04/09/2008 - Sertãozinho/SP
(4.9.2008) - A demanda interna pelo etanol deve
saltar de 16,47 bilhões de litros no ano
passado para 24,78 bilhões de litros em 2011,
um incremento de 50,46%”.
A informação é do analista
Ângelo Bressan, responsável pela pesquisa
“O etanol como um novo combustível universal”,
trabalho inédito que faz projeções
do mercado até 2011, divulgado pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab) na 16ª Feira
Internacional da Indústria Sucroalcooleira
(Fenasucro), em Sertãozinho/SP, nesta quinta-feira
(4).
De acordo com a pesquisa. as exportações
também seguem em ritmo de crescimento. Até
o final de 2008 serão enviados a outros países
4,17 bilhões de litros, ou 18,21% a mais
que os 3,53 bilhões de litros de 2007. Já
em 2011 as exportações devem chegar
a 6,10 bilhões de litros, um aumento de 72,85%
sobre o resultado do ano passado.
Segundo a análise, essa
mudança reflete a opção de
indústrias, produtores, governo e consumidores
por uma matriz energética limpa. “Após
quatro safras positivas, a frota de veículos
em circulação no País, movidos
exclusivamente à gasolina, caiu de 45% para
8%”, informou Bressan.
+ Mais
Preferência por etanol consolida
safra recorde de cana-de-açúcar
04/09/2008 - Sertãozinho/SP
(4.9.2008) - A indústria sucroalcooleira
vai esmagar 558,72 milhões de toneladas de
cana-de-açúcar na safra 2008. De acordo
com o segundo levantamento feito pela Conab, a quantidade
é recorde, ou 11,4% superior ao volume processado
no ano passado, que foi de 501,54 milhões
de toneladas. O resultado foi anunciado nesta quinta-feira
(4), às 14h30, pelo presidente da estatal,
Wagner Rossi, na 16ª Feira Internacional da
Indústria Sucroalcooleira (Fenasucro), em
Sertãozinho/SP.
Somadas as 151,56 milhões
de toneladas que serão colhidas no próximo
período, e destinadas à fabricação
de rapadura, cachaça, ração
animal e mudas, esta safra já se consolida
como a maior da história do Brasil, com produção
total de 710,28 milhões de toneladas. “Esse
crescimento é registrado, principalmente,
pela ampliação do plantio por 35 novas
usinas e o aumento da produtividade obtido com as
boas condições climáticas”,
explicou Rossi.
A área cultivada passou
de 7,08 milhões para 8,98 milhões
de hectares, expansão que se deu basicamente
em áreas degradadas. "Dos 276 milhões
de hectares de terras cultiváveis no País,
72% são ocupados por pastagens naturais/cultivadas,
15,5% por grãos e apenas 3,2% por cana-de-açúcar.
O restante está com culturas perenes, como
frutas e café”, informou.
Do volume apresentado, 317,82
milhões de toneladas serão para a
fabricação de álcool etílico
(etanol), o que significa 17,29% a mais que em 2007.
Isso vai gerar 27,08 bilhões de litros do
combustível, sendo 63,76% de álcool
hidratado (vendido nos postos) e o restante de álcool
anidro (misturado à gasolina). Já
a fabricação de açúcar
vai consumir 240,89 milhões de toneladas
de cana, crescimento de 4,48%, resultando em 32,78
milhões de toneladas do produto.
Regiões - O Centro-Sul
responde por 487,38 milhões de toneladas
da cana que vai para o setor sucroalcooleiro, o
que corresponde a 87,23% do total que será
industrializado. São Paulo segue como o estado
que mais produz, com 325,61 milhões de toneladas
(58,28%), seguido do Paraná, com 47,01 milhões
de toneladas (8,41%).
Já o Norte/Nordeste destinará
71,33 milhões de toneladas para a indústria.
A colheita na região começou em agosto
e segue até março. O destaque é
de Alagoas, com a quarta maior fabricação
de açúcar e álcool do País,
com previsão de esmagar 30,19 milhões
de toneladas de cana. Para realizar o trabalho,
mais de 50 técnicos da estatal visitaram
388 unidades, entre os dias 28 de julho e 8 de agosto.
Eles entrevistaram representantes de usinas, entidades
de classe, associações e cooperativas.
