Mudanças
do clima poderão afetar exportações
de carne do Brasil
11 de Agosto de 2008 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - A exportação de carne
brasileira poderá sofrer retração
por efeito das mudanças climáticas,
afirmou em entrevista à Agência Brasil
o diretor do Centro de Pesquisas Meteorológicas
e Climáticas Aplicadas à Agricultura
(Cepagri) da Universidade de Campinas (Unicamp),
Hilton Silveira Pinto. Em parceria com a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
ele coordenou estudo sobre o aquecimento global
e os impactos sobre a agricultura nacional.
Hilton Silveira afirmou que o
aumento das temperaturas poderá afetar as
condições das pastagens para desenvolvimento
do gado de corte. “Esse é um grande problema.
A produção de alimento animal tende
a diminuir”.
Com o aumento da seca, o custo de produção
de carne deve subir de 20% para 45%, relata a pesquisa.
Com isso, o custo médio de produção
da carne no Brasil, que hoje é de cerca de
US$ 1,60 o quilo, poderá passar para US$
2,88, no melhor cenário de aquecimento global.
Em cenário mais pessimista, o custo poderá
chegar a US$ 4,16 o quilo.
De acordo com o estudo da Unicamp/Embrapa,
nessas condições o pecuarista brasileiro
perderá competitividade para os produtores
de outros países, como os Estados Unidos,
onde a tendência é que as mudanças
de clima surtam efeitos mais moderados nas pastagens.
A pesquisa será divulgada
hoje (11), em São Paulo, na abertura do 7º
Congresso Brasileiro do Agribusiness, promovido
pela Associação Brasileira de Agribusiness
(ABAG). O tema central do evento é Agronegócio
e Sustentabilidade.
+ Mais
Perdas nas safras com aquecimento
global podem superar R$ 7 bilhões em 2020,
alerta estudo
11 de Agosto de 2008 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - As perdas nas safras de grãos,
causadas pelas mudanças climáticas,
poderão chegar a R$ 7,4 bilhões em
2020, dobrando para R$ 14 bilhões em 2070,
de acordo com o estudo “Aquecimento Global e Cenários
Futuros da Agricultura Brasileira”.
A pesquisa foi realizada pela
Universidade de Campinas (Unicamp) e a Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os resultados
serão divulgados hoje (11) pelas instituições
na abertura do 7º Congresso Brasileiro do Agribusiness,
em São Paulo.
Segundo informou à à
Agência Brasil o engenheiro agrônomo
Hilton Silveira Pinto, da Unicamp, esse valor foi
estimado em função da diminuição
da área de produção e da produtividade.
O café, por exemplo, apresenta
tendência de sair das áreas tradicionais,
que são os estados de São Paulo, Minas
Gerais e Paraná e passar a ser cultivado
no Sul da Bahia, em 2050. A diferenciação
é obtida na comparação das
extensões que são perdidas com as
novas áreas de produção.
A agricultura brasileira já
vem experimentando queda da produção
de algumas culturas. Hilton Silveira chamou a atenção
para o fato de que a compensação tecnológica
pode minimizar os efeitos do aquecimento global,
projetado já para o ano de 2020.
Ele explicou que um pequeno aumento
da área de cultivo, acompanhado do grande
aumento da produtividade promove essa compensação.
“Se você aplicar técnicas corretas
e desenvolver novas variedades, certamente pode
compensar [os efeitos do]aquecimento global com
novas tecnologias. Esse é o caminho que nós
indicamos”.
As projeções mostram
que as perdas serão de até R$ 8 bilhões
para a soja em 2070. Esse valor corresponde à
metade das perdas previstas para a agricultura na
ocasião.
No cenário mais otimista
estabelecido pelo estudo, as culturas analisadas,
excluindo cana e mandioca, devem experimentar um
prejuízo anual de produção
que varia de R$ 6,7 bilhões, em 2020, até
R$ 12,2 bilhões, em 2070. Em contrapartida,
o país “poderá ganhar entre R$ 17
bilhões e R$ 18 bilhões com a cana-de-açúcar”,
disse Silveira.
+ Mais
Ações imediatas
podem reduzir impacto do aquecimento na agricultura,
conclui estudo
11 de Agosto de 2008 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - O Brasil deve adotar ações
urgentes para evitar que as mudanças climáticas
afetem a agricultura nacional de forma significativa,
como por exemplo impedir o avanço do desmatamento.
Essa é uma das recomendações
dos pesquisadores Hilton Silveira Pinto, da Universidade
de Campinas (Unicamp), e Eduardo Delgado Assad,
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) no estudo “Aquecimento Global e Cenários
Futuros da Agricultura Brasileira”.
