12 de Setembro de 2008 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
- Rio de Janeiro - O ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão, afirmou
hoje (12), em Angra dos Reis, que o Brasil já
definiu como prioritária a retomada do programa
nuclear brasileiro e que deverá construir
50 a 60 usinas nucleares nos próximos 50
anos com capacidade de geração de
aproximadamente mil megawatts cada unidade.
As declarações do
ministro foram dadas durante visita ao terreno onde
será construída a Usina Angra 3, que
deverá estar em operação, de
acordo com a expectativa do ministério, em
um prazo de cinco anos.
A unidade terá capacidade
de gerar 1.405 megawatts de energia em sua potência
plena. Para isto, ainda este mês, terá
início a preparação do terreno
onde será construído o canteiro de
obras e o terreno onde será erguida a nova
térmica.
O problema surgido na Bolívia
é mais uma prova de que nós teremos
que dar continuidade ao nosso programa nuclear.
O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva]
entende que a política nuclear é prioritária
para o Brasil e Angra 3 é uma decisão
pessoal do presidente a partir de parecer do CNPE
[Conselho Nacional de Política Energética].
Lobão lembrou que já
estão definidas a construção
de quatro novas unidades nucleares (duas no Sudeste
e outras duas no Nordeste), com capacidade de geração
de cerca de mil megawatts cada uma.
No Nordeste, vários estados
já manifestaram interesse em receber as usinas,
entre eles Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia
- todos querem as usinas. No Sudeste ainda não
houve manifestação neste sentido.
Mas há, sim, um programa em andamento a ser
submetido ao CNPE para a construção
de outras unidades totalizando 60 mil megawatts.
Depois de lembrar que o país
tem 100 mil megawatts de potência instalada,
o ministro afirmou que não haverá
qualquer problema para a obtenção
do licenciamento prévio para o início
das obras de construção da usina de
Angra 3.
Não há dúvidas
de que as licenças não serão
obstáculo e a usina será construída
em cinco anos. Ao longo deste tempo todos os procedimentos
legais necessários serão cumpridos.
As exigências feitas pelo Ministério
do Meio Ambiente chegam a 60 e todas, volto a repetir,
estão sendo cumpridas ou serão ao
longo da obra. Não há nenhuma possibilidade
de a usina não ser construída em função
dessas exigências.
Lobão voltou a afirmar
que o Brasil armazena de forma adequada o lixo nuclear.
A respeito da exigência de que o país
tenha um local definitivo para esses rejeitos, o
ministro afirmou que nenhum país possui esse
espaço.
Nós estamos armazenando
os nossos rejeitos de forma adequada e não
há, em nenhum país do mundo, uma definição
sobre um local definitivo para este armazenamento.
Uma delegação da França esteve
recentemente visitando nossas instalações
e aprovou os nossos procedimentos o consideraram
adequados. E eles possuem uma vasta experiência
no assunto. Mas vamos melhorar ainda mais, destacou
o ministro.