14 de
Agosto de 2008 - Mylena Fiori - Enviada Especial
- Pequim (China) - Nem mesmo os Jogos Olímpicos
desviam a atenção do governo central
da China de questões prioritárias,
como a redução da poluição
e a maior eficiência energética. Ontem
(13), enquanto os atletas chineses acumulavam medalhas,
o Ministério de Finanças anunciou
o aumento das taxas sobre carros maiores, que consomem
e poluem mais. Em contrapartida, baixou as taxas
sobre carros econômicos e menos poluentes.
No ano passado, os modelos mais
vendidos foram aqueles com motor entre 3.0 e 4.0,
enquanto a procura por carros com potência
inferior a 1.0 caiu 31%. Para inverter o perfil
de consumo, o governo subiu de 15% para 25% a taxa
nesta faixa de veículo.
A elevação foi ainda
maior para modelos com potência acima de 4.0
– nesse caso, o imposto subiu de 20% para 40%. O
valor cobrado foi mantido para carros com motor
entre 2.2 e 3.0 (9%) e entre 1.0 e 2.2 (5%). Para
veículos com potência igual ou menor
que 1.0, a taxa caiu de 3% para 1%.
Em junho o governo central já
havia anunciado o aumento do preço da gasolina
e do óleo diesel, na tentativa de inibir
a circulação de veículos e
os conseqüentes aumentos do consumo de petróleo
e da poluição.
A China já é o segundo
maior mercado automotivo do mundo. O número
de carros circulando pelo país aumentou dez
vezes nos últimos sete anos, passando de
quatro milhões, em 2000, para 40 milhões
no ano passado. O país é também
o segundo maior produtor de carros do mundo, com
nove milhões de unidades em 2007 - no primeiro
semestre deste ano, a China montou 5,2 milhões
de veículos, de acordo com a Associação
Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea).
Segundo previsão da Agência
Mundial de Energia, em 2010, a China consumirá
20% de toda a energia mundial e importará
mais de 50% de sua necessidade de petróleo,
o que impõe medidas urgentes na direção
de uma maior eficiência energética.
No quesito maio ambiente, a China
também tem muito dever de casa. Das 20 cidades
mais poluídas do mundo, 16 são chinesas,
de acordo com o Banco Mundial. Na capital, Pequim,
um terço da poluição vem dos
três milhões de carros que circulam
na cidade.
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especial Mylena Fiori e acompanhe toda a cobertura
olímpica multimídia da equipe da Empresa
Brasil de Comunicação no site China
2008.