O arquiteto
Orlando Busarello, autor do projeto do Jardim Botânico
de Londrina, conta que idealizou o Projeto para
torná-lo o melhor do país. “Pesquisamos
jardins botânicos de todo o mundo – França
(Paris), Alemanha (Berlim), Egito, Estados Unidos,
Inglaterra e Espanha, por exemplo – em busca de
referências e experiências bem sucedidas.
Inspirados nas melhores iniciativas, concebemos
o Jardim Botânico de Londrina”, lembra Bussarelo.
Segundo ele, uma das formas de
garantir que o Jardim Botânico de Londrina
fosse considerado o melhor dos jardins brasileiros
seria buscar, junto ao Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), uma boa classificação
para esta área entre as três categorias
disponibilizadas. “Então procuramos atender
todos os requisitos feitos pelo órgão
federal para que o Jardim fosse classificado com
a primeira colocação”, afirma.
Para isso, o espaço deveria
contemplar pesquisa, conservação,
preservação e educação
ambiental. Sendo assim, foram criados os projetos
que contemplam arboretos (coleções
de espécies agrupadas de acordo com a família
a qual pertencem que podem ser ‘aproveitadas’ tanto
por leigos como por técnicos e pesquisadores);
18 jardins temáticos (representam formas,
cores e vegetação de países,
etnias e ecossistemas de ambientes exóticos
– como jardim japonês, italiano, islâmico,
mexicano – para democratizar o conhecimento e mostrar
à população outras formas de
se relacionar com o meio ambiente.
PRESERVAÇÃO E PESQUISA
- Enquanto parques protegem as plantas em seus ambientes
naturais, uma das grandes atribuições
de um Jardim Botânico é conservar as
plantas fora da natureza – em estufas e herbários,
por exemplo. O Jardim Botânico de Londrina
será o primeiro do Sul do país a integrar
estas duas formas de proteção da vegetação.
Em seus mais de 1 milhão
de metros quadrados estarão preservadas plantas
ameaçadas de extinção como
a canela-sassafrás e a peroba e espécies
nativas como ipê e angico em uma floresta
com mais de 60 hectares.
Espécies exóticas
– que não são naturais do Paraná
– também terão vez no Jardim Botânico
de Londrina. As espécies mais representativas
de cada país irão compor jardins temáticos
que serão implantados na segunda fase da
obra. Estados Unidos, Japão, Itália,
entre outros países serão identificados
por espécies de plantas típicas de
seus ecossistemas. “Usaremos espécies como
o carvalho americano e cedro do Himalaia, a cerejeira
do Japão que darão a estes espaços
as características e apresentarão
a diversidade biológica de cada país
homenageado”, adiantou Mário Torres, engenheiro
florestal responsável pelo projeto paisagístico
do Jardim Botânico.
Além de ser um espaço
voltado ao lazer e à preservação
da natureza, o Jardim Botânico de Londrina
também será destinado à educação
ambiental. “As primeiras atividades oferecidas serão
palestras, exibição de filmes e caminhadas
por trilhas com o acompanhamento de monitores”,
antecipa a coordenadora do Jardim Botânico
de Londrina, Ângela Carvalho.
A secretária-geral da Rede
Brasileira de Jardins Botânicos, Maria Lucia
Costa, destaca que até mesmo o lazer proporcionado
por um espaço como este é diferenciado.
“Nele a educação ambiental está
em todo o lugar, como nas placas que explicam as
espécies que ali estão e suas características,
por exemplo. Mesmo sem perceber, os visitantes fazem
um passeio em contato com a natureza e saem de lá
valorizando a importância das plantas e de
sua preservação”, comenta.
GUIAS MIRINS - O jardim Botânico
contará com visitas guiadas por guias ambientais
mirins. Serão alunos do ensino médio,
técnicos em meio ambiente e universitários
treinados para explicar a função de
cada espaço e espécie aos visitantes.
Na assinatura da ordem de serviço,
em Londrina, nesta quarta-feira (13), alguns dos
futuros guias já fizeram questão de
comparecer ao local. O professor do Colégio
Estadual Olímpio Moraes Tormenta, Anderson
Gomes Vieira, que leciona para o curso técnico
em meio ambiente disse que a expectativa dos alunos
é grande.
“Londrina precisa de áreas
como esta e os nossos alunos de oportunidade de
aprendizado. Estamos empolgados com a iniciativa
e a possibilidade de termos um laboratório
ao ar livre para nossos alunos”, disse Anderson.
A aluna Claudinéa Tavares
de Oliveira Pasqualino disse que já está
aguardando para fazer estágio no Jardim Botânico.
“É um presente para Londrina que tem ótimas
Universidades, cursos na área ambiental conceituado,
mas que ainda não havia recebido projetos
ou investimentos nesta área. Todos os alunos
que atuam na área ambiental estão
muito felizes com a proposta”, finalizou.
