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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE FLEXIBILIZA REGRAS PARA PESQUISA COM BIODIVERSIDADE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

12 de Agosto de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O governo oficializou a flexibilização das regras de acesso a recursos da biodiversidade em unidades de conservação federais para pesquisa científica. A norma, que consta em portaria do Ministério do Meio Ambiente, reestrutura o Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio) e permite que as autorizações para pesquisa sejam emitidas por instituições científicas, como universidades.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) assinará termos de compromisso com essas entidades para transferir a aprovação de pesquisas, o que deverá reduzir a burocracia para estudos com uso da biodiversidade, o que inclui plantas medicinais. As instituições emitirão as licenças e informarão ao órgão ambiental sobre as pesquisas em andamento, sendo “co-responsáveis” pela pesquisa.

A portaria também institui um Comitê de Assessoramento Técnico, que subsidiará as decisões do ICMBio na aprovação prévia de autorizações para atividades como coleta e transporte de material biológico e captura ou marcação de animais silvestres, além de propor critérios de concessão de licenças e de fiscalização, por exemplo.

A nova regra atende pedido da comunidade científica, que sempre apontou a burocracia como um entrave à realização das pesquisas. Representantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) estiveram com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, no último dia 5 para negociar as mudanças na legislação.

“Vemos a portaria como um avanço bastante positivo, e agora queremos testá-la. Na teoria ficou muito bom, queremos colocar em prática”, apontou a vice-presidente da SPBC, a bióloga Helena Nader.

A cientista lembrou que, além da portaria do MMA publicada ontem (11) no Diário Oficial da União, há outras questões relativas a pesquisa com uso da biodiversidade que só poderão ser desburocratizadas por meio do anteprojeto de lei – em tramitação da Casa Civil – que irá substituir a Medida Provisória 2.186/2001, que atualmente regula o tema.

“A portaria vai ser um grande teste. O anteprojeto regulamenta outros aspectos, em relação à legislação e ao acesso ao patrimônio genético, por exemplo. O ministro [Carlos Minc] disse que pretende enxugar, reduzir os detalhes; vamos acompanhar. O que a comunidade científica quer é menos lentidão e menos entrave para as pesquisas, enquanto a biopirataria corre solta”, ponderou Helena Nader.

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Para especialista, sustentabilidade é critério para empresas gerarem negócios e lucro

14 de Agosto de 2008 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A sustentabilidade como condição para gerar negócios para as empresas será um dos temas do 20º Congresso da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional), que será realizado no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de agosto.

Em entrevista hoje (14) à Agência Brasil, o diretor de Sustentabilidade da Apimec, Roberto Sousa Gonzalez, afirmou que a aplicação desse conceito pela totalidade das empresas brasileiras ainda é muito reduzida. “Mas é um processo de crescimento”, analisou.

Em 2001, o primeiro fundo de investimento focado em sustentabilidade constituído no país, o Ethical, foi lançado com patrimônio de R$ 3 milhões. Hoje, tem cerca de R$ 1000 milhões de patrimônio, investidos em 23 companhias. Toda a indústria desse tipo de fundo de investimento no Brasil soma R$ 2 bilhões de patrimônio. “É muito pouco ainda”, afirmou.

Para Gonzalez, deve haver uma maior disseminação dos fundos de investimento sustentáveis, com a definição de critérios específicos para seu funcionamento. Ele lembrou que o Fórum Latino-Americano de Finanças Sustentáveis (LASFF), cuja sede no Brasil é a Fundação Getulio Vargas, tem um Comitê de Mercado de Capitais. Na sua opinião, todas as instituições que têm fundos sustentáveis deveriam ter assento no comitê.

Não é o que ocorre, segundo comentou, porque das nove instituições que têm fundos de investimento e foram convidadas a participar, apenas quatro responderam de forma afirmativa. “E somente duas têm uma participação bem atuante”, revelou.

Gonzalez avaliou que há necessidade de se ter alguns critérios balizadores do procedimento de investir, focado em sustentabilidade. “Até porque fundos dessa natureza não podem ser vistos como meros instrumentos de imagem e de marketing, mas sim como instrumento de gestão que agrega valor aos cotistas que acreditam nesse conceito e colocam dinheiro nesses fundos.”

Ele advertiu que é preciso, no entanto, fazer distinção entre sustentabilidade e assistencialismo. A primeira envolve não só meio ambiente, mas também questões como a social e a econômica. O congresso da entidade vai destacar as questões sócio-ambientais, bem como questões econômico-financeiras.

