Brasília (04/08/08)
- Ainda hoje, o elefante africano apreendido pelo
Ibama no Le Cirque, que permanece em MS, será
reavaliado pelo perito judicial. Assim que for liberado
pela perícia, ele e o rinoceronte se juntarão
aos outros 21 animais que estão alojados
no Zoológico de Brasília. O recinto
que vai abrigar o rinoceronte já está
pronto e mede mais de 1600 m2, comparado aos 50
m2 onde ficava no circo. O zôo adapta um espaço
de 2.100 m2 de onde serão transferidos um
jacaré-açu e vários jabutis
para abrigar o elefante africano.
Dos 21 animais alojados no Zoológico
de Brasília sob a guarda do Ibama, somente
os quatro elefantes precisariam de um espaço
maior do que o local onde estão, um espaço
de 2.198,20 m2. O ideal é uma área
de, no mínimo, 5 mil m2. Apesar disso, o
espaço atual é mais de 20 vezes maior
do que a do circo, onde os elefantes se apertavam
sem água e com pouca comida.
As duas girafas estão acomodadas
numa área de 300 m2 com comida disposta em
lugar alto e com espaço vertical livre para
que possam se alongar adequadamente. No Le Cirque,
elas ficavam num espaço de 12,5 m2 e tinham
de se abaixar para se alimentar. Quando em trânsito
para outra localidade, a situação
era pior. O teto da carreta mede 3,5 m e as girafas
chegam a atingir 5 m. Um teto hidráulico
que poderia aliviar a situação vivia
constantemente quebrado.
A hipopótamo se deleita
num lago de 200 m2 de extensão com água
corrente durante o dia todo. A banheira que anteriormente
habitava no circo media 25 m2. Nela, a hipopótamo
bebia água contaminada com fezes e restos
de comida. A zebra vive em amplo espaço (800
m2) com dois camelos. No circo, a zebra mal podia
se mexer em uma área de apenas 7,5 m2 dividida
com 6 pôneis. Os camelos ficavam num lugar
de 12,5 m2 para cada um deles e sem água
e local adequado para a comida.
Após serem submetidos pelo
Le Cirque a dez dias de viagem durante a qual comeram
restos de alimentos misturados a fezes e urina,
os nove pôneis convivem em espaço de
400 m2 considerado ideal pelos técnicos do
zôo. Têm à disposição
comida e água abundantes. As duas lhamas
que, no circo, estavam empilhadas com quatro pôneis
numa área menor que 5 m2, usufruem espaço
ideal com alimento e água abundante.
Os dois chimpanzés se recuperam
dos maus-tratos no Projeto Grupo de Apoio Aos Primatas
(GAP), em Sorocaba. Eles permanecem em quarentena
numa área de 500 m2 para cada um. Assim que
forem introduzidos em comunidades de macacos, usufruirão
o dobro de espaço. No Le Cirque, os primatas
eram mantidos em jaulas de 2,25 m2 e 3,75 m2.