+ Mais
Protocolo reduz prazo para processo
de queima na colheita da cana-de-açúcar
04/09/2008 - Sertãozinho
(4.9.2008) - O prazo de eliminação
da queimada para colheita de cana-de-açúcar,
previsto para 2021, foi antecipado para 2014, em
áreas mecanizadas, e para 2017 em áreas
não mecanizadas e em declive. Protocolo agroambiental
garantindo a redução de tempo da prática
foi assinado nesta quinta-feira (4), em Setãozinho/SP,
por representantes do governo de São Paulo
e da Organização de Plantadores de
Cana da Região Centro-sul do Brasil (Orplana)
e da União da Indústria de Cana-de-açúcar
(Única), de SP.
O documento foi assinado na reunião
anual da Orplana, que está discutindo, neste
ano, os desafios da produção de cana-de-açúcar.
O diretor substituto de Cana-de-açúcar
Agroenergia, do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), José
Nilton, está participando do encontro. A
Orplana que congrega 22 associações
e 13 mil pequenos e médios produtores de
cana da região centro-sul, representando
70% dos fornecedores independentes de cana-de-açúcar.
De acordo com o ex-ministro da
Agricultura, Roberto Rodrigues, que atua no Centro
de Agronegócios da Fundação
Getúlio Vargas, a agroenergia vai mudar a
geopolítica mundial. Ele lembrou que as terras
tropicais são adequadas para o plantio de
cana e que o Brasil é líder no processamento
de biocombustível a partir desse produto.
Na opinião do ex-ministro,
o País se adaptou às novas demandas
por produção de alimentos e energia
renovável. O agricultor brasileiro atendeu
às exigências do mercado consumidor,
incorporou novas tecnologias, aumentou a produtividade
por hectare plantado e ganhou novos mercados. (Inez
de Podestà)
+ Mais
Fenasucro: estrangeiros conhecem
sistema brasileiro de energia renovável
03/09/2008 - Sertãozinho/SP
(3.9.2008) - A implantação de um programa
de biocombustível em países que querem
uma matriz energética renovável deve
ser uma decisão conjunta do governo e iniciativa
privada. Este tipo de programa inclui várias
etapas (agrícola, industrial, de infra-estrutura
e logística) e não tem um modelo universal.
Cada país desenha seu próprio programa,
levando em consideração as condições
regionais. Começar com mistura de até
5% de álcool à gasolina é uma
boa sugestão, já que não provoca
alteração nos veículos.
A análise é do consultor
da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),
Ângelo Bressan, que acompanhou a visita dos
participantes da 1ª Semana do Etanol: compartilhando
a experiência brasileira à 16º
Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira
(Fenasucro), em Sertãozinho/SP, nesta quarta-feira
(3).
Para Bressan, o governo deve considerar
alguns fatores antes de lançar o programa
de combustível alternativo, limpo e renovável.
Entre eles, o custo de estocagem no período
de entressafra da cana-de-açúcar,
a regularidade da oferta e o controle dos preços
do álcool.
“O marco legal, as legislações,
as especificações técnicas
para controlar a qualidade do produto que oferecerá
ao consumidor são questões que o país
deve resolver para implantar o sistema”, afirmou.
Ele ressaltou que um programa de produção
de biocombustíveis proporciona benefícios
como novos postos de emprego no campo, na indústria,
na montagem da infra-estrutura e de logística,
além de dar mais autonomia aos combustíveis
fósseis, como o petróleo.
Nas condições brasileiras,
o investimento para a implantação
de uma planta de produção, incluindo
os processos agrícola e industrial, é
de cerca de US$ 1 por litro de álcool produzido,
segundo informou Ângelo Bressan.
Os representantes dos países
convidados conheceram as instalações
e estandes da Fenasucro de maquinário, implementos
agrícolas, insumos e processos eletrônicos
de controle. Visitaram também uma micro-destilaria
de álcool, campos experimentais de cana para
a obtenção de novas variedades e implantação
em áreas comerciais. Conheceram também
o Centro Nacional das Indústrias do Setor
Sucroalcooleiro e Energético (Ceise), que
congrega 187 empresas de açúcar, álcool,
energia, equipamentos e máquinas.
No estudo “O etanol como um novo
combustível universal”, a ser lançado
nesta quinta-feira (4), Bressan faz projeções
do aumento da frota de veículos flex e conseqüentemente,
do consumo de álcool. São informações
que contribuem para o planejamento da expansão
da produção de cana, garantindo o
abastecimento interno e gerando excedente para exportação.
(Inez De Podestà)