(22/07/2008)
Diversificação do ambiente pelas plantas,
é o que sugere a horta agroecológica,
instalada na Embrapa Meio-Norte, no município
de Parnaíba, a 348 km de Teresina. Segundo
a pesquisadora Cristina Arzabe, coordenadora do
projeto, a horta consiste em um sistema em que a
diversificação de plantas, naturais
e cultivadas, é o ponto de equilíbrio,
ao contrário do que acontece na agricultura
convencional que utiliza um ambiente com apenas
uma cultura, como, por exemplo, alface.
Outra vantagem da horta agroecológica
é o fato de o manejo manter a diversificação
do ambiente não só pelas plantas cultivadas,
bem como a preservação das plantas
espontâneas. Esse manejo busca o estabelecimento
de ambientes propícios aos inimigos naturais,
insetos predadores ou parasitóides. A vegetação
natural, segundo Cristina Arzabe, forma corredores
que abrigam os predadores, além de permitir
o livre trânsito de várias espécies
entre as áreas nativas.
Funcionários, estagiários
e bolsistas da Unidade, além de visitantes
estão modificando a dieta alimentar com a
incorporação de alimentos orgânicos
repassados à Associação dos
Empregados da Embrapa - AEE. A horta, implementada
no local como unidade demonstrativa, tem uma área
de 1.200 metros quadrados onde são cultivados
cenoura, alface, rúcula, brócolis,
macaxeira, batata-doce, cebolinha, beterraba, berinjela,
couve-flor e quiabo.
O projeto que viabilizou a implantação
da horta vem gerando também publicações
técnicas e institucionais, e eventos, como
palestras, cursos, e dias-de-campo, além
de orientações a estagiários
de graduação. O destaque é
para a Semana do Meio Ambiente, realizada no ano
passado, em praça pública, em Parnaíba,
com barracas, banners, maquete e distribuição
de folders. O foco foi a agroecologia.
O projeto
Financiado pela Fundação
Kelloggs, com sede nos Estados Unidos, esse projeto
nasceu em 2007, sob a coordenação
da Aliança Mandu – Movimento de Articulação
Norte-Piauiense para o Desenvolvimento Sustentável,
um pool formado pela CARE Brasil, Embrapa Meio-Norte,
UFPI e o Instituto Floravida. O objetivo dele é
a educação ambiental não-formal
e o implemento de agriculturas com bases ecológicas
na microrregião de Parnaíba.
Com forte atuação
em onze comunidades dos municípios de Cajueiro
da Praia, Ilha Grande do Piauí, Luis Correia
e Parnaíba, que formam a região litorânea
piauiense, a lógica da Aliança Mandu
é romper com a cultura da pobreza através
da identificação e aproveitamento
racional dos produtos existentes nas áreas.
A juventude está no centro dos processos.
Fernando Sinimbu