Todas
as empresas de fertilizantes localizadas em Paranaguá
estão sendo vistoriadas por técnicos
do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e
do Batalhão de Polícia Ambiental (Força
Verde), que estão verificando as condições
de armazenamento do produto.
Das 12 empresas credenciadas junto
ao Sindicato dos Adubos do Paraná (Sindiadubos)
em Paranaguá, sete já foram fiscalizadas,
sendo quatro autuadas por falta de licenciamento
ambiental e disposição inadequada
de resíduos sólidos a céu aberto.
Ao todo as multas somam R$ 40 mil. O prazo para
o cumprimento das exigências do IAP é
de 30 dias, sendo que após o vencimento,
àquelas que não tiverem implementado
as medidas de disposição e armazenamento
serão embargadas pelo órgão
ambiental.
No último dia 11 de julho,
a empresa Multi Transportes e Armazéns Gerais
foi autuada pelo IAP em R$32 mil devido à
disposição irregular de 10 mil toneladas
de rocha fosfática a céu aberto, causando
ainda deslocamento de terra que desalojou moradores
do entorno da empresa.
Em janeiro deste ano, o presidente
do IAP, Vitor Hugo Burko, assinou a portaria 028/08
que normatiza o armazenamento temporário
das matérias-primas e derivados de fertilizantes.
Entre as exigências a serem cumpridas pelas
empresas estão o armazenamento do produto
em área coberta, impermeabilização
do solo e a instalação de malhas de
drenagem com caixas de contenção.
“Fertilizantes ou adubos são
compostos químicos que podem causar a contaminação
do meio ambiente, além de serem altamente
perigosos para a saúde humana”, afirmou o
presidente do IAP, Vitor Hugo Burko. Os fertilizantes
são utilizados para aumentar a produtividade
da produção agrícola, pelo
fato de suprirem possíveis deficiências
de substâncias fundamentais ao crescimento
dos vegetais.
A chefe do escritório regional
do IAP em Paranaguá, Noele Saborido, explica
que o órgão ambiental deu um prazo
de seis meses para que as empresas de fertilizantes
pudessem implementar as medidas exigidas pela portaria.
“É uma questão de saúde pública,
cumprimento à legislação e
ainda, de preservação do meio ambiente
em uma região formada por importantes ecossistemas
naturais”, destacou Noele. Ela lembra que, devido
ao potencial agrícola paranaense e sua representatividade
no mercado mundial, a movimentação
de cargas de fertilizantes pelo Porto de Paranaguá
é intensa.
“Com o incentivo à agricultura
no Estado, o mercado de fertilizantes cresceu e,
conseqüentemente, a demanda pelos processos
industriais e armazenamento deste produto, mas não
podemos permitir que estas empresas atuem em desconformidade
com a Lei”, enfatizou a chefe do escritório.
Ela também reforçou
a necessidade do armazenamento adequado. “Não
sendo adequadamente produzidos e armazenados, as
partículas de adubos e fertilizantes suspensas
no ar podem desencadear doenças respiratórias
e cardiovasculares. Além disso, causam a
contaminação e eutrofização
(redução de oxigênio e luminosidade
devido ao o excesso de nutrientes) de rios e nascentes”,
esclareceu Noele.
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Parque Estadual de Vila Velha
é a Unidade de Conservação
mais visitada
O Parque Estadual de Vila Velha,
em Ponta Grossa (região dos Campos Gerais),
é área natural protegida mais visitada
do Estado. A cada mês, em torno de 4 mil pessoas
visitam o espaço que preserva um dos mais
frágeis ecossistemas paranaenses, o campo,
além de abrigar um conjunto formado por 23
grandes figuras em arenito - como a Taça,
o Camelo e a Esfinge – esculpidas nas rochas pela
ação da chuva e do vento durante milhares
de anos.
Segundo dados do Instituto Ambiental
do Paraná (IAP), órgão responsável
pela gestão dos parques estaduais, a visitação
aumenta consideravelmente em período de férias.
Em janeiro deste ano foram registrados mais de 8
mil visitas. Até esta sexta-feira (25), 4.484
visitantes conferiram as belezas de Vila Velha.
“O Parque associa lazer e segurança
com conscientização ambiental e além
da notoriedade geológica de seus arenitos,
chama a atenção pela importância
ecológica significativa aos ecossistemas
da região”, destacou o presidente do IAP,
Vitor Hugo Burko, acrescentando que nos limites
do parque estão preservados capões
com mata de araucária e campos nativos. Em
seus campos podem ser encontrados jaguatiricas,
quatis, furão, catetos, veados, tatus, tamanduás-bandeira
e mirins, pica-paus, pombas, perdizes e diversos
outros tipos de aves.
