Desenvolvimento
Sustentável - 05/08/2008 - Os cogumelos comestíveis
da Amazônia, fonte de proteína, já
eram usados por tribos indígenas como os
Yanomami
Foto: Divulgação Ascom/Inpa
Alimento tradicional na culinária japonesa,
os cogumelos comestíveis ainda são
pouco conhecidos na Amazônia, exceto pelas
tribos indígenas, como os Yanomami, que os
consomem como fonte de proteína. Em busca
de mais conhecimento sobre estes fungos, a equipe
da bióloga do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa/MCT), Noemia Kazue Ishikawa,
passou a estudar o cogumelo amazônico Lentinus
strigosus (Kasikoirima, em Yanomami).
Em sua dissertação
de mestrado em Agricultura no Trópico Úmido
do Inpa, Ruby Vargas-Isla mostra que o clima amazônico
contribui para o cultivo desse fungo, uma vez que
a temperatura média de produção
dos principais cogumelos no mundo é de 25ºC.
Desenvolvido na Coordenação
de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos (CPTA) do
Inpa, a pesquisa revelou que o L. strigosus apresentou
bom crescimento a 35ºC, além de resistência
até 45ºC, o que pode viabilizar a produção
de cogumelos (fungicultura) na região. A
fungicultura exige ambiente climatizado, o que acarreta
gastos financeiros e contribui para o aquecimento
global, com a emissão de gás carbônico
(CO²). "O planeta está aquecendo,
e é cada vez mais difícil cultivar
cogumelos. O L. strigosus é um fungo termófilo,
mais resistente ao calor", ressalta a pesquisadora.
E não é apenas a
resistência ao calor que torna este cogumelo
um grande potencial de cultivo comercial. "Relatos
recentes mostram a ação de compostos
isolados do L. strigosus contra o protozoário
parasita da doença de Chagas", diz Rudy.
Existem, também, os benefícios para
a saúde, já que os cogumelos comestíveis
são alimentos funcionais, que unem efeitos
nutricionais a medicinais. Rico em proteína,
sem gordura, o cogumelo é alimento certo
nas dietas.
Risco
A pesquisadora alerta para os riscos de se coletar
o L. strigosus na mata para o consumo sem uma orientação.
De acordo com ela, a diversidade de cogumelos na
Amazônia é grande e pouco conhecida.
Assim, enganos com espécies venenosas podem
ocorrer. O L. strigosus ainda não é
cultivado, nem pode ser encontrado nos supermercados,
mas tem um forte potencial para a fungicultura na
região.
Assessoria de Comunicação do Inpa
+ Mais
Parque Zoobotânico do Goeldi
faz 113 anos
Amazônia - 08/08/2008 -
O Parque Zoobotânico do Museu Emílio
Goeldi completa 113 anos e o aniversário
será comemorado com diversas atividades
O Parque Zoobotânico (PZB) do Museu Paraense
Emílio Goeldi (MPEG/MCT) completa 113 anos
no dia 15 de agosto. O aniversário de um
dos mais disputados espaços de lazer da cidade
de Belém (PA) será comemorado durante
o mês de agosto, com a realização
de diversas atividades lúdico-educativas
sobre o tema "Diversidade: a natureza, a cultura
e as pessoas", além de palestras sobre
a importância do Parque para a conservação
da biodiversidade. Composta por oficinas, trilhas,
contação de estórias e apresentação
de teatro de bonecos, a programação
é destinada aos visitantes do Parque em geral,
com atenção voltada, em particular,
para crianças e adolescentes portadores de
necessidades especiais.
Aberto ao público, o Museu
programou também um ciclo de palestras sobre
o Parque que acontecerá nos dias 28 e 29
de agosto, das 14 às 17 horas, no Auditório
Alexandre Rodrigues Ferreira, à Avenida Magalhães
Barata, 376. O objetivo do evento é apresentar
experiências positivas desenvolvidas em áreas
verdes públicas, discutindo temáticas
como: gestão participativa de áreas
protegidas, manejo do uso público do Parque
Zoobotânico, além da importância
da Coleção Florística do Parque
e a diversidade de plantas ornamentais da Amazônia.
História
Criado em 1895, pelo naturalista suíço
Emílio Goeldi, o Parque Zoobotânico
é tombado como Patrimônio Histórico
Nacional e Estadual. Em seus 5,4 hectares, o Parque
abriga significativa mostra da fauna e flora amazônica.
Sua diversificada vegetação é
composta por 480 espécies botânicas,
na qual se destacam as árvores de grande
porte, como a samaumeira, o visgueiro, o ipê,
que florescem nessa época do ano, além
de espécies ameaçadas de extinção,
dentre as quais o mogno. A fauna livre é
outro atrativo: cotias, garças, guarás,
preguiças e outras espécies da fauna
amazônica convivem livremente com os visitantes.
O jacaré-açu "Alcindo",
as onças-pintadas, os macacos, os quelônios,
além de um novo morador "Irê",
ariranha-macho que chegou para fazer par com "Yara",
são atrações que encantam adultos
e crianças.
Aberto ao público, o Parque
recebe, em média, 200 mil visitantes por
ano, e conta com o Centro de Visitantes, espaço
de informação e de apoio ao público
inaugurado em junho, e com o Núcleo de Visitas
Orientadas ao PZB (NUVOP), responsável pelo
agendamento de visitas de escolas, ambos localizados
no andar térreo da Rocinha. Prédio
símbolo do Museu Goeldi, a Rocinha abriga
exposições de curta e longa duração,
como a mostra "Reencontros: Emílio Goeldi
e o Museu Paraense", que retrata a passagem
do Emílio Goeldi na instituição.
Agência Museu Goeldi