+ Mais
Governo inicia construção
do Jardim Botânico de Londrina
O secretário do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos Rasca Rodrigues, juntamente
com o secretário de Obras Públicas
Júlio César de Souza Araújo
Filho assinaram, nesta quarta-feira (13), em Londrina
a ordem de serviço para execução
das obras da primeira fase do Jardim Botânico,
em que estão sendo investidos R$11 milhões
pelo Governo do Estado. Ao todo, o projeto prevê
investimentos de R$ 32 milhões e deverá
ser concluído até o final de 2010.
“É o maior investimento
ambiental em uma única obra do Brasil. O
projeto proporcionará lazer e priorizará
a difusão do conhecimento científico
com a introdução de espécies
de plantas de todos os países do mundo. O
Jardim Botânico de Londrina será um
dos maiores laboratórios ao ar livre do país
e dará oportunidade de estágio a estudantes
universitários e técnicos em meio
ambiente, conforme prevê a nova legislação”,
declarou o secretário Rasca Rodrigues.
Ele disse ainda que o Jardim de
Londrina será o segundo do país em
tamanho de área. “São mais de 1 milhão
de metros quadrados de área verde e riachos
como ribeirão Cafezal para que a população
possa desfrutar do contato com a natureza em um
espaço localizado no centro da cidade”, lembrou
Rasca.
PRAZOS - A empresa Volor Engenharia
e Construção Civil, ganhadora da licitação
e que já iniciou os trabalhos, terá
um prazo de nove meses para entregar as obras previstas
no contrato. Nesta etapa serão construídos
o bloco administrativo, bilheteria, estacionamento/acesso,
caixa de água, acesso do estacionamento de
visitantes e da administração, 1,2
mil metros de ciclovias, 1,4 mil metros de trilhas
para pedestres, fechamento da área e grades,
instalações elétricas, telefônicas
e hidráulicas, lagos 1 e 2, Praça
Burle Marx, Praça 1, fonte Dança das
Águas e passarela.
Já foram investidos mais
de R$ 2,5 milhões no empreendimento, com
a construção da ciclovia e pista de
acesso de 1.830 metros, trecho compreendido entre
o quilômetro 72 da Rodovia Celso Garcia Cid
( PR 445) até a entrada do Jardim Botânico.
São duas pistas, com canteiro central ladeadas
por calçadas ecologicamente corretas, que
evitam a impermeabilização do solo
e favorecem a absorção da água
das chuvas.
O secretário de Obras Públicas,
Júlio César de Souza Araújo
Filho, disse que irá coordenar pessoalmente
o andamento dos trabalhos e espera, antes mesmo
da conclusão da primeira fase da obra, ter
definido a empresa que construirá a segunda
fase do projeto na metade do próximo ano.
“É uma honra poder contribuir
com um projeto inovador e ousado, que com toda certeza
se tornará ponto de encontro dos londrinenses
e também, importante Centro de Pesquisa Científica”,
declarou. O secretário mencionou importantes
investimentos que o Governo está fazendo
em Londrina como, por exemplo, a reforma do Hospital
Universitário, a construção
de cinco novas escolas Estaduais e a construção
dos dois prédios anexos ao Fórum,
que somam 17 mil metros quadrados e investimentos
de R$ 20 milhões.
O prefeito de Londrina, Nedson
Micheleti, destacou a importância do empreendimento
para a garantia da qualidade de vida da população
e agradeceu os investimentos que governador Requião
tem direcionado a cidade. “O Jardim Botânico
é uma obra grandiosa e necessária.
Nenhum outro governo investiu tanto em Londrina
como este e a população está
ciente disso”, destacou Micheleti.
COLABORADORES - O Jardim Botânico
de Londrina se tornou realidade graças a
parceiros como a Instituto Agronômico do Paraná
(Iapar), que cedeu um terreno com quase 70 hectares;
as famílias Brito, Carbalall, Sant’Ana, Fecchio,
Candoti e Kantor que doaram 15 hectares para a construção
do Jardim Botânico e também estiveram
presente à solenidade.
Para o secretário da Agricultura,
Valter Bianchini, a obra também terá
grande importância para a agricultura do Paraná
pois mostrará a importância de compatibilizar
a preservação agrícola com
a preservação do meio ambiente. “Um
área para pesquisa e preservação
da fauna e da flora local. Prova que o Paraná,
mesmo sendo o líder na produção
de grãos, preocupa-se em assegurar a sua
qualidade ambiental”, enfatizou Bianchini.
Já o presidente da Associação
Brasileira de Educação e Cultura (ABEC)
- que colaborou com uma área de 20,6 hectares
que antes era usada pelo Colégio Marista
- irmão Dario Bortolini, parabenizou o governo
pela iniciativa. “Estamos satisfeitos em poder contribuir
com um projeto idealizado e sonhado por uma pessoa
e que hoje está sendo desencadeado e incorporado
por toda a população”, mencionou o
irmão Dário.