.
Resultado de parceria entre diversas instituições
nacionais, o Agritempo é um consórcio
que organiza e administra um conjunto de mais de
mil estações meteorológicas
espalhadas pelo País, coordenado pela Embrapa
Informática Agropecuária e pelo Centro
de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas
aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade
Estadual de Campinas - Unicamp.
Os recursos computacionais permitem
consultas à base, geração de
boletins agrometeorológicos, mapas e gráficos.
Além dos dados meteorológicos, o sistema
gera diariamente mais de 800 mapas referentes a
estiagem, evapotranspiração, dias
com chuva para todo o Brasil, entre outros.
Possui um banco de dados diários
de chuvas coletados e acumulados durante cerca de
vinte anos, por 4.800 estações pluviométricas
e 1.300 estações meteorológicas
de um consórcio de parceiros, assegurando
resultados mais eficientes para a elaboração
do zoneamento agrícola. Ainda possibilita
o desenvolvimento de sistemas de alerta para doenças
e identificação de áreas atingidas
por eventos climáticos extremos, como temporais,
geadas, seca, veranicos, entre outros.
Diagnose Virtual
É um sítio na internet
dirigido à área de sanidade animal
e vegetal, que possibilita o diagnóstico
remoto de doenças. Está disponível
um sistema especialista para diagnóstico
de doenças de milho, que permite que agrônomos,
produtores e agentes de extensão rural, entre
outros, diagnostiquem, pela web, doenças
de sua plantação de milho. No segundo
semestre, poderá detectar doenças
no feijão, na soja, no trigo e no tomate
e, futuramente, em sanidade animal.
O sistema possui um módulo
acessado por especialistas, para inserção
de dados relacionados a doenças das plantas
estudadas. Outro módulo está disponível
para o produtor, onde este registra os sintomas
detectados em sua cultura, respondendo questões
colocadas pelo sistema. Por exemplo, em que parte
da planta a doença se manifesta, qual é
a cor e o formato da lesão etc. Dessa forma,
é possível detectar o tipo de doença
e possíveis medidas de controle.
O Diagnose Virtual também
permite que os usuários entrem em contato
com os fitopatologistas da Embrapa, por meio de
correio eletrônico, chat, lista de discussão,
entre outros. O sistema pode ser acessado pelo portal
da Embrapa ou diretamente no endereço: diagnose.cnptia.embrapa.br.
Rede AgroLivre
A Rede de Software Livre para
Agropecuária - Rede AgroLivre contribui para
aumento da oferta de software livre para o agronegócio,
tornando disponível, via internet, vários
produtos de software desenvolvidos pela Embrapa
e instituições parceiras.
Propicia o desenvolvimento colaborativo
de aplicativos na área agropecuária
e de apoio à pesquisa, permite compartilhar
com a comunidade conhecimento em tecnologia da informação
e promove a transferência de conhecimento
e de tecnologia. Objetiva, ainda, a adoção
gradativa de software livre nas áreas técnica
e administrativa da Embrapa, com economia de recursos
financeiros.
Há 19 projetos de software
livre ligados à agropecuária hospedados
no Repositório da Rede AgroLivre repositorio.agrolivre.gov.br,
sendo que 12 estão disponíveis para
acesso público gratuito. Os projetos incluídos
no sítio www.agrolivre.gov.br mais consultados
são Lactus, para cadastro de rebanho leiteiro;
Hipereditor e Hipernavegador, para organização
da informação; “Inspeção
Animal e Gestão Sanitária Municipal”;
“Brams”, sistema de modelagem da atmosfera regional
brasileira; e SOC - software científico para
cálculos estatísticos. O repositório
de software agropecuário visa beneficiar
agricultores, estudantes, instituições
e até mesmo empresas de software.
Sistema e-Sisplam
O objetivo do e-Sisplam (Sistema
de Suporte ao Planejamento e Levantamento Agrícola
Municipal) é auxiliar o planejamento e acompanhamento
de atividades agrícolas em cada município
brasileiro, sendo possível a sua utilização
em áreas delimitadas fisiograficamente como
estado e bacias hidrográficas.
O sistema é utilizado para
identificar o perfil agrícola dos municípios,
suas atividades e tendências econômicas,
a qualidade ambiental e as áreas que necessitam
de investimento, como melhoria da malha viária
para o escoamento da produção local.
Com o diagnóstico da atividade agrícola,
os gestores podem elaborar projetos de desenvolvimento
a partir de dados concretos, e se beneficiarem das
informações para adotar medidas preventivas
na conservação do meio ambiente.
O e-Sisplam processa consultas
em forma de relatórios, sendo os principais:
extrato de área e de valor de produção,
benfeitorias, estrutura fundiária e exploração
animal, mão-de-obra, máquinas e equipamentos,
utilização de tecnologia, planejamento
e organização, e qualidade ambiental.
Uma das vantagens do programa é a estrutura
de controle de acesso a informações,
em que cada município só poderá
visualizar e manipular os seus dados. Contudo, representantes
estaduais podem acessar as informações
de qualquer município de seus estados, mas
não podem atualizá-las.
Nadir Rodrigues