Panorama
 
 
 

PRESSÃO DE AMBIENTALISTAS FAZ MINISTRO CRIAR GRUPO PARA DISCUTIR APLICAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2008

26 Aug 2008 - Missão do governo, Frente Parlamentar Ambientalista e ONGs da área ambiental é viabilizar implantação do Código Florestal.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, recebeu representantes de ONGs da área ambiental para tentar amenizar a polêmica em torno do acordo com o Ministério da Agricultura que possibilitaria a recuperação da reserva legal de propriedades rurais da Amazônia com espécies exóticas.

Na prática, a medida representaria a redução da reserva legal da Amazônia de 80% para 50%. A reunião, realizada em Brasília na tarde de segunda-feira (25 de agosto), foi convocada pelo ministro, depois da circulação, na internet, de manifesto assinado por 13 ONGs da área ambiental, entre elas o WWF-Brasil.

Durante a reunião, atendendo a pedido das organizações não governamentais, o ministro Carlos Minc anunciou que vai promover trabalho conjunto entre governo, Frente Parlamentar Ambientalista e ONGs para implementar o Código Florestal com vistas ao desmatamento zero e com base em zoneamento ecológico-econômico.

As ONGs vêem com preocupação discussões sem base técnica e conhecimento legal que podem gerar interpretações de flexibilização do Código Florestal. O WWF-Brasil defende a implementação do Código Florestal e posiciona-se contra todas as propostas de mudanças da lei.

Na opinião da secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú, a iniciativa do MMA de promover o debate com as ONGs em torno da implementação da legislação é positiva porque é preciso clareza nos processos de discussão sobre o Código Florestal e outros temas da agenda ambiental. "É fundamental o Ministério do Meio Ambiente ter agendas setoriais de trabalho no governo. A iniciativa de Carlos Minc de dialogar com as ONGs pode ser vista como uma retomada da articulação com o setor", avalia.

O Código Florestal tem preocupação básica de proteção de solos e águas. É previsto na lei que o uso das reservas legais (RL) pode ser flexibilizado por meio dos acordos definidos no zoneamento ecológico-econômico das regiões. Já a recuperação de áreas degradadas deve ser feita com espécies nativas uma vez que espécies exóticas não cumprem a função ecológica da mata nativa (regulação climática, habitat para animais, proteção de solos e águas), como determina o Código Florestal.

Outra opção é fazer a compensação de áreas de reserva legal que foram degradadas, ou seja, manter outra área de floresta nativa do tamanho da área que foi desmatada. Para isso, o WWF-Brasil defende que o proprietário deve seguir critérios: a área degradada deve ser compensada na mesma bacia hidrográfica, em áreas com proximidade geográfica e no mesmo ecossistema. Isso garantirá a manutenção dos serviços ambientais e as funções ecológicas das florestas, com proteção da água, do solo e da biodiversidade. "Mais do que concentrar produção total numa região e proteção total em outra distante, é imprescindível garantir o equilíbrio da paisagem, sempre intercalando áreas produtivas e áreas preservadas", explica Cláudio Maretti, superintendente de Conservação do WWF-Brasil.

O WWF-Brasil entende que as áreas de preservação permanente (APPs) são inegociáveis, pois exercem a função de proteger as nascentes e os cursos d?água. "São necessários estudos econômicos e sociais que mostrem as vantagens, que são muitas, e não os prejuízos de se preservar as APPs e as RLs", comenta Maretti.

Cana-de-açúcar
No encontro com o ministro também se avançou no debate sobre o plantio de cana-de-açúcar no Pantanal e na Amazônia.

O ministro afirmou que vai defender a produção de etanol limpo coibindo o plantio em novas áreas no Pantanal e na Amazônia. Disse também que vai promover o zoneamento com redução do uso de fogo e agrotóxicos e controle do vinhoto na adubação para evitar contaminação dos rios e lençóis freáticos.

O WWF-Brasil defende que não haja plantio de cana-de-açúcar nos biomas Pantanal e Amazônia, cuidados com a biodiversidade do Cerrado e dos ecossistemas aquáticos e a recuperação da Mata Atlântica nas áreas de plantação de cana na região Sudeste do país.

Em nota publicada no site, o Ministério do Meio Ambiente garantiu que não haverá plantio de canaviais e nem a instalação de usinas de cana no Pantanal e que serão mantidas as proteções já definidas nas leis estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e na Resolução Conama. Além disso, em torno do Bioma Pantanal, será criada uma faixa de exclusão para além do Bioma Pantanal.

A nota afirma, ainda, que o zoneamento agroecológico da cana, cuja discussão ainda não terminou, vai estipular que na Amazônia não haverá nenhuma nova usina de cana, apenas continuarão na região as quatro já existentes há mais de dez anos, como em Roraima e no Acre.

