Panorama
 
 
 

MPF PEDE INQUÉRITO PARA APURAR SE INCÊNDIO EM ALDEIA FOI CRIMINOSO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2008

19 de Julho de 2008 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O Ministério Público Federal, através da Procuradoria Criminal de Niterói, requisitou da Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar se o incêndio que destruiu ontem (18) cinco ocas de índios guaranI, na Praia de Camboinhas, foi criminoso.

A informação é da assessoria de imprensa do MPF no estado do Rio de Janeiro. Os índios vieram de Paraty, no Sul fluminense, e se instalaram em Camboinhas no último mês de abril, em terreno doado por um ambientalista, com o objetivo de preservar o local, considerado um sítio arqueológico.

O representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) das aldeias de Paraty e Angra dos Reis, Cristino Cabreira Machado, reuniu-se hoje (19) com os cerca de 36 índios que compõem a aldeia.

Ele está fazendo um levantamento dos prejuízos, em conjunto com a Procuradoria Jurídica da Funai, para ser encaminhado à direção do órgão, em Brasília, na próxima segunda-feira (21). O objetivo é ver o que pode ser feito para auxiliar os índios com urgência. “Viabilizar até recursos para dar um apoio a eles nesse momento”, disse.

O índio Joaquim Karaí Benite foi o único ferido durante o incêndio. Ele teria se queimado superficialmente ao tentar retirar equipamentos e móveis das ocas, disse Machado.

O representante da Funai confirmou que os índios guarani instalados na Praia de Camboinhas têm recebido ameaças anônimas.

Ainda segundo ele, há pressões, em especial da parte de empresas do mercado imobiliário, contrárias à permanência da aldeia na localidade. Já as associações de moradores se dividem entre apoiar os índios e pedir sua retirada de Camboinhas. “As associações de moradores tradicionais, pessoas que são ribeirinhas, caiçaras, são favoráveis”, observou.

+ Mais

Marinha diz que área ocupada por quilombolas é estratégica

20 de Julho de 2008 - Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O caráter estratégico é o motivo defendido pela Marinha para não ceder aproximadamente um quinto da Ilha da Marambaia aos quilombolas. Localizada na Baía de Sepetiba, área que abriga os principais projetos econômicos do estado, como Porto de Sepetiba e Companhia Siderúrgica do Atlântico, a ilha também está próxima das usinas nucleares de Angra dos Reis.

No local há, inclusive, a possibilidade de que se construa uma futura base de submarinos nucleares. De acordo com o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, almirante de esquadra Álvaro Augusto Dias Monteiro, as novas gerações de submarinos – nucleares ou convencionais – são consideradas decisivas para a segurança nacional e já não podem mais ficar fundeadas na antiga base da Ilha do Mocanguê, próximo à Ponte Rio-Niterói, na Baía de Guanabara.

“Desde que isso [submarino nuclear] seja confirmado como projeto do estado brasileiro, a Baía de Sepetiba é um dos locais adequados à instalação de uma base de submarinos, nucleares ou mesmo convencionais de maior porte. A nossa base atual é dentro da Baía de Guanabara e futuramente pode não ser mais conveniente a permanência de todos esses barcos ali. Para nós, Marambaia é de uma estratégia fundamental”, explicou o militar.

Entre os motivos que tornam a base do Mocanguê obsoleta está a dificuldade de movimentação e saída rápida da Baía de Guanabara, que possui um tráfego intenso de embarcações, além da profundidade menor, tornando um submarino mais vulnerável em caso de ataque.

Segundo o almirante, Sepetiba tem um canal natural com 50 metros de profundidade, o que facilita submersão e movimentação imediata para alto-mar. “Marambaia domina a entrada desse canal, então é preciso preservá-la para que ela possa cumprir esse papel”, destacou Monteiro.

Para ele, se não forem tomados cuidados, a ilha pode atrair um grande número de novos moradores e sofrer um rápido processo de favelização.

“No caso da Ilha Grande e Angra dos Reis, a pressão demográfica foi muito grande e o Poder Público não foi competente para impedir a degradação. Na Marambaia, o ambiente está preservado, tanto pela Marinha quanto pelos moradores. Temo que, se isso for titulado de maneira imprecisa, a comunidade não tenha poder político suficiente para impedir a explosão demográfica”, alertou o militar.

