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ONGs DIZEM QUE MINC ROMPEU COMPROMISSO PÚBLICO DE NÃO REDUZIR RESERVA LEGAL

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2008

15/08/2008 - Em nota divulgada no final da tarde de hoje (15/8) intitulada No dois pra lá, dois prá cá, quem dança é a floresta, as organizações que integram o Pacto pela Valorização da Floresta e pelo fim do Desmatamento na Amazônia protestam contra o acordo feito entre os ministros do Meio Ambiente e da Agricultura que reduz proteção da Amazônia. Leia abaixo a nota na íntegra.

Nota à sociedade

Contrariando seu discurso de posse, quando afirmou que o Presidente Lula não permitiria a redução da Reserva Legal na Amazônia, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou acordo com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para possibilitar que os produtores rurais possam fazer a recuperação da Reserva Legal com espécies exóticas. Isso significa na prática a redução da Reserva Legal de 80% para 50% na Amazônia, pois monoculturas de espécies exóticas não cumprem a função ecológica prevista no Código Florestal.

A proposta é a mesma do projeto de lei nº 6424/05, conhecido como Floresta Zero de autoria do Senador Flexa Ribeiro, por permitir bacias hidrográficas sem cobertura florestal. A possibilidade de compensação de Reserva Legal em outra bacia hidrográfica desestimula a recuperação de áreas degradadas, e mantém o cenário de desequilíbrio ambiental promovido pelos desmatamentos.

Consideramos fundamental que qualquer discussão ou negociação em torno do Código Florestal seja feita de forma transparente e com participação da sociedade civil e da comunidade científica. Esse debate precisa levar em conta os demais biomas brasileiros, igualmente importantes.

Aprimorar o Código Florestal, na lógica de otimizar o uso de áreas desmatadas e impedir novos desmatamentos é uma perspectiva positiva do ponto de vista socioambiental. Para tanto, é fundamental que as mudanças consolidem um entendimento comum de valorização da floresta.

As entidades abaixo assinadas reconhecem que é indispensável para o país promover o desenvolvimento econômico sustentável e a geração de empregos. Combinar esses fatores à conservação e recuperação dos recursos naturais, garantindo a integridade dos ecossistemas é nosso desafio.

A crise climática global e o papel dos desmatamentos na emissão de gases de efeito estufa exigem uma postura enérgica de controle dos desmatamentos e manutenção dos ativos florestais existentes no País. Recente estudo divulgado pela Embrapa sobre “Aquecimento global e a nova geografia da produção agrícola no Brasil” demonstra que o aquecimento global deve alterar profundamente a configuração da agricultura no Brasil e provocar perdas de R$ 7 bilhões. Infelizmente, no governo Lula, vale a máxima de Schelling: “não existe absurdo que não encontre o seu porta-voz”.

Amigos da Terra – Amazônia Brasileira
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida - Apremavi
Conservação Internacional - CI
Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento - FORMAD
Instituto Centro de Vida - ICV
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM
Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON
Instituto Socioambiental - ISA
Greenpeace
Vitae Civilis Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz
WWF Brasil
SOS Mata Atlântica
Fórum Carajás

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ONGs lançam iniciativa inédita pelo fim do desmatamento na Amazônia

18/08/2008 - O ISA está lançando um especial sobre o direito de consulta livre, prévia e informada dos povos indígenas e tribais, previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), como parte das atividades do Programa de Políticas Públicas e Direito Socioambiental (PPDS).

O exercício do direito de consulta livre, prévia e informada implica, entre outras coisas, o reconhecimento dos povos como atores legítimos para falar por si mesmos, com autonomia para discutir as decisões administrativas e legislativas capazes de afetar seu futuro como sociedades diferentes, assim como a discutir e eleger livremente a suas prioridades de desenvolvimento.