Um dos painéis vai apresentar métricas de sustentabilidade, com debate sobre habilitação de fundos, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), e a realização de auditorias. Outro painel abordará a nova economia com as mudanças climáticas. “O analista tem que se preocupar com isso”, recomendou.

A Apimec foi a primeira entidade do mercado financeiro a se preocupar com a sustentabilidade na análise de risco de um investimento, destacou o diretor. No encontro, será lançada a primeira edição do Guia de Introdução à Análise Fundamentalista com Sustentabilidade.

A publicação trará duas demonstrações para os analistas de investimentos. Uma se refere ao valor adicionado, ou seja, como a empresa gera riqueza e a distribui entre os seus públicos. E a outra traz informações sobre o balanço social do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), com indicadores internos, externos e de gestão. “Faz-se uma análise desses indicadores, junto com a análise tradicional fundamentalista, para você calcular o preço justo da ação”, explicou.

A publicação, segundo Gonzalez, é importante, principalmente, para o investidor individual decidir em que fundo pode aplicar seu dinheiro, baseado no conceito da sustentabilidade. “Eu acredito, e grande grupo de pessoas acredita, que sustentabilidade não é modismo. Veio para ficar. E as empresas vão ter que incorporar isso na sua agenda, na estratégia. Então, vai ser cada vez mais comum você ter no Conselho de Administração das empresas um comitê que discuta tudo, à luz da sustentabilidade. E, com o passar do tempo, o conselho vai discutir todo e qualquer assunto, como fusão, aquisição, inovação, na ótica da sustentabilidade”, previu.

Gonzalez estimou que, no futuro, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa não vai medir as empresas que são sustentáveis, como ocorre atualmente. “Na verdade, ele vai medir as empresas que são mais sustentáveis. Porque todas terão de ser sustentáveis”.

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Minc reclama de atraso de empresas em pedidos de licenças ambientais

11 de Agosto de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou hoje (11) o atraso na entrega de documentos por empreendedores que pleiteiam licenciamentos ambientais, durante anúncio da licença de instalação da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO).

“No caso de Santo Antônio, alguns documentos só foram entregues na semana passada. Quero dar um recado para os empreendedores em geral: não é razoável trabalhar assim. O ônus [do atraso] cai sempre sobre os órgãos ambientais, sobre o Ministério do Meio Ambiente, sobre a ANA [Agência Nacional de Águas]”, reclamou o ministro.

Minc adiantou que o ministério pretende definir uma norma condicionando a concessão de licenças à entrega de documentos dentro de prazos mínimos a serem respeitados pelas construtoras.

“Vamos elaborar quadros mais claros e transparentes para estipular prazos para as licenças, a partir da entrega dos documentos. Daqui para frente, tudo vai ser diferente. Acabou a moleza para os empreendedores, que entregam os documentos na última hora e querem a licença para a véspera”, apontou Minc.

Na avaliação do ministro, apesar da concessão da licença “em tempo recorde”, o documento foi elaborado com o “máximo rigor”. A autorização para o início das obras da usina detalha as condicionantes previstas na licença prévia e, de acordo com o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias Franco, lista 40 exigências para o empreendimento. “São detalhamentos técnicos das condicionantes, são complementares”, esclareceu.

A licença determina, por exemplo, o custeio do Parque Nacional de Mapinguari (AM) e da Estação Ecológica do Jaru (RO), investimentos de R$ 30 milhões no saneamento ambiental do município de Porto Velho, repasse à Fundação Nacional do Índio (Funai) para os custos de demarcação e monitoramento das Terras Indígenas Karicuna e Karitiana e destinação de R$ 6 milhões em equipamentos para o Corpo de Bombeiros e o Batalhão de Polícia Ambiental de Rondônia.

A ANA também listou novas exigências para a usina. A principal delas é a elaboração de um projeto básico para a construção de eclusas e canais de navegação no Rio Madeira. Segundo Minc, o governo não tem planos de construir hidrovias no rio nos próximos cinco anos, mas é preciso garantir um projeto básico para planos futuros.

A compensação ambiental, valor cobrado pelos possíveis impactos ambientais do empreendimento, ainda será calculada pelo Ministério do Meio Ambiente com base nas novas regras definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O cálculo levará em conta o investimento na parte da obra, que gera impactos ambientais e os riscos potenciais da construção da usina para os ecossistemas próximos.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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