Espaço
construído com apoio da Conservação
Internacional será base e ponto de partida
para uma série de atividades desenvolvidas
junto à comunidade de Itaituba
Belém, PA, 14 de agosto
de 2008 — A Associação dos Amigos
do Parque Nacional da Amazônia (Amiparna)
inaugura, nesta sexta-feira (15), o prédio
onde funcionará a sede da entidade em Itaituba,
município da região oeste do Pará
localizado a cerca de 1.400 quilômetros da
capital, Belém. Com a inauguração
da sede, que marca o início de uma série
de atividades, a Amiparna passa a ter uma base para
o desenvolvimento de suas ações junto
à comunidade. O evento de inauguração
será realizado a partir das 17 horas, com
uma solenidade de descerramento da faixa e coquetel
aos participantes. A partir das 20 horas, será
realizado um jantar com os membros da entidade e
convidados. O evento tem o apoio da Conservação
Internacional (CI-Brasil), através de seu
Programa Amazônia. A construção
da sede recebeu investimentos da ordem de R$ 100
mil, oriundos da parceria entre a Conservação
Internacional e a mineradora Alcoa.
“O Parque Nacional da Amazônia,
apesar de existir desde a década de 1970,
só agora, com os trabalhos de divulgação
e de conscientização realizados pela
Conservação Internacional e pela Amiparna,
vem aos poucos sendo conhecido e valorizado pela
população itaitubense”, explica a
diretora do Núcleo de Desenvolvimento da
Amiparna, Maria Lúcia dos Santos. “Antes
disso, pouco se falava das belezas naturais, do
valor biológico do Parque e da existência
de problemas ambientais, como desmatamento, queimadas,
grilagem, garimpagem e biopirataria, entre outros”.
A gerente do Programa Amazônia
da Conservação Internacional, Renata
Valente, observa que a Amiparna, como uma instituição
local, vem criando estratégias de envolvimento
e sensibilização das comunidades do
entorno do Parque Nacional (Parna) no que diz respeito
à importância da preservação
da sua biodiversidade. “A mobilização
da comunidade e sua capacitação permitiu
formar agentes responsáveis por mudar a maneira
como a população se relacionava com
o Parque. A Amiparna exerce um papel fundamental,
de ser a voz da comunidade e também o seu
agente mobilizador”, explica.
Ações
A Amiparna desenvolve atualmente palestras nas escolas
de Itaituba e oficinas de Educação
Ambiental para os membros e educadores, organiza
visitas monitoradas para a clientela escolar e demais
interessados em conhecer o Parque Nacional (Parna)
da Amazônia e prepara a formação
de uma equipe local de pesquisadores para realizar
um diagnóstico da biodiversidade da área.
Na próxima segunda-feira
(18), a entidade dá início à
implementação do Curso de Condutores
Ambientais para o Parque e em outubro e novembro
deste ano realizará palestras ambientais
nas comunidades do entorno. Também em novembro,
a Amiparna realizará o Planejamento Participativo
de Educação Ambiental para o Parna.
Para 2009, estão previstas reuniões
e palestras nas comunidades e escolas comunitárias
e do município, como parte do projeto de
preservação da ararajuba, ave ameaçada
de extinção e símbolo do parque
cujas cores remetem à bandeira do Brasil.
A criação da Amiparna
está diretamente relacionada a uma Oficina
de Comunicação Comunitária
e de Capacitação em Educação
Ambiental realizada pela Conservação
Internacional, em setembro de 2005, em Itaituba.
O evento também culminou com a criação
do programa de rádio “Sintonia Verde” e com
uma exposição fotográfica com
38 imagens e textos sobre o Parna. Com suporte financeiro
da Alcoa e parceria com Ibama e Proecotur/Ministério
do Meio Ambiente (MMA), a Conservação
Internacional apoiou atividades que visam garantir
a integridade e o manejo adequado dos recursos naturais
do Parna da Amazônia, tais como o início
das obras do Centro de Convivência, a criação
de trilhas interpretativas, a revisão do
plano de manejo e a formação do conselho
consultivo.
Parna
Criado pelo decreto 73.683, de 19 de fevereiro de
1974, com uma área de 1.114.496 hectares,
o Parna da Amazônia está localizado
nos municípios de Maués, Itaituba
e Aveiro, sendo uma das mais antigas unidades de
conservação criadas no Brasil. O Parna
da Amazônia situa-se próximo à
confluência das rodovias BR-163 (Santarém-Cuiabá)
e Transamazônica e tem sua área drenada
pelo rio Tapajós, cujo principal afluente
é o Jamanxim. Está sob influência
das cidades de Itaituba e Trairão, no eixo
da hidrovia do Tapajós-Teles Pires, onde
é possível visualizar extensas áreas
de desmatamento. Outro importante foco de pressão
sobre a unidade está na parte leste, resultado,
principalmente, da extração ilegal
de madeira e da ação garimpeira.
É caracterizado por abrigar
diversos tipos de vegetação e é
considerado um dos lugares mais interessantes para
observação de aves no mundo. Mais
de 400 espécies foram listadas na região
desde 1906 e acredita-se que muitas ainda serão
registradas. Entre as espécies que ocorrem
na área estão o gavião-real,
a ararajuba e a arara-vermelha.
O Parque Nacional da Amazônia
está inserido no Corredor de Biodiversidade
Madeira-Tapajós, programa da Conservação
Internacional cujas ações atuais englobam
ainda a Floresta Nacional do Pau-Rosa, a Floresta
Estadual do Amaná e a Reserva Extrativista
do Tapajós-Arapiuns, num total de 9.889.373,547
hectares.