Panorama
 
 
 

LIMINAR DO MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE AFASTAMENTO
DE PREFEITO DE JUÍNA (MT)

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2008

08 de Setembro de 2008 Paulo Adario às margens do Rio Juruena com Atainaene escoltado por PMs.
o Paulo (SP), Brasil — Ele e o presidente da Câmara de Vereadores lideraram expulsão de integrantes de ONGs e jornalistas da cidade em agosto de 2007.

O Ministério Público Federal entrou com uma liminar pedindo o afastamento do prefeito de Juína (MT), Hilton Campos, e do presidente da Câmara dos Vereadores, Francisco de Assis Pedroso, por terem liderado a expulsão da cidade de integrantes do Greenpeace, da ONG Operação Amazônia Nativa (Opan) e de dois jornalistas franceses, em agosto de 2007.

As ONGs acompanham os jornalistas que estavam no município fazendo reportagem sobre queimadas e desmatamento na Amazônia e sobre a vida dos índios enawene nawe, que vivem na aldeia Halatakwa. A recepção do hotel onde os indigenistas e os ambientalistas estavam hospedados foi ocupada por fazendeiros que queriam saber o porquê da presença deles em Juína.

Depois participar de uma sessão para esclarecimentos na Câmara Municipal que durou mais de seis horas, o grupo foi ameaçado e obrigado a deixar a cidade. A ação de Improbidade Administrativa também cita o representante da Federação das Indústrias Paulo Roberto Perfeito e o presidente da Associação dos Produtores Rurais de Rio Preto, Aderval Bento.

O diretor executivo do Greenpeace, Marcelo Furtado, comemorou a decisão afirmando que "garantir o Estado democrático é fundamental para preservar o direito constitucional do cidadão de preservação do meio ambiente".

O procurador da República Mário Lúcio de Avelar pede ainda que os réus sejam condenados à perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida e indenização aos índios por dano moral coletivo.

"Esperamos que o Brasil que aceita ameaças e, eventualmente, a morte de ativistas esteja ficando para trás", diz Furtado.

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Rede Virtual - Cidadã pelo Banimento do Amianto na América Latina
Campanha de proteção aos mares brasileiros chega a Salvador

10 de Setembro de 2008 Túnel sensorial que chegou a Salvador explica os principais problemas e soluções para os oceanos diagnosticados pela nova campanha do Greenpeace.
Salvador (BA), Brasil — Objetivo inicial do trabalho é informar a sociedade sobre a importância dos oceanos e a urgência de medidas de preservação

O Greenpeace promoveu nesta quarta-feira, em Salvador, o lançamento de sua primeira campanha em defesa dos oceanos no Brasil. O trabalho, que terá a duração de pelo menos três anos, tem início com uma série de atividades de divulgação de informações sobre o tema: publicação do relatório À deriva – Um Panorama dos Mares Brasileiros, lançamento do vídeo O Mar é nosso? e inauguração da instalação sensorial Entre Nessa Onda.

A cerimônia de lançamento, realizada no Shopping Salvador, contou com a presença do secretário estadual do Meio Ambiente, Juliano Matos e de representantes das ONGs Conservação Internacional e do Grupo de Ambientalistas da Bahia (Gambá), Guilherme Fraga Dutra e Renato Cunha,
respectivamente.

Os materiais apontam as principais ameaças para os oceanos - aquecimento
global, pesca predatória, diminuição da biodiversidade, descaso governamental etc - e sugerem soluções.

"Uma das saídas é a criação de áreas marinhas protegidas, que são espaços naturais reservados para garantir a reposição das espécies marinhas", diz Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace.

Os oceanos cobrem 71% da superfície da Terra e são os responsáveis por
50% do oxigênio que respiramos.

"Eles estão muito presentes no nosso cotidiano, mas a maior parte das pessoas não se dá conta disso e ssociam os mares somente ao lazer da praia", diz Leandra. "A primeira arte desse trabalho tem o objetivo de informar, sensibilizar e convocar sociedade para um engajamento urgente pela conservação dos mares. Os ceanos são muito importantes para nós. Se eles ficam doentes, o planeta inteiro sofre", afirma a ambientalista.

Mares da Bahia – Entre as ameaças aos mares da Bahia está a pesca predatória, principalmente quando realizada com explosivos. A prática, além de dizimar diversas espécies de peixes, causa danos ao fundo dos mares e à saúde dos pescadores, muitas vezes vítimas de graves acidentes causados pelos explosivos. É necessário um trabalho de informação e engajamento das comunidades de pesca locais, sobre os impactos da pesca predatória e os benefícios da criação e manutenção de áreas marinhas protegidas no litoral baiano.

