Desmatamento - 29/08/2008 - O
sistema Detecção do Desmatamento em
Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe/MCT), mostra que 323 Km² da
Amazônia Legal sofreram corte raso ou degradação
progressiva no último mês de julho,
quando os satélites puderam observar 81%
da região. É o menor número
desde de março passado, quando o sistema
detectou 145 km².
Porém, naquele mês,
apenas 22% da Amazônia foi visto pelos satélites
porque a maior parte da região esteve coberta
por nuvens. Em abril, maio e junho, o Deter apontou
respectivamente 1.124; 1.096 e 870 km², números
já indicativos da tendência de queda.
Dos 323 km² verificados em julho, 235,6 km²
estão no Pará. No Mato Grosso foram
apenas 32,7 km².
Avaliação
O Inpe produziu um relatório com a qualificação
dos dados a partir de imagens dos satélites
Landsat e Cbers, que apresentam melhor resolução
espacial. O Relatório de Avaliação,
disponível aqui, mostra que 97,3% das áreas
apontadas pelo Deter foram confirmadas como desmatamento.
Foram avaliados 212 alertas de desmatamento, correspondentes
a 244 km² (75%) da área total dos polígonos
(323 km²) indicados pelo Deter em julho.
Os alertas indicaram principalmente
desmatamentos por corte raso (79.5%) e por degradação
florestal de intensidade alta (14,4%). Cerca de
4% dos alertas revelaram desmatamentos de intensidade
moderada e leve e apenas 2,7% não apresentaram
indícios de desmatamento nas imagens de referência.
Estes resultados comprovam que o sistema Deter foi
preciso na detecção de polígonos
em todas as faixas de tamanho, sendo que nas áreas
maiores que 2 km² (200 ha) o índice
de confirmação foi de 100%.
O Deter
Em operação desde 2004, o Deter foi
concebido pelo Inpe como um sistema de alerta para
suporte à fiscalização e controle
de desmatamento. São mapeadas tanto áreas
de corte raso quanto áreas em processo de
desmatamento por degradação florestal.
É possível detectar apenas polígonos
de desmatamento com área maior que 25 hectares
por conta da resolução dos sensores
espaciais (o Deter utiliza dados do sensor Modis
do satélite Terra e do sensor WFI do satélite
sino-brasileiro Cbers, com resolução
espacial de 250 metros). Devido à cobertura
de nuvens, nem todos os desmatamentos maiores que
25 hectares são identificados pelo sistema.
O Inpe divulga todos os dados
sobre o desmatamento, que podem ser conferidos em
seu site . Uma consulta à página do
Deter revela que o sistema registrou 8.147 km²
de novos desmatamentos nos últimos 12 meses
(agosto de 2007 a julho de 2008), enquanto entre
agosto de 2006 e julho de 2007 foram identificados
4.820 km².
Entretanto, é importante
ressaltar que estes dados não correspondem
à taxa anual de desmatamento, que é
calculada pelo Prodes, sistema mais detalhado que
considera apenas o corte raso, ou seja, o desmatamento
em seu estágio final. Saiba mais aqui.
Marjorie Xavier - Assessoria de Imprensa do Inpe
+ Mais
Comitê acompanha impacto
da mudança climática na agricultura
Comitê Gestor - 27/08/2008
- O Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT) é uma das entidades a ter representante
no recém criado comitê gestor para
acompanhar o andamento das pesquisas sobre a mudança
climática e seu impacto sobre a agricultura,
criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa).
Além do MCT, integram o
comitê coordenado pelo pesquisador da Embrapa,
Ladislau Martin Neto, a Universidade de Brasília
(UnB) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (Esalq).
O próximo passo do comitê
será definir sua estratégia de ação
e as prioridades de investimentos e de esforços
científicos. A Rede de Pesquisa em Mudanças
Climáticas do MCT deve integrar também
o comitê. De acordo com a Embrpa, já
há 212 projetos de pesquisa em andamento
sobre as mudanças climáticas na Embrapa,
que envolvem 100 pesquisadores
Assessoria de Comunicação do MCT