Falando à Agência
Brasil, Hilton Silveira afirmou que o estudo tem
o objetivo de alertar o governo e a sociedade brasileira
como um todo para o fato de que as mudanças
climáticas devem ocorrer, “com 95% de probabilidade”
e, se nada for feito, o cenário pode não
ser nada positivo.
“A idéia é fazer
uma previsão de medidas tecnológicas
para que isso não aconteça, no caso
de os cenários estarem corretos”. Entre as
medidas indicadas para a agricultura, ele citou
a arborização dos cafezais, o plantio
direto, a integração da pastagem com
a lavoura.
Essas medidas, segundo Hilton
Silveira, além de seqüestrar carbono
da atmosfera, fazem com que haja uma proteção
ao desenvolvimento agrícola. Ele lembrou
que o efeito de adaptações, como o
melhoramento genético, é também
positivo.
Em relação ao desmatamento,
ele destacou que a perspectiva de aumento da produção
de biocombustíveis, como o etanol, vai ter
que respeitar todas as regras do zoneamento da cana-de-açúcar
no país. “Essas regras consideram a probabilidade
climática de você poder cultivar a
cana-de-açúcar nas diversas regiões
do Brasil, desde que respeite a potencialidade dos
solos, o zoneamento ecológico e econômico,
as áreas de proteção permanente,
as reservas indígenas e assim por diante”.
O pesquisador destacou, ainda,
a necessidade de se respeitar as áreas de
produção de alimentos básicos.
Ele acredita que, no futuro, isso vai se tornar
uma indicação governamental, uma política
pública. E, com isso, vão sobrar apenas
as áreas de cultivo de pastagens degradadas.
As emissões de gás
carbônico (CO2) pela agricultura, somadas
às do desmatamento de terras para cultivo
correspondem a até 32% das emissões
globais de gases causadores do efeito estufa, de
acordo com relatório do Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC).
Atualmente, o Brasil ocupa a 4ª
posição mundial na produção
de gases do efeito estufa. Segundo Hilton Silveira,
se o país conseguir conter o desmatamento,
principalmente na área amazônica, poderá
cair da quarta colocação no ranking
mundial para a 18ª posição.
Outro fator que diminuiria a contribuição
do país para o aquecimento é o fim
das queimadas.Para isso, ele destacou a necessidade
de medidas governamentais no sentido de proibir
essa prática.
+ Mais
Nordeste poderá sofrer
de forma mais intensa efeitos do aquecimento
11 de Agosto de 2008 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - Os efeitos do aquecimento global na
agricultura e na pecuária brasileiras deverão
ser mais sentidos na Região Nordeste, segundo
estudo do Centro de Pesquisas Meteorológicas
e Climáticas Aplicadas à Agricultura
(Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa).
Segundo o diretor do Cepagri,
Hilton Silveira Pinto, isso ocorrerá por
causa do baixo volume de água disponível
atualmente no Polígono da Seca. “Se pensarmos
que o aumento de temperatura fará com que
evapore mais água e diminua a quantidade
de água nos solos, a agricultura, que já
está bem ruim hoje, que é semi-árida,
vai ficar ainda pior. Vai ser muito difícil,
porque o solo ficará árido. Nem chuva
deverá ter mais lá [em volume] suficiente
para a agricultura.”
Um dos coordenadores da pesquisa,
Silveira disse que o leste da Bahia, por exemplo,
que é atualmente um grande produtor de grãos,
poderá enfrentar escassez de água
para irrigação, com o aumento das
temperaturas. “Provavelmente, [essa água]
não vai ser mais possível.”
As áreas cultivadas com
milho, arroz, feijão, algodão e girassol
deverão sofrer queda acentuada no Nordeste
do país, o que acarretará perdas de
produção. As maiores perdas estão
previstas para as culturas de soja.e café.
Conforme o estudo, no Nordeste, o Agreste e a região
do Cerrado serão as áreas mais atingidas
pela elevação da temperatura.
A pesquisa não é,
entretanto, conclusiva e ainda terá desdobramentos,
com novos modelos regionalizados e com mais detalhamento,
para garantir a precisão das informações,
alertou Silveira.
Os resultados do estudo serão
divulgados hoje (11) durante o 7º Congresso
Brasileiro do Agribusiness, em São Paulo.
+ Mais
Agricultura pode se transformar
em solução, diante das mudanças
do clima
11 de Agosto de 2008 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - Apesar de ser considerada uma das vilãs
do aquecimento global, a agricultura pode passar
a ser vista como uma solução, diz
a pesquisa “Aquecimento Global e Cenários
Futuros da Agricultura Brasileira”.
O estudo será divulgada
hoje (11) pelos pesquisadores Hilton Silveira Pinto
e Eduardo Delgado Assad, da Universidade de Campinas
(Unicamp) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), no 7º Congresso Brasileiro do Agribusiness,
em São Paulo.