Abrolhos, primeiro parque nacional marinho brasileiro, que já foi exemplo de conservação, hoje sofre com carência de recursos humanos e financeiros para garantir as atividades de fiscalização e implementação. Outro grave problema no extremo sul da Bahia foi a derrubada da Zona de Amortecimento, que protegeria o entorno do Parque de atividades impactantes, como a exploração de gás e óleo e a criação de camarão em região de manguezal.

"O governo estadual da Bahia deveria encarar a conservação dos oceanos como uma prioridade e exigir a retomada da Zona de Amortecimento do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. É necessário proteger a
biodiversidade dos impactos do desenvolvimento econômico, não aliados à uma política de sustentabilidade", afirma Leandra.

Um dos objetivos da campanha de oceanos do Greenpeace é divulgar informações sobre a situação precária de áreas marinhas protegidas como Abrolhos. "Também vamos exigir do governo a criação e implementação efetiva de outras áreas" diz Leandra.

A instalação interativa "Entre Nessa Onda" é a atração de 10 a 20 de setembro no Shopping Salvador. Dentro de um túnel de quase 30 metros de comprimento e 210 metros quadrados, foram criados quatro diferentes ambientes que, com a ajuda de sons e aromas, retratam o estado de conservação dos oceanos. No final, os visitantes são convidados a assistir um documentário de 12 minutos.

Bandeira antiga – A campanha pelos mares brasileiros é uma expansão do trabalho de conservação dos oceanos que o Greenpeace desenvolve desde 1974, quando a organização fez a sua primeira campanha em defesa das baleias. Naquele tempo, o Greenpeace já incluía nas discussões temas como sobre aquecimento global, pesca predatória, contaminação dos oceanos e exploração de gás e petróleo.

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Manifesto do FBOMS contra o Programa Nuclear Brasileiro: O Brasil é Renovável

12 de Setembro de 2008 - Brasília (DF), Brasil — ONGs e entidades do movimento social criticam decisão do governo brasileiro de retomar e ampliar o programa nuclear.

Na véspera do 21º aniversário do acidente com o Césio-137 em Goiânia (sábado, dia 13 de setembro), um triste marco da insegurança nuclear no Brasil, o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS) reafirma seu repúdio ao Programa Nuclear Brasileiro.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem anunciando, à revelia da sociedade e do Congresso Nacional e em flagrante desrespeito à democracia e à Constituição Federal, o licenciamento ambiental de Angra 3, acordos binacionais com a Argentina para fabricação de combustível nuclear, novos investimentos públicos em pesquisas de enriquecimento de urânio e metas de ampliar a mineração de urânio, bem como a construção de pelo menos outras quatro usinas nucleares no país.

Com a ampliação do seu programa nuclear, o Brasil acelera na contramão do desenvolvimento sustentável investindo nessa fonte cara, insegura e suja. O orçamento para a construção de Angra 3 é estimado em pelo menos R$ 7,3 bilhões e a usina apresenta custos de geração maiores do que a hidroeletricidade e geração eólica. A conta do governo tampouco inclui recurso financeiro real para o descomissionamento das usinas nucleares após o término de sua vida útil, que é de cerca de 40 anos, ou mesmo para o gerenciamento futuro dos rejeitos radioativos.

Usinas nucleares são perigosas, como comprovam o triste legado do acidente de Chernobyl e os recentes incidentes e vazamentos de urânio na França, país de amplo parque atômico, demonstrando as graves perdas humanas, físicas e financeiras e evidenciando os seus riscos incalculáveis e inaceitáveis. No caso da usina Angra 3, o plano de emergência previsto se torna inexeqüível para o caso de sinistro já que não considera, entre outros fatores, o alto índice de crescimento da população de Angra dos Reis, na casa de 5,9 % ao ano.

Vale lembrar ainda que as usinas de Angra 1 e Angra 2 estão construídas sobre a areia, em terreno instável, e não foram incluídos dispositivos de segurança relacionados aos riscos de elevação do nível do mar, conforme cenários apresentados em 2007 pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Tampouco existe planejamento do governo federal sobre a capacidade de suporte para a região de Angra dos Reis absorver o fluxo migratório conseqüente das obras de Angra 3.

