03 de Setembro
de 2008 - São Paulo (SP), Brasil — É
o que revelam os novos relatórios do Greenpeace,
Geração Solar e Revolução
Elétrica do Mar do Norte, lançados
na Europa.
Em 2030, a energia solar poderá
atender às necessidades energéticas
de dois terços da população
mundial e a geração eólica
em alto-mar, no Mar do Norte, poderá fornecer
energia para 71 milhões de residências
na Europa. Essas são as principais conclusões
dos relatórios internacionais Geração
Solar e Revolução Elétrica
do Mar do Norte (textos em inglês), lançados
esta semana pelo Greenpeace.
O relatório Geração
Solar, que está em sua quinta edição,
foi produzido em conjunto com a Associação
Européia da Indústria Fotovoltaica.
Os números confirmam o impressionante crescimento
da energia solar no mundo e seu enorme potencial
energético. Em 2030, estima-se que estejam
instalados mais de 1.800 GW de painéis fotovoltaicos
no mundo. Essa capacidade deve gerar 2.600 terawatts/hora
(1 tera = mil gigas) de eletricidade por ano, ou
14% da demanda global, atendendo a 1,3 bilhões
de pessoas em áreas cobertas por sistemas
elétricos e outros 3 bilhões de pessoas
em áreas rurais sem acesso a eletricidade.
O setor fotovoltaico será
também o responsável pelo crescimento
de economias locais. O número de empregados
no setor, trabalhando na fabricação,
instalação e manutenção
dos painéis, pode crescer dos atuais 120
mil para 10 milhões no mundo em 2030.
"A energia solar produzida
pelos painéis fotovoltaicos tem um potencial
energético enorme no Brasil e no mundo. Para
viabilizar este potencial, é essencial o
apoio governamental através da aplicação
de medidas políticas como as tarifas feed
in. A aplicação deste mecanismo em
diversos países tem garantido o crescimento
do setor, permitindo que o consumidor possa operar
seu próprio sistema solar em casa e ser remunerado
pela geração excedente de energia",
afirma Ricardo Baitelo, da campanha de Energia do
Greenpeace Brasil.
O relatório Revolução
Elétrica do Mar do Norte, coordenado pelo
3E, aponta as vantagens da interconexão de
parques eólicos offshore entre o Reino Unido,
a Escandinávia, os Países Baixos,
a França e a Alemanha. A conexão reduziria
a variação da geração
eólica no mar e também serviria para
a distribuição de outras energias
renováveis, garantindo o fornecimento estável
de eletricidade ao sistema.
O estudo indica que a geração
eólica offshore no Mar do Norte pode gerar
250 TWh de eletricidade por ano, atendendo a 13%
do suprimento dos países da região.
Um parque offshore médio produz eletricidade
durante mais de 90% do ano e a interconexão
destes parques garantiria uma capacidade firme entre
10 e 68 GW. Esta rede forneceria energia a 71 milhões
de residências e contribuiria para a redução
significativa de gases de efeito estufa.
"O potencial de geração
offshore no Brasil ainda não foi levantado,
mas é certamente superior aos 143 GW do potencial
de geração eólica em terra.
A utilização desta energia no futuro
pode atender a boa parte do aumento da demanda nacional
nas próximas décadas e eliminar definitivamente
a necessidade de construção de termelétricas
fósseis e nucleares, no país",
afirma Baitelo.