15 de
Julho de 2008 - Ana Luiza Zenker - Repórter
da Agência Brasil - Marcello Casal Jr/Abr
- Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, fala em coletiva sobre os últimos
dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) relativos ao desmatamento na Amazônia
Legal
Brasília - Durante entrevista coletiva em
que analisou os dados apresentados hoje (15) pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou
que as mudanças na metodologia de apresentação
das informações sobre desmatamento,
adotadas pelo Inpe a partir deste mês, vão
possibilitar o fim da queda de braço com
os governadores que questionam os dados.
A nova metodologia qualifica as
áreas onde há alerta de desmatamento
em cinco categorias: floresta não alterada
(onde o satélite indicava, mas não
foi constatado desmatamento), corte raso (onde houve
retirada completa da cobertura original) e três
intensidades de floresta degradada (leve, moderada
e alta).
Minc disse que os dados diferenciados
são “um instrumento de trabalho muito mais
preciso” e ressaltou que, se o governador de Mato
Grosso, Blairo Maggi, por exemplo, reclamava que
as informações estavam todas reunidas
como se fossem um único dado, agora não
haverá mais problemas já que os níveis
de desmatamento estão separados. “Acabou
a guerra com os governadores”, afirmou.
De acordo com o ministro, a mudança
na metodologia foi a responsável pela demora
na divulgação dos dados.
Minc, que amanhã (16) vai
prestar depoimento na Comissão de Agricultura
da Câmara dos Deputados, reafirmou que é
possível aumentar a produção
agropecuária sem desmatar novas áreas,
mas intensificando a produção nos
locais já disponíveis. Contudo, ele
considerou que “hoje, ainda é mais barato
desmatar do que recuperar uma área”.
O ministro afirmou que é
necessário criar mecanismos econômicos
para combater o desmatamento, “para que seja mais
interessante não destruir a Amazônia”.
“Você não resolve
uma questão econômica com polícia,
se resolve uma questão econômica com
incentivo e desincentivo [à produção].”
Entre os desincentivos previstos
pelo ministro, está o corte de crédito
para atividades que não sejam ambientalmente
sustentáveis, que entrou em vigor no dia
1º de julho, e a redução no prazo
para se recorrer às multas aplicadas pelo
Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), que deve ser
oficializada em um decreto que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva vai assinar na terça-feira
(22).