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SOCIOBIODIVERSIDADE UNE CONSUMO SUSTENTÁVEL E RENDA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

17/07/2008 - A produção baseada na diversidade cultural e biológica como um dos principais aliados de produtores familiares e de consumidores em busca de produtos de qualidade compõe a mostra dos artesãos e assentados que participam, em Brasília, até esta sexta-feira (18), do Seminário Nacional das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade. A exposição dá exemplos de como o agroextrativismo sustentável pode ser importante fonte de renda para a agricultura familiar e, ao mesmo tempo, atender a consumidores em busca de produtos originais, criativos e sustentáveis.

Durante o seminário, a agregação de valor e a consolidação de mercados sustentáveis ultrapassaram os temas de reuniões e debates e foram apresentados, também, como resultados. Quem visitar o evento pode ver produtos pouco conhecidos como a semente do baru ou a castanha do cerrado e, ainda, os doces feitos da fruta da cagaita. Do mesmo modo, terá oportunidade de conhecer o algodão agroecológico e riquezas como a uva-do-mato e o sabonete de gabiroba.

Todos esses produtos resultam do manejo do solo baseado nas tradições e na cultura das populações rurais. Outro exemplo é exposto pelas produtoras do assentamento Andalucia, em Nioaque (MS), que confeccionam bolsas de algodão tingidas com fibras e sementes do cerrado. A produção envolve cerca de 30 mulheres da Oficina de Tecelagem Andalúcia, do Centro de Produção, Pesquisa e Captação do Cerrado (CEPPEC) e já está sendo replicada para mais de 20 assentamentos na região.

A presidente do CEPPEC, Rosana Claudina Sampaio, explica que cada bolsa expressa a integração de quatro grupos de artesãs em diferentes tarefas. “Nós temos mulheres que trabalham na coleta da matéria-prima do Cerrado, outras tecem e outras tingem”, conta. Ela ressalta a importância da agregação de valor para a renda das famílias. “Um cacho de banana produzido no assentamento é vendido por R$ 5. Já o artesanato da fibra da bananeira, antes jogada fora, pode render até R$ 200”, exemplifica.

Sabonete de gabiroba

Outro destaque entre os produtos da sociobiodiversidade são os sabonetes feitos com gabiroba, produzidos no Território do Rio Vermelho, na cidade de Goiás. A iniciativa tem como objetivo a pesquisa de plantas medicinais, conhecidas como fitocosméticas, para produção experimental. Por meio da extração do óleo da gabiroba, os produtores familiares e outros integrantes das comunidades locais estão produzindo sabonetes líquidos e xampus desta planta nativa do cerrado, rica em proteínas, carboidratos, niacina, sais minerais e vitaminas do complexo B.

Preservação

A coordenadora da organização não governamental Casa Verde, Mônica Nogueira, destaca a importância das atividades baseadas na sociobiodiversidade para a preservação da riqueza do cerrado. Ela também ressalta a tomada de consciência por parte da sociedade em relação ao tema como forma de garantir as experiências e o conhecimentos das populações tradicionais para o manuseio de riquezas.

Para Mônica, por meio da assessoria técnica e da promoção da diversidade cultural e biológica, as cadeias de produtos da sociobiodiversidade desempenham um importante papel na preservação e, especificamente, na soberania alimentar. “Atualmente, o cerrado tem sido muito ameaçado pelas fronteiras agrícolas do capital transnacional interessado em produzir etanol, soja e eucalipto. A pressão que eles exercem sobre estas comunidades tem resultado em degradação ambiental e perdas culturais significativas. A sociobiodiversidade baseada no agroextrativismo pode, inclusive, ser a resposta para terminar com um processo de incerteza na produção de alimento”.

Renda com a sociobiodiversidade

Além das bolsas entregues aos participantes, feitas de algodão e tingidas com fibras e sementes do Cerrado, no Seminário estão sendo utilizandos blocos de anotações e crachás confeccionados, com fibra da palha da palmeira de babaçu, pelo grupo de quebradeiras de coco babaçu de Lago dos Rodrigues, no Maranhão. Outro detalhe criativo do evento são os copos, que dispensaram a matéria-prima plástico. Todos foram fabricados em cerâmica, em uma pequena olaria da Cidade de Goiás, ou de bambu, talhado por um artesão da Associação dos Produtores da Agricultura Familiar do Bairro Pé da Serra, em Jacupiranga (SP), no Vale do Ribeira.

Os principais objetivos do conjunto de Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade são discutir e validar o Plano Nacional para Promoção dos Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB). Realizado no Centro de Convenções Israel Pinheiro, na Ermida Dom Bosco, o seminário deve estabelecer, também, acordos políticos e arranjos institucionais para a execução das ações deste plano.

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Sociobiodiversidade: geração de renda e preservação ambiental

16/07/2008 - Os produtos da Sociobiodiversidade são o centro das discussões durante quatro dias, em Brasília (DF), no Seminário Nacional das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade: Agregação de Valor e Consolidação de Mercados Sustentáveis. Até sexta-feira (18), será discutida e estabelecida a execução de ações para implementação do Plano Nacional para Promoção dos Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB). O Seminário é promovido pelos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Meio Ambiente (MMA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O MDA já vem trabalhando junto aos agricultores familiares que se dedicam a exploração sustentável de produtos da Sociobiodiversidade como castanha-do-brasil, babaçu, pequi, fibras, farinha/mandioca, entre outros, no sentido de promover o fortalecimento destas cadeias, bem como a consolidação de mercados sustentáveis para estes produtos.

Neste Plano Safra Mais Alimentos 2008/2009, as cadeias de produtos da Sociobiodiversidade serão ainda mais estimuladas com a inclusão na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). Com isso, os agricultores familiares inseridos nestas cadeias têm a garantia de um patamar de preço capaz de remunerar, parcial ou totalmente, os custos de produção.

Além de remunerar os custos de produção, o suporte à comercialização destes produtos reforça o estímulo ao desenvolvimento de processos ambientalmente sustentáveis. Os preços mínimos são estabelecidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com base em estudos técnicos realizados nos locais de produção.

Os agricultores familiares que trabalham com produtos da Sociobiodiversidade contam com três linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf): Agroecologia, Floresta e Eco. A consolidação destas atividades também conta com o suporte da Política de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pnater) do MDA. Essa estratégia permite que os agricultores, apoiados em conhecimentos adequados, utilizem de forma sustentável os recursos naturais que dispõem para gerar renda.

O que são Produtos da Sociobiodiversidade?

São bens e serviços gerados a partir de recursos da biodiversidade local, voltados à formação de cadeias produtivas de interesse dos Povos e Comunidades Tradicionais e de Agricultores Familiares (PCTAF), numa relação harmônica entre si, com sustentabilidade, justiça social e respeito às especificidades culturais e territoriais, que assegurem a manutenção e a valorização de seus laços sociais, suas práticas e saberes, dos direitos decorrentes, da melhoria do ambiente em que vivem e da sua qualidade de vida.

 
 

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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