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Rede WWF espera que reunião da ONU sobre clima tenha resultados concretos

25 Aug 2008 - A rodada de negociações está ocorrendo em Gana - Para evitar que as mudanças climáticas atinjam níveis perigosos ameaçando as pessoas e a natureza, a Rede WWF pede que os representantes dos países reunidos para tratar sobre clima, de 21 a 27 de agosto, em Accra, Gana, sejam inspirados pelo lema olímpico: “mais rápido, mais alto, mais forte”. É necessário avançar o suficiente para garantir um acordo sobre um novo tratado global de clima em Copenhagen, em 2009. Esta é a última rodada de reuniões da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre clima antes da 15ª. Conferência das Partes (COP) da Convenção de Clima na Polônia, em dezembro de 2008.

"As negociações de Accra tem que ser mais rápidas. O nível de ambição, tanto dos países desenvolvidos quanto dos países em desenvolvimento, tem que ser mais alto, e as medidas a serem tomadas para reduzir as emissões de CO2 têm que ser mais fortes para que tenhamos progresso concreto nas negociações”, diz Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil. "Esperamos que os negociadores coloquem na mesa idéias viáveis e propostas detalhadas, fazendo com que o debate saia do nível tático e evolua para discutir medidas concretas”, acrescenta.

Outras duas rodadas de negociações prévias que ocorreram em Bangkok, na Tailândia, e em Bonn, na Alemanha, este ano, enfatizaram os procedimentos de negociação e tiveram como resultado uma lista das questões a serem discutidas. Em Accra, os negociadores devem demonstrar sua habilidade em consolidar propostas robustas de financiamento, transferência de tecnologia, medidas de adaptação e políticas de redução de impacto e, ainda, trabalhar para detalhar as opções consideradas mais inovadoras e ambiciosas.

Na última COP de clima ocorrida em Bali, na Indonésia, em dezembro de 2007, o Brasil foi nomeado líder do grupo que negocia ações de longo prazo na convenção e as contribuições dos países em desenvolvimento.

Há dois anos, na COP ocorrida em Nairóbi, no Quênia, o Brasil apresentou uma proposta de incentivos positivos baseada em doações voluntárias dos países desenvolvidos para redução de emissões do desmatamento. O exemplo concreto de como funcionaria a proposta brasileira na prática é o Fundo Amazônia, apresentado este mês à sociedade brasileira. Países desenvolvidos já acreditam na idéia e a Noruega doou US$ 100 milhões.

“É uma boa proposta esta do fundo, mas o Brasil ainda precisa fazer muito mais, como garantir a credibilidade do fundo detendo o crescimento do desmatamento, além de implementar as soluções propostas no estudo do WWF-Brasil Agenda Elétrica Sustentável 2020 de eficiência energética e geração de energias renováveis não-convencionais para estabilizar as emissões de gases do efeito estufa do setor e agilizar o plano nacional de combate às mudanças climáticas e deter o desmatamento”, destaca Karen Suassuna, analista em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, que acompanha a rodada de negociações em Accra.

Os países desenvolvidos ainda têm muito trabalho a fazer também. É preciso que a União Européia assuma esta liderança apresentando propostas inovadoras e concretas. “Os Estados Unidos e o Japão também precisam assumir posturas de negociação diferentes das velhas táticas de bloqueio que têm utilizado até então, mobilizando capacidades financeiras e de ciência e tecnologia em um esforço de guerra para liderar o processo de redesenhar os modelos de desenvolvimento socioeconômico”, completa Karen Suassuna.

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Surgem novos agentes de progresso nas conversações da ONU sobre clima em Accra

27 Aug 2008 - Accra, Gana - As negociações das Nações Unidas sobre clima chegam ao fim e o WWF aplaude o surgimento de um grupo de países visionários que abriram o caminho para dar foco ao debate e propiciar o detalhamento adequado nas discussões.

Embora um mandato para se alcançar um novo tratado global do clima em 2009 permaneça um desafio, o evento em Accra mostrou que é possível superar a confusão de opiniões conflitantes e construir um acordo efetivo para enfrentar as mudanças climáticas. E mostrou, também, que a liderança depende da vontade política.

"Atualmente, a glória na luta global contra as mudanças climáticas está reservada para aqueles governos progressistas que levam o debate na direção das questões essenciais", diz Kim Carstensen, Diretor da Iniciativa Global do Clima da Rede WWF.

"As conversações complicadas de Accra não impediram que um grupo de negociadores determinados trabalhassem para produzir uma mudança essencial no debate; no entanto, o sucesso das próximas conversações em Poznan está longe de estar garantido e é preciso que mais países se envolvam seriamente para elevar as ambições políticas nesse sentido", concluiu.