O ciclo de vida da energia nuclear gera impactos ambientais e riscos desde a mineração do urânio até o armazenamento do lixo radioativo. A mineração e beneficiamento de urânio em Caetité (BA), de onde sai o concentrado de urânio que abastece as usinas nucleares de Angra dos Reis opera há 8 anos sob forte rejeição da população local, junto à ocorrência de acidentes, vazamentos e licenças controversas. Com a construção de Angra 3, o setor nuclear planeja dobrar a capacidade produtiva da mina baiana e já se mobiliza para iniciar a exploração de urânio em Santa Quitéria (CE). Assim, quanto maior a demanda por combustível nuclear, maiores os impactos sociais e ambientais da mineração e maior a freqüência de transportes de materiais nucleares que atravessam áreas densamente povoadas nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro.

O lixo radioativo resultante da geração nuclear continua a ser um grande> > problema sem solução. Como não existe tecnologia definitiva, os rejeitos precisam ser armazenados em depósitos e controlados por milhares de anos, criando grande pressão sobre a estrutura de Estado além de enormes custos financeiros que serão eternamente repassados aos contribuintes. O lixo de alta radioatividade de Angra 1 e 2 continua a ser estocado dentro do próprio vaso do reator, o que aumenta ainda mais o risco potencial da operação.

Ao exigir, na licença prévia de Angra 3, uma solução definitiva para o lixo radioativo, o Ibama transformou em condicionante uma questão que deveria ter sido equacionada durante o Estudo de Impacto Ambiental do empreendimento. Resta agora saber como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Eletronuclear responderão ao prazo de 60 dias estipulado pelo presidente Lula em reunião com 11 ministros em 18 de agosto passado para definição do destino dos rejeitos de Angra 3, e apresentar uma solução que não foi encontrada em nenhum lugar do mundo durante toda a história da energia nuclear.

Desde o primeiro mandato do governo Lula, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) funciona de forma ilegítima, sem a devida nomeação de cidadão brasileiro especialista em energia e que teria direito a voto, conforme previsto em regimento. Exigimos a democratização imediata do CNPE para permitir um debate minimamente transparente sobre o planejamento energético brasileiro. É fundamental, ainda, que se cumpram as Resoluções nº 5 de 2001 e nº 8 de 2002 do CNPE, assim como a Moção nº 31 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que ressalta que a avaliação da viabilidade ambiental do empreendimento Angra 3 só será possível mediante realização dos procedimentos do licenciamento ambiental previstos na legislação.

Criticamos a proposta de criação de uma comissão de especialistas argentinos e brasileiros - o Comitê Binacional de Energia Nuclear (Coben) - para desenvolver um modelo de reator nuclear de geração de energia elétrica, assim como a criação de uma empresa binacional de enriquecimento de urânio. A cooperação com a Argentina e os demais países do Mercosul e da América Latina deve fortalecer o desenvolvimento e a transferência de tecnologias para energias renováveis, reafirmando o compromisso de uma plataforma de 10% de energias renováveis na matriz energética regional.

Questionamos a visão expressada em reunião do recém-convocado Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, de que haveria consenso no governo de que a energia nuclear deve ganhar mais importância na matriz energética brasileira. As usinas de Angra 1 e Angra 2, juntas, respondem por menos de 2% da eletricidade gerada no Brasil. Construir novas usinas nucleares não afasta o medo de um novo apagão, estimulado através de informações errôneas sobre o potencial energético do Brasil, já que não muito provavelmente seriam concluídas antes de 2020 e teriam participação pouco significativa na matriz nacional. Não podemos, tampouco, comparar o Brasil em termos de recursos naturais com relação a outros países que utilizam esta fonte para gerar energia.

O governo brasileiro não pode continuar ignorando o enorme potencial da eficiência energética e das fontes renováveis de energia, tais como a eólica, a biomassa e a solar e Pequenas Centrais hidrelétricas, desde que sejam respeitadas todas as salvaguardas socioambientais que garantam a sustentabilidade de tais empreendimentos.

Em Goiânia, o acidente com o Césio-137, elemento altamente radioativo, ocorreu no dia 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi furtado das instalações de um hospital abandonado. O instrumento roubado foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação. Matou, até hoje, 60 pessoas, causando doenças como câncer de tiróide e de pulmões em dezenas de outras e contaminando mais de 6mil vidas, segundo a Associação de Vítimas do Césio -137. As vitimas do acidente lutam até hoje por amparo e reconhecimento apropriados.

O aniversário do acidente de Goiânia deve ser um momento de reflexão. A sociedade brasileira não quer e não precisa conviver com ameaças nucleares e depósitos de lixo radioativo. O Brasil é renovável.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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