Em entrevista à Agência
Brasil, Hilton Silveira destacou que há cerca
de dois anos, a pior vilã agrícola
no Brasil era a cana-de-açúcar, porque
estava vinculada às queimadas, que aumentam
as emissões de gás carbônico
(CO2) na atmosfera.
“Hoje, com a tecnologia que temos,
a cana-de-açúcar é, vamos dizer,
a menina mais boazinha da agricultura. Ela consegue
seqüestrar [capturar] em todo o ciclo industrial
quase um terço da energia fornecida em carbono”,
afirmou o pesquisador.
Isso significa que a cana está
fazendo com que a taxa de carbono atmosférica
caia, apesar de todo o processo agro-industrial.
Outras culturas também ajudam a incorporar
muito mais CO2 ao solo.
“Então, a agricultura não
é mais a bandida. Ela passa a ser a mocinha
da história”. Graças às modernas
tecnologias, as coisas que eram analisadas anteriormente
como ruins ganham uma nova percepção.
Hilton Silveira é diretor
do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas
Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp.
Segundio ele, o plantio direto evita a queimada
e faz com que a área cultivada com milho
ou soja, por exemplo, absorva durante um ano cerca
de 500 quilos de CO2 por hectare. Antigamente, isso
não ocorria. “Você queimava a mata
para fazer agricultura. Aí, sim, estava causando
aumento de CO2. Hoje, não mais”.
O estudo traça dois cenários
para a agricultura, diante da perspectiva de mudanças
climáticas, um mais pessimista e outro mais
otimista. Hilton Silveira analisou que o mundo todo
vai ser forçado a caminhar para o cenário
mais otimista.
“Porque, se caminhar para [o cenário
pessimista], há indicações
muito seguras hoje de que o pior cenário
já está pior do que se imaginava.
Ou seja, os modelos que foram feitos, como os que
nós seguimos, já estão um pouco
atrasados. Porque o aumento de CO2 atualmente medido
já fugiu da curva original traçada.
Já está mais do que se esperava”.
Por isso, ele recomenda que sejam adotadas ações
para minimizar esses efeitos.
O setor do agronegócio
cresceu 7,89% no ano passado, superando o crescimento
do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma
das riquezas produzidas no Brasil. Para isso contribuíram
os altos preços das commodities (produtos
agrícolas e minerais negociados no mercado
externo) e a safra recorde de 133,3 milhões
de toneladas de grãos, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2007, o PIB evoluiu 5,4%. O agronegócio
representou 24% da economia brasileira no ano passado.
O estudo da Unicamp/Embrapa acentua,
porém, que as mudanças climáticas
podem interferir de forma negativa nesse processo
de crescimento. Em relação à
soja, a pesquisa analisa que o aquecimento global
pode diminuir a área de baixo risco ao cultivo
no país em, pelo menos, 21% até 2020.
+ Mais
Ministro e agricultores defendem
mudanças no decreto sobre infrações
ambientais
11 de Agosto de 2008 - Vinicius
Konchinski - Repórter da Agência Brasil
- São Paulo - Representes dos agricultores
e até do governo federal criticaram hoje,
durante o 7º Congresso Brasileiro de Agribusiness,
o Decreto 6.514, que estabelece punições
para infrações contra o meio ambiente.
O encontro foi aberto hoje (11) em São Paulo.
Em entrevista coletiva, o ministro
da Agricultura, Reinhold Stephanes, reconheceu que
a norma, publicada em junho, é difícil
de ser cumprida e disse que está negociando
com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, mudanças
no texto.
"Temos uma agenda de encontro
com o ministro [Minc]", disse Stephanes, que
espera fechar a questão dentro de, no máximo,
um mês.
O presidente da Frente Parlamentar
da Agropecuária da Câmara de Deputados,
Valdir Collato (PMDB-SC), afirmou que o decreto
vai inviabilizar o agronegócio nacional.
"A regra pune toda a cadeia produtiva: quem
produz, quem transporta, quem armazena, quem vende,
todo mundo", afirmou o deputado.
O secretário da Agricultura
e Abastecimento do estado de São Paulo, também
criticou o decreto. Algumas regras, segundo ele,
são "incumpríveis".
Sampaio Filho disse que o próprio
Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) não tem
condições de dar o suporte necessário
para que agricultores regularizem suas áreas.
Por causa disso, não há como o governo
exigir a regularização, afirmou o
secretário.
+ Mais
Embrapa desenvolve 220 pesquisas
de adaptação de produtos agrícolas
à mudança climática
11 de Agosto de 2008 - Vinicius
Konchinski - Repórter da Agência Brasil
- São Paulo - O ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes, afirmou hoje (11) que o governo
federal vem tomando medidas para que a agricultura
brasileira seja o menos prejudicada possível
pelo aumento das temperaturas no mundo. Em entrevista
coletiva concedida em São Paulo, após
participar do 7º Congresso Brasileiro de Agribusiness,
Stephanes disse que investimentos em pesquisa têm
sido feitos para que se encontre formas de adaptação
das culturas às futuras condições
climáticas.