A partir de 2003, quando a Convenção 169 da OIT entrou em vigor, índios e negros não podem mais ser tratados pelo Estado como simples beneficiários de políticas públicas. Hoje, são sujeitos de direitos com voz própria, que têm, ao lado do Estado, o desafio de construir a unidade da diversidade no projeto de sociedade brasileira inaugurado com a Constituição Federal de 1988. “Consideramos que o direito de consulta livre, prévia e informada deve ser um precioso instrumento de trabalho igualmente valorizado por todas as partes para a conquista deste objetivo e, nesse sentido, queremos aportar a sua materialização”, explica a advogada Biviany Rojas Garzón, consultora do PPDS.

Com este especial, pretende-se colocar em debate o conteúdo e o alcance deste dispositivo da Convenção 169 no relacionamento do Estado com os povos indígenas e tribais, por meio da sistematização de experiências de outros países da América do Sul e da análise de pronunciamentos de órgãos internacionais, como a OIT e a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos.

O especial está dividido em quatro partes. A primeira fala sobre a Convenção 169 da OIT e sobre seu funcionamento no sistema internacional, assim como o significado da sua ratificação no Brasil. A segunda parte do especial faz referência ao que é o direito de consulta livre, prévia e informada, seu conteúdo, alcance e potencialidade, com experiências de aplicação e regulamentação em outros países da América do Sul. A terceira apresenta a discussão relativa ao direito de consulta livre, prévia e informada sobre medidas legislativas capazes de afetar diretamente os povos indígenas e tribais, trazendo como caso de estudo o projeto de lei de mineração em terras indígenas - em tramitação no Congresso Nacional -, além de pareceres e decisões judiciais relativas à aplicação deste direito em outras países da região. Finalmente, a quarta parte do especial introduz o debate sobre o exercício do direito de consulta livre, prévia e informada com relação a medidas administrativas que envolvem empreendimentos, obras, atividades de exploração econômica e políticas públicas capazes de afetar diretamente os povos interessados. Nesta última parte estão sistematizadas e analisadas comparativamente as diferentes regulamentações que existem na América do Sul sobre o tema, as políticas operativas das instituições financeiras internacionais (de novo)e algumas experiências referenciadas pela própria OIT e a CIDH.

Biviany Garzón ressalta que o especial é uma primeira introdução do tema no Brasil e que seu principal propósito é ser um espaço aberto para o debate e a reflexão sobre o tema: “Os pareceres jurídicos da equipe do PPDS do ISA são documentos em produção, que esperamos enriquecer com os comentários e discussões de todas aquelas pessoas dispostas a participar. Para tal efeito, criamos o correio eletrônico especialclpi@socioambiental.org.br, ao qual podem dirigir todos os comentários”.

O levantamento agora publicado foi realizado em parceria com a Fundação Rainforest da Noruega, que considera importante promover esse tipo de iniciativa e apoiou a idéia de trabalhar na implementação desse direito no Brasil.

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Coletivo Makunaima Grita organiza encontro em apoio à manutenção da demarcação da TI Raposa Serra do Sol

18/08/2008 - O jurista Dalmo Dallari, a advogada Ana Valéria Araújo, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, o sociólogo Laymert Garcia dos Santos, o cacique guarani Marcos Tupã, membro da Coordenação da Comissão Nacional de Terras Guarani Yvy Rupa, e a cantora e compositora Marlui Miranda estarão no encontro da próxima quarta-feira, 20 de agosto, em São Paulo.

O coletivo Makunaima Grita, formado por integrantes da sociedade civil, convida a todos para um encontro que acontecerá na próxima quarta-feira, 20 de agosto, às 10h, no SESC Avenida Paulista, em São Paulo, no qual manifestará publicamente, ao lado de representantes de diferentes instituições, intelectuais e artistas, o seu apoio à manutenção da demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, situada no estado de Roraima.

Nesta ocasião, o jurista Dalmo Dallari, a advogada Ana Valéria Araújo, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, o sociólogo Laymert Garcia dos Santos, o cacique guarani Marcos Tupã e a cantora e compositora Marlui Miranda irão expressar-se publicamente sobre o caso da Raposa Serra do Sol.

Ainda neste encontro, os convidados assinarão o livro que será entregue pessoalmente por integrantes do coletivo, junto com as assinaturas do público presente e com a petição online que está em andamento, aos ministros do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, antes da votação deste caso, marcada para o dia 27 de agosto.