De acordo com a organização ambientalista, os governos conseguiram empurrar para o final as discussões cruciais sobre algumas questões chaves: formatação de estratégias para a redução das emissões de CO2 resultantes da destruição das florestas e maior clareza nas conversas sobre o financiamento de cortes profundos nas emissões, bem como sobre a adaptação aos impactos climáticos. No entanto, outras partes dessas complexas negociações fracassaram em Accra e estão perigosamente atrasadas.

"As negociações sobre o clima foram paralisadas pelas cortinas de fumaça lançadas pelas partes mais atrasadas e pela overdose de discussões processuais que dominaram os negociadores por um tempo longo demais", diz Kathrin Gutmann, coordenadora de Políticas Públicas para a Iniciativa Global do Clima do WWF. "Em Accra começamos a ver os primeiros exemplos de diálogo construtivo, sob lideranças inovadoras, e isso deve consolidar-se como tendência em Poznan, em dezembro".

Algumas tendências notadas em Accra já foram observadas em conversações anteriores: a União Européia perdeu seu papel de liderança nas questões de clima para diversos países em desenvolvimento e outros atores criativos, como a Noruega e a Suíça. Esses países, por meio do aperfeiçoamento de velhas propostas ou da apresentação de novas idéias, tornam-se agentes confiáveis do progresso.

Junto com as economias emergentes, constituem o novo motor que move as conversações. O destaque foi o compromisso assumido em Accra pela Coréia do Sul, de estabelecer metas para a redução das emissões e incentivar a energia de fonte renovável.

"A União Européia decepcionou em Accra, assim como já havia desapontado nas conversações anteriores realizadas em Bonn, lamentando ter chegado à mesa de negociações com as mãos abanando", disse Diane McFadzien, coordenadora do programa Iniciativa Global do Clima, da Rede WWF. "Poznan será como uma partida jogada em casa para os europeus e constituirá uma oportunidade perfeita para que eles possam alcançar todo o seu potencial - e não precisem se igualar ao Canadá, Rússia, Japão, Austrália e Estados Unidos em sua falta de ambição."

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Programa Trilhas de São Paulo incentiva prática de ecoturismo em unidades de conservação na Mata Atlântica

27 Aug 2008 - Lançado pela Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do Estado de São Paulo e a Fundação Florestal do Estado de São Paulo, o Programa Trilhas de São Paulo apresenta 40 trilhas distribuídas por 19 unidades de conservação paulistas, totalizando mais de 200 quilômetros. A iniciativa tem como objetivo aproximar a população de áreas protegidas e da vivência ambiental, além de criar um conjunto interligando diferentes ecossistemas, regiões e paisagens do estado.

"O programa pode ser uma interessante melhoria para a gestão dessas unidades de conservação. O uso público de áreas protegidas é um dos pilares de estruturação que permitem alcançar uma maior efetividade de gestão nessas áreas", afirma o superintendente de Conservação de Programas Temáticos do WWF-Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza. Há mais de quatro anos, o WWF-Brasil mantém uma sólida parceria com o estado de São Paulo a fim de atingir a consolidação dessas importantes áreas que têm como objetivo conservar a biodiversidade e a manutenção dos serviços ambientais.

Além de estruturar os trajetos e classificar as trilhas em diferentes níveis de dificuldade (baixo, médio e alto), o Programa Trilhas de São Paulo criou uma espécie de passaporte para estimular a população a percorrer cada uma destas áreas naturais. O livreto apresenta informações sobre as unidades de conservação e seus principais atrativos naturais e históricos. Também, há espaço para carimbar a trilha percorrida, e cada etapa preenchida vale um brinde.

O Programa Trilhas de São Paulo integra o Projeto Ambiental Estratégico de Ecoturismo da SMA, que, além do passaporte, vai investir nas trilhas do estado paulista lançando manuais de monitoramento dos impactos da visitação e de interpretação ambiental das trilhas. Além disso, a SMA também desenvolve o Projeto de Ecoturismo na Mata Atlântica, que por meio de um contrato firmado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em quatro anos, investirá US$ 15 milhões nos Parques Estaduais de Ilhabela, Ilha do Cardoso, Carlos Botelho, Intervales, Caverna do Diabo e Turístico do Alto Ribeira, consolidando as unidades de conservação como produtos turísticos com capacidade de atrair visitantes, preservando o capital socioambiental das regiões envolvidas.

"É significativo que a SMA estruture um programa estratégico desta envergadura para não só atrair os cidadãos para essas áreas públicas de conservação ambiental, mas também para que por meio dessa ação dê um salto qualitativo na gestão das unidades de conservação do estado", afirma a coordenadora do Programa Mata Atlântica do WWF-Brasil, Luciana Simões.

 
 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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