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MINC AVISA A USINEIROS DE PERNAMBUCO QUE NÃO HÁ “INTOCÁVEIS”

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

17 de Julho de 2008 - Luciana Lima - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O tom usado pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, hoje (17) ao se referir aos usineiros de Pernambuco indica que o governo pretende continuar com medidas duras e intensa fiscalização sobre a cultura da cana-de-açúcar no estado. Minc aproveitou a entrevista coletiva na qual anunciou medidas para agilizar o processo de licenciamento ambiental para mandar um recado aos usineiros: “Vai aqui um recado para Pernambuco: Não há intocáveis.”

O alerta foi dado duas semanas depois que o Ministério do Meio Ambiente adotou medidas contra a destruição do bioma Mata Atlântica em Pernambuco. As usinas de cana-de-açúcar foram o principal alvo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Operação Engenho Verde.

“Ninguém teve ainda coragem de desafiar usineiros. Nós aplicamos mais de R$ 120 milhões em multas. Vamos continuar agindo e com mais rigor. Não vai ter moleza”, avisou o ministro.

A Operação Engenho Verde autuou as 24 usinas de cana-de-açúcar de Pernambuco. Em todas elas, o Ibama constatou a inexistência de licença ambiental. Os donos dos engenhos também foram autuados e terão que responder a ação civil pública, para reparação dos danos ambientais, e a representação criminal.

Em decorrência do desmatamento, Pernambuco passou a ser o estado com o menor índice de áreas preservadas do bioma Mata Atlântica. “Enquanto a média nacional é de 8%, o índice pernambucano é de 2,7%. Ou seja, Pernambuco desmatou um terço do quase nada”, criticou Minc.

Outra atividade que receberá atenção redobrada do Ministério do Meio Ambiente será a extração de carvão nas regiões do Pantanal e do cerrado. Carlos Minc disse que não haverá tolerância com os criadores de gado na área da floresta amazônica. “Vamos continuar com as ações de embargo. Os bois não são piratas. Piratas são os corsários que se dizem donos dos bois”, ironizou.

Quanto ao setor elétrico, o ministro foi enfático: “Não haverá nenhuma licença para nenhuma usina que não tenha a adoção de uma reserva ambiental”, afirmou.

Ele enfatizou ainda que o Ibama ficará mais exigente com os estudos de impacto ambiental que são apresentados em todas as áreas. “Os estudos chegavam com péssima qualidade, e a conta caía no colo do nosso quadro técnico. Isso não será mais assim. A orientação, no caso de um estudo de má qualidade, é a de sequer receber e dar número. Se o estudo estiver sem condições, vai voltar para ser refeito. Começa a contar o prazo somente quando houver um estudo em condições adequadas.”

O ministro informou que também serão reformulados os padrões de emissão de gases aceitos pelo Brasil. “Em menos de dois meses, chegarão ao Conama [Conselho Nacional de Meio Ambiente] propostas para tornar mais rigorosos os padrões de emissão. Em relação à emissão de alguns gases e efluentes industriais, como dióxido de enxofre e oxido de nitrogênio, nossos padrões são quatro a cinco vezes mais complacentes que os padrões europeus, por exemplo”, afirmou Minc.

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Fundo Amazônia deve ser criado no início de agosto, garante ministro

15 de Julho de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter da Agência Brasil - Brasília - No dia 1º de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar o decreto de criação do Fundo Amazônia. De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o fundo deve ter um aporte de US$ 900 milhões no primeiro ano, vindo de investidores internacionais e empresas privadas. A criação de um fundo nesses moldes foi anunciada em dezembro do ano passado, quando Marina Silva ainda ocupava o cargo de ministra.

De acordo com Minc, que fez o anúncio sobre a assinatura do decreto hoje (15), já há um grande interesse por parte dos futuros investidores. Ele informou que, além da Noruega, que em setembro deve entrar com o capital de US$ 100 milhões, Alemanha e Suíça também já se mostraram interessadas.

Carlos Minc afirmou que o fundo não será controlado pelo governo, mas por um conselho gestor tripartite, composto pela sociedade civil, governo federal e representantes dos nove governos estaduais que compõem a região da Amazônia. Quem vai abrigar a verba é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No mesmo dia será criado o Fundo Clima, que deve destinar R$ 600 milhões para ações voltadas a mitigar a degradação ambiental e seus efeitos. Também vai ser assinado pelo presidente o pacto socioambiental dos bancos, tanto públicos quanto privados, garantindo que eles não vão financiar projetos ambientalmente insustentáveis.

Antes disso, na próxima terça-feira (22), o presidente Lula vai assinar um decreto regulamentando a Lei dos Crimes Ambientais. Com isso, serão reduzidos os prazos para se recorrer de multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de quatro anos para quatro meses. Com o decreto, o Ibama também terá o poder de perdimento, ou seja, terá "o mesmo poder da Receita Federal” de dar destinação ao material apreendido sem depender de autorização judicial.

Ainda segundo o ministro, devem ser assinados os pactos com o setor madeireiro e de produção de gado. Nos dois casos, as cadeias produtivas se comprometem a combater ações ilegais e que agridam o meio ambiente.

“O maior aliado do ministério [na fiscalização] é o sistema produtivo consciente”, afirmou Minc.

De acordo com ele, para garantir o funcionamento do acordo com o setor madeireiro, para o ano que vem, a pretensão é dobrar a oferta de madeira certificada. “Não há como combater a madeira ilegal se você não oferecer a certificada”, disse.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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