O caso Raposa Serra do Sol

A Terra Indígena Raposa Serra do Sol fica no nordeste de Roraima, tem uma área de 1.747.464 hectares e é habitada por 18.992 índios das etnias Makuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona. O processo de reconhecimento dos direitos territoriais de sua população indígena começou em 1917, com a edição da lei do estado do Amazonas n° 941. A partir daí, diversos grupos reconhecidamente anti-indígenas iniciaram ações voltadas para a liberação da área da Raposa para a exploração econômica.

Em dezembro de 1998, o Ministério da Justiça declara de posse permanente indígena a TI Raposa Serra do Sol, demarcada em área contínua. Essa ação deu continuidade ao processo de identificação e delimitação, realizado segundo os ditames legais, garantindo, inclusive, o direito a todos que se sentissem lesados a contestação da medida. Mais de 40 contestações foram apresentadas em 1996 e rejeitadas por meio do despacho no 80, assinado pelo então ministro da Justiça Nelson Jobim.

Em 15 de abril de 2005, após a reedição da portaria declaratória de posse permanente indígena pelo Ministério da Justiça, o presidente Lula homologa a demarcação da Raposa e é iniciado um lento processo de negociação com ocupantes não-indígenas a fim de indenizar a quem era de direito e retirá-los da Terra Indígena, como determina a Constituição. A grande maioria desses ocupantes se retira da região, mas seis dos maiores fazendeiros instalados no interior da TI recusam-se a sair. Esgotadas todas as possibilidades de negociação, em abril de 2008 a Polícia Federal envia 150 homens a Roraima para executar a Operação Upatakon III, voltada a retirar definitivamente os invasores da Raposa.

Ações violentas são praticadas pelos opositores da população indígena, que abertamente afrontam o Estado Brasileiro, utilizando-se até mesmo de táticas de guerrilha para evitar a ação da Polícia Federal. Devido a tensão na região, no dia 10 de abril de 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspende a operação de retirada e abre um novo período de tensão e violência na Terra Indígena.

Dias depois, 10 índios são feridos à bala por pistoleiros e o debate sobre a demarcação da TI ganha repercussão nacional, servindo de pretexto para a reaparecimento de discursos xenófobos e de todo tipo de preconceitos na tentativa de influenciar a opinião pública contra os ditames da Constituição Federal, sobretudo o artigo 231 que dispõe sobre os direitos indígenas.

Em agosto próximo, o STF deve se pronunciar sobre a questão, decidindo o destino de mais de 18 mil índios da Raposa Serra do Sol, cuja conseqüência influenciará o futuro das demais terras indígenas do Brasil.

Instituições que apóiam esta ação:

ABONG - Associação Brasileira de Organizações não Governamentais; Aliança pela Infância - Brasil; Associação Escola da Cidade – Arquitetura e Urbanismo; Associação Saúde Sem Limites (SSL); CESAC – Centro de Etno-conhecimento Sócio-cultural e Ambiental CAUIERÉ; Centro de Trabalho Indigenista (CTI); Comissão Pró Índio de São Paulo (CPI–SP); Comissão Pró-Yanomami (CCPY); Conselho Indígena de Roraima (CIR); Conservação Internacional do Brasil; Espaço Cultural Resistência e Ousadia; Greenpeace; Grupo Liberta (Direito PUC/SP) e Núcleo de Etnologia, Meio Ambiente e Populações Tradicionais (NEMA - PUC/SP); Grupo de Trabalho da Amazônia (GTA); Hutukara - Associação Yanomami; Instituto Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação em Educação indígena; Instituto Pólis; Instituto Socioambiental (ISA); Núcleo de História Indígena e do Indigenismo (NHII-USP); Núcleo de Transformações Indígenas (NuTI-UFRJ); Núcleo Insikiran de Formação Superior Indígena; Ong Nossa Tribo; Prêmio Culturas Indígenas; Projeto Xingu; Repórter Brasil; SOS Mata Atlântica; SESC SP.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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