A líder comunitária Vânia Guerra afirma que a demarcação da área como quilombo em nada atrapalharia os planos da Marinha em construir na região uma base de submarinos. “Nós sempre vivemos ali, mesmo antes da Marinha chegar e nunca atrapalhamos em nada.”

+ Mais

Incêndio destrói ocas de aldeia guarani em Niterói

18 de Julho de 2008 - Da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Um incêndio destruiu hoje (18) as ocas da aldeia guarani Tekoá Itarypu, em Camboinhas, em Niterói (RJ), no início da tarde. Poucos índios estavam na aldeia, já que a grande maioria participava de uma reunião na Fundação Nacional do Índio (Funai) ou vendiam artesanato na cidade. Uma índia ficou ferida.

As ocas foram construídas em março, no Sítio Arqueológico de Itaipu, onde os índios acreditam que há no local um cemitério de seus ancestrais.

A presença dos indígenas em Itaipu provocou polêmica entre os moradores do bairro, considerado nobre, e que temiam ter seus imóveis desvalorizados com a presença de uma aldeia indígena.

O Instituto Estadual de Florestas (IEF) determinou que a administração do Parque Estadual da Serra da Tiririca, localizado nas proximidades, dê todo o apoio necessário aos indígenas.

+ Mais

Artistas fazem manifestação pela demarcação de aldeia guarani

25 de Julho de 2008 - Agência Brasil - Rio - Atores de teatro e cinema participam hoje (25), a partir das 11h, em Camboinhas, no Parque Estadual da Tiririca, região oceânica de Niterói (RJ), de ato público em apoio aos índios guaranis instalados no local. Os índios reivindicam a posse da terra. A área abriga cemitários indígenas - sambaquis - o que garante a posse, de acordo com a Constituição.

Há uma semana, a aldeia dos guaranis em Camboinhas sofreu um incêndio criminoso, que está sendo investigado pela Polícia Federal. O fogo destruiu seis ocas e pertences dos índios, como roupas, colchões, comida, instrumentos sagrados, livros e manuscritos dos pajés. O índio Joaquim Karaí Benite chegou a ser internado, com queimaduras de segundo grau.

+ Mais

Índios ameaçam ocupar área incendiada se não houver demarcação

25 de Julho de 2008 - Da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Os índios guarani da tribo Tekoá Itarypu, que tiveram ocas de sua aldeia incendiadas no último dia 18, disseram hoje (25) que, caso não haja a demarcação das terras pela Fundação Nacional do Índio (Funai), em 12 dias, um grupo de cerca de 800 índios vai ocupar a área.

A aldeia fica em Camboinhas, região oceânica de Niterói (RJ). Antes do incêndio, menos de 40 pessoas ocupavam o espaço desde março deste ano.

Para ocupar a área, no Sítio Arqueológico de Itaipu, os índios alegaram que, no local, há um cemitério de seus ancestrais. A presença deles na região gerou polêmica entre os moradores do bairro, considerado nobre. Eles temem ter seus imóveis desvalorizados com o novo assentamento.

O cacique da tribo, Darci Tupã de Oliveira, garante que os próprios índios irão "demarcar" a área, caso a Funai não cumpra o prazo estipulado pelo grupo, “se eles não fizerem em 12 dias, os próprios indígenas terão que fazer a demarcação. Nós vamos cercar o local”, afirmou.
O representante da Funai no Rio, que acompanha o caso, Cristino Machado, disse que a documentação está sendo avaliada. Segundo ele, está sendo elaborado um laudo, para dar prosseguimento no processo de demarcação da terra. Ele garantiu que, na próxima segunda-feira (28), um técnico irá à aldeia avaliar a situação.

O advogado do Centro de Etno-Conhecimento Sócio-Cultural e Ambiental Caueré, Arão da Providência, disse que os índios têm direito de permanecer no local. “Legalmente e juridicamente, os laudos, os registros do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Natural], não deixam nenhuma dúvida quanto à existência de um cemitério indígena no local. Inclusive as peças que foram retiradas dali guarnecem o Museu Nacional de Antropologia de Itaipu. Quem tem que cuidar de terra indígena é indígena, precisamos proteger as culturas originárias. A nossa cultura ainda não morreu”, alegou o advogado.

Hoje (25), um grupo de artistas realizou um ato público em apoio aos índios guaranis. Participaram da manifestação os atores Osmar Prado, Priscila Camargo, Antônio Pitanga, dentre outros. O grupo se comprometeu a apoiar a luta dos indígenas pela demarcação das terras.