O diretor de Biodiversidade e
Áreas Protegidas do IAP, João Batista
Campos, ressaltou outro atrativo do parque: as furnas.
“São duas crateras abertas no arenito, com
cerca de 100 metros de profundidade cada uma, onde
a água circula por pequenos canais subterrâneos
e abre verdadeiros anfiteatros de pedra no subsolo”,
explicou. Na parte superior das crateras estão
instalados os mirantes, de onde se pode enxergar
o espelho d´água no fundo.
NORMAS DE VISITAÇÃO
- Para proteger os recursos naturais e garantir
a segurança dos freqüentadores, o parque
possui algumas normas para visitação.
Não é permitido alimentar os animais,
fazer fogueiras ou churrascos, nem acampar na área.
Atividades desportivas com caráter competitivo
ou similar (rapel, rally, motocross, corrida de
aventura e outros) que possa incorrer em danos ao
Parque também são proibidas.
Também não é
autorizado o ingresso e a permanência de pessoas
portando armas, materiais ou instrumentos destinados
ao corte, caça e pesca, equipamentos que
causem poluição sonora ou qualquer
atividade que possa provocar prejuízo aos
recursos naturais - com exceção para
procedimentos relacionados a trabalhos de pesquisa,
fiscalização, vigilância e manutenção.
“Qualquer dano promovido pelo visitante o sujeitará
às sanções previstas na legislação
ambiental vigente”, enfatizou o chefe do Departamento
de Unidades de Conservação do IAP,
Marcos Antônio Pinto.
SERVIÇO - O Parque Estadual
de Vila Velha localiza-se na BR 376, km 515. Guias
e monitores se encarregam de acompanhar os visitantes,
que pagam R$ 10 para visitar os Arenitos e R$ 8
para o acesso à Lagoa Dourada e às
Furnas. Crianças de até seis anos
não pagam entrada, enquanto de sete a 14
anos pagam meio ingresso.
O parque funciona de quarta-feira
a segunda-feira das 08h30 às 15h30. Recomenda-se
que os turistas reservem ao menos quatro horas para
conhecer toda a área – duas horas para visitação
aos Arenitos e mais duas horas para Furnas e Lagoa
Dourada. Outra dica para aproveitar o passeio, é
chegar ao Parque ainda no período da manhã
ou logo após o almoço (13h), devido
à extensão do trajeto e tempo necessário
para visitar todos os atrativos.
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Museu de Geologia e Paleontologia
já tem diretor
O Museu de Geologia e Paleontologia
que está sendo implantado pela Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Mineropar
no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa
(região dos Campos Gerais), já conta
com um diretor: o professor e geólogo João
José Bigarella, considerado um dos maiores
especialistas em geologia do Paraná.
O professor vem acompanhado de
perto a montagem da parte expositiva, baseada em
uma ‘linha cronológica’ - do surgimento do
universo à Vila Velha - que irá guiar
o passeio dos visitantes. “Antes mesmo de assumir
a função, em 1o de julho, Bigarella
foi responsável por definir a linha cronológica
que agora está sendo transformada em painéis
e dioramas que contarão a história
da formação de Vila Velha”, disse
o secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues.
O professor também vem
coordenando a coleta de amostras de rochas que ficarão
em exposição. “Não será
como os museus comuns, com pequenas porções
de rocha. Estamos coletando amostras grandes, que
irão facilitar a visualização
das características destes materiais”, destacou
Bigarella, que em seus 64 anos de atividade profissional
já atuou junto a Reinhard Maack, o geólogo
alemão que elaborou o primeiro mapa fito-geográfico
(que localiza os diferentes ecossistemas paranaenses)
e descobriu o Pico do Paraná, por exemplo.
INVESTIMENTOS – Foram investidos
R$ 2,7 milhões na construção
dos três espaços que compõem
o museu, concluídos no começo deste
ano no local onde ficava a antiga piscina. A área
de exposição do museu tem 2,4 mil
metros quadrados, enquanto a área total ocupa
cerca de 4 mil metros quadrados.
Para montagem da parte expositiva,
estão previstos investimentos na ordem de
R$ 3 milhões. O acervo será formado
por 26 painéis explicativos, 17 cenários
tridimensionais (dioramas), três maquetes
e 12 vitrinas. Entre as peças a serem confeccionadas,
estão as réplicas de vulcões
e de animais pré-históricos e paisagens
abordando o aspecto geológico em diferentes
momentos da história. Para concretizar esse
objetivo, serão utilizados recursos típicos
de uma exposição científica.
A implantação do
museu conta também com as parcerias do Instituto
Ambiental do Paraná (IAP), Eco Paraná,
Paraná Turismo, Secretaria de Cultura, Secretaria
de Obras Públicas, além das universidades
estaduais e da Universidade Federal do Paraná
(UFPR).