13 de
Agosto de 2008 - Alana Gandra - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O Brasil
não poderá prescindir da energia nuclear
no futuro porque, da mesma forma que o petróleo
é um bem finito, os recursos hidrelétricos
do país podem acabar. A avaliação
foi feita hoje (13) pelo coordenador do Grupo de
Estudos do Setor Elétrico (Gesel), do Instituto
de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Nivalde José de Castro.
“O potencial hidrelétrico
vai ser ocupado. Vai acabar. E aí o Brasil
já tem que hoje, olhando para o futuro, ir
diversificando a sua matriz de energia elétrica.
E a energia nuclear é necessária.
Não há como você tirar a [fonte]
nuclear de estudos de mudança da matriz energética”.
O economista afirmou que países
desenvolvidos como Estados Unidos e Inglaterra estão
voltando a investir na área nuclear. “Também
a Europa vai reinvestir em energia nuclear porque
ela não gera efeito estufa”, previu Castro.
Segundo ele, o problema ambiental
gerado pelo armazenamento dos resíduos atômicos
pode ser minimizado diante do benefício com
o uso dessa fonte de energia. O economista acredita
que, com o reinício das obras de Angra 3,
a questão da destinação dos
resíduos certamente será equacionada
de forma satisfatória.
Já o economista do Gesel,
Roberto Brandão, classificou o leilão
de linhas de transmissão da Usina Hidrelétrica
do Rio Madeira (RO), como um marco para o país,
devido à extensão que será
percorrida para levar energia de Rondônia
até São Paulo.
O leilão deverá
ser realizado em setembro deste ano. Serão
ao todo 2.400 quilômetros de linhas de transmissão
de energia, leiloadas no modelo de linha em corrente
contínua, pouco usado em nível mundial,
segundo Brandão.
Ele classificou o leilão
de uma iniciativa original. “É [um leilão]
original porque os próprios agentes privados
vão decidir se vão ser dois elos de
corrente contínua ou um elo de contínua
e outro de corrente alternada.”
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Entidade internacional inclui
Angra 2 entre as melhores usinas nucleares do mundo
14 de Agosto de 2008 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - A inclusão da Usina Nuclear
de Angra 2 entre as melhores do mundo, segundo o
ranking da Associação Mundial dos
Operadores Nucleares (Wano, da sigla em inglês),
é resultado de um trabalho muito forte, feito
em equipe por seus empregados. A afirmação
é do superintendente de Operações
de Angra 2, Antonio Carlos Mazzaro. A usina ficou
acima da média em oito dos 13 itens usados
para comparar o desempenho de usinas nucleares nos
últimos 36, 24, 18 e 12 meses.
Em índices como segurança
industrial e rede elétrica externa, Angra
2 mostrou a melhor performance em sua categoria,
informou a Eletronuclear, estatal que administra
e opera as unidades da Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto, localizada em Angra dos Reis,
no litoral fluminense.
Em entrevista à Agência
Brasil, Mazzaro disse que o destaque dado a Angra
2 mostra que p país está “no caminho
correto em termos de operação de uma
usina nuclear desse porte”. O ranking da Wano reforça
não só as condições
positivas de operação, mas também
de sustentabilidade e de segurança da usina
brasileira, ressaltou.
Segundo ele, a prioridade na operação
da usina é sempre segurança, e isso
está surtindo efeitos positivos. “Em tudo
que fazemos aqui, do trabalho rotineiro mais simples
até os mais complexos, a prioridade é
segurança. E está comprovado que,
nos indicadores relacionados à segurança,
estamos num patamar muito bom, comparável
e até melhor que as melhores usinas do mundo.”
Angra 2 opera atualmente com 100%
de potência, gerando 1.350 megawatts (MW)
de energia elétrica. Junto com Angra 1, a
usina responde pelo abastecimento de 50% da energia
elétrica necessária para o estado
do Rio de Janeiro. Quando Angra 3 for concluída,
deverá somar mais 1.400 MW de potência
à energia gerada. “As três usinas juntas
deverão gerar energia suficiente para suprir
80% das necessidades do estado do Rio de Janeiro”,
afirmou Mazzaro.