+ Mais

Ministro defende titulação coletiva de área ocupada por quilombolas no Rio

20 de Julho de 2008 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Roosewelt Pinheiro/Abr - Brasília - Ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, defende titulação coletiva de área ocupada por quilombolas na Ilha de Marambaia
Rio de Janeiro - O ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, disse que a comunidade remanescente de quilombo da Ilha da Marambaia, no litoral sul fluminense, terá o seu território demarcado. O título, segundo ele, sairá em nome de toda a comunidade e não apenas das famílias.

"Vai sair [a titulação], vai sair”, disse o ministro Edson Santos à Agência Brasil esta semana, ao participar de evento sobre o Mercosul no Rio de Janeiro. "Acho que a titulação será coletiva, não há nada que indique o contrário".

A declaração de Santos contraria o temor da comunidade de que a demarcação, a cargo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), fosse feita em ilhas, abrangendo apenas o terreno da casa dos moradores, muitas de pau-a-pique e sem luz elétrica, deixando de fora áreas comuns.

No início de abril, logo após visita do ministro à ilha, a comunidade divulgou nota criticando a posição dele em relação ao assunto. Pelo documento, Santos teria dito “ser impossível” a posse coletiva da área, o equivalente a um quinto da ilha.

O ministro, no entanto, disse que foi mal-interpretado e defendeu uma demarcação que dê condições de as famílias crescerem e manterem atividades de geração de renda. Enquanto a titulação – parada por determinação da Justiça – não é finalizada, ele promete melhorias no local.

“A Seppir vai coordenar a implementação de serviços de saúde, educação, fornecimento de energia elétrica, ao passo em que vamos fazer entendimentos sobre a delimitação da área da comunidade quilombola.”

A demarcação da Marambaia está parada por conta de divergências judiciais. Na última decisão, a Justiça Federal suspendeu o processo no Incra acatando pedido da União. No caso, o desembargador Sergio Feltrin alegou que os quilombolas poderiam colocar em risco as atividades militares na ilha e o meio ambiente.

Os moradores da Marambaia disputam com a Marinha a demarcação de seu território, que já foi reconhecido pela Fundação Cultural Palmares. Os militares mantêm um centro de treinamento na ilha e defendem o local como estratégico para atividades navais.

Sem consenso, o impasse foi parar na Advocacia-Geral da União (AGU), que ainda não se pronunciou sobre o caso. O procurador responsável pelo processo, Daniel Levy, não foi encontrado para dar declarações.

+ Mais

Mar destrói casas e dunas soterram quarteirões em praia do norte fluminense

24 de Julho de 2008 - Da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O mar continua avançando e destruindo as casas próximas à Praia de Atafona em São João da Barra, na região norte fluminense do estado do Rio de Janeiro.

O fenômeno de erosão marinha ocorre na região há mais de 50 anos. Mas, segundo pesquisas do departamento de Engenharia Cartográfica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), nos últimos meses, a erosão tem se acelerado além do esperado, tendo avançado sete 7 metros. É quase o dobro além da média anual medida desde a década de 50.

Segundo o coordenador da pesquisa em Atafona, professor Gilberto Pessanha, fatores como a diminuição da vazão do Rio Paraíba do Sul, ventos fortes e as marés contribuem para o poder de destruição do mar na região.

"Naquele cenário da foz do Paraíba [onde o rio desemboca], a erosão está em franco desenvolvimento e a velocidade aumentou nos últimos meses. As frentes frias do ano passado e deste ano duraram mais tempo naquela zona costeira, com preocupação grande para a população local a respeito da destruição de casas. No verão deste ano até o inverno, em um período de cinco meses, houve uma aceleração grande. A erosão se deu em torno de sete metros por ano e o que nós havíamos medido recentemente, desde 2000, foi da ordem de 3 a 5 metros por ano”, relatou o pesquisador.

Pessanha conta ainda que a erosão promoveu o turismo na região e despertou a curiosidade da população local que, com freqüência, visita as ruínas. Mas, em alguns trechos da praia, o banho de mar é proibido e perigoso por conta dos escombros de casas. A pesquisa estima que trezentas casas já foram destruídas.

Além do problema do avanço do mar, a área de Atafona sofre também com a invasão das dunas de areia, que, segundo o pesquisador, já soterraram nove quarteirões.

Ele disse que o fenômeno natural em Atafona é complexo. “O agravante na região é que a erosão subtrai as areias da praia e as dunas soterram as construções.”

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.