"A Embrapa já tem
220 projetos de pesquisa para a adaptação
de espécies ao aquecimento global",
disse ele, referindo-se ao trabalho da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária.
Segundo o ministro, o chamado
PAC da Ciência prevê o aumento de recursos
para pesquisas científicas no país.
Entre os projetos beneficiados, acrescentou, estão
os que buscam soluções para a agricultura
contra o aquecimento.
Ainda de acordo com ele, as previsões
para a queda na produção levam em
consideração cenários para
daqui a 20 ou 30 anos. Por isso, o Brasil tem condições
de se preparar para as adversidades.
Stephanes afirmou também
que, a curto prazo, a expansão da produção
está assegurada. Segundo ele, as safras brasileiras
devem continuar crescendo entre 5% e 6% ao ano,
isso sem a derrubada de nenhuma árvore.
+ Mais
Aquecimento global vai provocar
queda na produção agrícola
brasileira
11 de Agosto de 2008 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - O aumento da temperatura global vai
provocar crescimento menor da agricultura brasileira
nos próximos anos. Essa é uma das
conclusões do estudo “Aquecimento Global
e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira”,
elaborado em parceria pela Universidade de Campinas
(Unicamp) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa).
O engenheiro agrônomo Hilton
Silveira Pinto, diretor do Centro de Pesquisas Meteorológicas
e Climáticas Aplicadas à Agricultura
(Cepagri), da Unicamp, um dos coordenadores da pesquisa,
disse à Agência Brasil que o estudo
detectou a possibilidade de quebra da produção
agrícola, principalmente de grãos.
“Das culturas que nós vimos
até agora, apenas a cana-de-açúcar
é que sai ganhando, pelo menos até
2050. Nas outras culturas, a área [plantada]
diminui e a produtividade diminui”. Ao contrário
do que muitos poderiam pensar, essa expansão
projetada para a cana não se deve à
produção de etanol. “O etanol é
conseqüência”, afirmou Hilton Silveira.
Ele esclareceu que a produção
de cana vai aumentar porque a modificação
climática continua sendo adequada a essa
cultura. “O etanol vai sair ganhando porque o clima
vai favorecer a produção de cana”.
A mandioca é outro produto
que não sairá perdendo com o aquecimento
global, segundo o engenheiro agrônomo. Embora
o Nordeste deixe de produzir mandioca, também
conhecida como aipim ou macaxeira, essa raiz poderá
ser cultivada na Amazônia, ainda que não
imediatamente.
Isso ocorrerá “acima de
um limite de anos em que a diminuição
das chuvas na região permita [que se cultive]
a mandioca”. Hilton Silveira estima que depois de
2020 e até 2050 serão criadas condições
mais propícias para o cultivo de mandioca
na Amazônia.
O estudo da Unicamp/Embrapa será
divulgado hoje (11) à tarde no 7º Congresso
Brasileiro do Agribusiness, em São Paulo
e, segundo Silveria, não tem o objetivo de
criar “terrorismo climático”.
“O que a gente está querendo
é mostrar que tecnologias a serem desenvolvidas
podem fazer com que o fantasma do aquecimento global
na agricultura não seja tão ruim.
A gente pode adaptar culturas, pode perder plantio
ou produção de soja no Sul, por exemplo,
e ganhar em cana-de-açúcar”.
O engenheiro agrônomo destacou
também a necessidade de que as mudanças
do clima preparem as autoridades para outro problema
da maior relevância no Brasil, que são
as migrações sociais e as dificuldades
que isso representará na área da saúde.
Outro problema apontado pelo pesquisador
da Unicamp é o fato de que “o Brasil tem
uma mania muito grande de deixar acontecer para
depois correr atrás”. Daí o alerta
que está sendo feito para que o governo e
a sociedade possam adotar medidas preventivas com
bastante antecedência.
Silveira ressaltou que a única
instituição que liberou recursos para
trabalhos de pesquisa na área da agricultura
e mudanças climáticas foi a Embrapa.
Nas demais, “fala-se muito e age-se pouco”, criticou.
Ele enfatizou que é preciso que o Brasil
atue da mesma forma que países desenvolvidos,
como Estados Unidos e Inglaterra, e passe a agir
imediatamente para minimizar os efeitos do aquecimento
global.
Ele criticou também o fato
de os dados climáticos existentes não
serem disponibilizados pelos órgãos
oficiais do setor, como o Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet) e a Secretaria Estadual de
Agricultura de São Paulo, o que prejudica
os trabalhos dos pesquisadores.