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JUSTIÇA OBRIGA PETROBRAS A FORNECER DIESEL MENOS POLUENTE A PARTIR 2009

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2008

16 de Setembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Justiça Federal em São Paulo decidiu hoje (16), por meio de liminar, que a Petrobras será obrigada a fornecer o diesel S-50 – menos poluente, com concentração de 50 partes por milhão de enxofre – para o abastecimento de veículos novos que entrarem no mercado a partir de janeiro de 2009.

Pela decisão, pelo menos uma bomba em cada posto de abastecimento deverá oferecer o combustível menos poluente. O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo já anunciou que vai recorrer da decisão para que a liminar obrigue o fornecimento para toda a frota a diesel, e não apenas para os veículos novos.

A decisão é mais um capítulo da polêmica sobre a redução da concentração de enxofre no diesel, determinada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que deve entrar em vigor no início do próximo ano. Atualmente, a concentração no diesel brasileiro é de 500 ppm nas regiões metropolitanas e de 2.000 ppm nas áreas rurais. A Petrobras, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a indústria automobilística querem mais tempo para se adequar à redução.

O juiz José Carlos Motta, da 19ª Vara Federal de São Paulo, considerou “injustificável” a demora das partes envolvidas em se prepararem para cumprir a norma, editada em 2002. Segundo ele, tanto a Petrobras quanto as montadoras de veículos detêm conhecimento tecnológico para produção de novos tipos de combustíveis e de motores para se adaptarem à regra.

A liminar determina ainda que a ANP regulamente a distribuição do diesel S-50 no prazo de 90 dias. Cabe à agência determinar as condições regulatórias para garantir o fornecimento do diesel menos poluente em todo território nacional.

De acordo com o MPF, o pedido de extensão da obrigatoriedade é justificado porque “a Resolução 315 do Conama não traz nenhuma distinção entre veículos novos e antigos”, ou seja, a utilização do combustível menos poluente deveria valer para todos a partir de 2009.

Na última quarta-feira (10), o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apresentou ao Conama uma proposta para antecipar de 2016 para 2012 a adoção do diesel S-10 (menos poluente que o S-50) no abastecimento da frota de veículos pesados. De acordo com o MMA, essa será a única proposta de alteração no cronograma da regra. O ministro negou que intervirá pelo adiamento total da regra.

“O possível descumprimento da Resolução Conama 315 por parte das indústrias será resolvido no âmbito do Ministério Público ou do Poder Judiciário”, informou o ministério, em nota técnica.

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Petrobras diz que vai fornecer diesel com menos enxofre no prazo, mas só para veículos novos

16 de Setembro de 2008 - Luana Lourenço e Sabrina Craide - Repórteres da Agência Brasil - Brasília - A Petrobras informou hoje (16) que irá fornecer, a partir de 2009, o diesel S-50, com concentração de enxofre de 50 partes por milhão, em resposta à decisão da Justiça Federal em São Paulo que obriga a estatal a garantir o combustível menos poluente em pelo menos uma bomba de cada posto de abastecimento do país.

Em nota, a Petrobras informou que “reafirma seu compromisso de fornecer a partir de 2009 o diesel 50 ppm a ser utilizado pelos veículos com tecnologia P6 da Resolução 315 Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente]”. O Ministério Público Federal (MPF), que briga na Justiça pelo cumprimento da norma, argumentou que o diesel S-50 traz benefícios ambientais mesmo em veículos antigos e quer que o fornecimento atenda também a frota já em circulação.

A resolução do Conama, editada em 2002, prevê a redução na concentração do enxofre, que atualmente é 500 ppm nas regiões metropolitanas e de 2.000 ppm nas áreas rurais.

No entanto, a redução corre o risco de não entrar em vigor na data prevista, janeiro de 2009. Em um jogo de empurra-empurra, a indústria automobilística e a própria Petrobras argumentam que não poderiam cumprir a resolução porque não receberam a tempo a norma com especificações técnicas para o novo combustível, que deveria ter sido repassada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 2005, mas só foi encaminhada em novembro de 2007.

A Petrobras só disponibilizou o combustível de referência para teste pelas montadoras em junho de 2008.

Na nota enviada à Agência Brasil, a estatal informou que pretende investir “US$ 8,5 bilhões até 2012 na melhoria da qualidade dos combustíveis, inclusive implantação de unidades de hidrotratamento em nove refinarias, destinadas à redução do teor de enxofre do diesel”.

A decisão da Justiça também deu prazo de 90 dias para que a ANP regulamente a distribuição do diesel S-50 em todo o país. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da ANP não respondeu à solicitação de informações sobre o posicionamento da agência em relação à decisão judicial.

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ANP vai recorrer de decisão da Justiça sobre concentração de enxofre no diesel

17 de Setembro de 2008 - Luana Lourenço* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou hoje (17) que vai recorrer da decisão liminar da Justiça Federal em São Paulo que deu prazo de 90 dias para que a agência regulamente a distribuição do diesel S-50, com menor concentração de enxofre. Cabe à ANP determinar as condições regulatórias para garantir o fornecimento do diesel menos poluente em todo território nacional.

“A Procuradoria-Geral da ANP vai recorrer desta liminar. A agência fez a especificação após concluir estudos sobre a viabilidade para a introdução do S-50 no Brasil”, informou a assessoria de imprensa da autarquia.

De acordo com resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que determinou a redução dos níveis de enxofre no diesel, a ANP deveria ter repassado a norma com especificações técnicas para o novo combustível em 2005, mas só o fez em 2007.

A indústria automobilística argumenta que, por causa do atraso, não há tempo hábil para produzir novos motores para o diesel S-50 a tempo de cumprir a norma, que deveria entrar em vigor em janeiro de 2009.

A decisão também obrigou a Petrobras a fornecer o diesel S-50 em pelo menos uma bomba em cada posto de combustíveis do país para o abastecimento de veículos novos que entrarem no mercado a partir de janeiro de 2009.

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Lula voltará a defender a produção de biocombustíveis na ONU

18 de Setembro de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Brasil continuará comprometido com a utilização de fontes renováveis de energia, principalmente os biocombustíveis, mesmo com as recentes descobertas de petróleo na costa brasileira. Esta será a mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso na abertura da 63ª Sessão da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na próxima terça-feira (23), em Nova York.

De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, o presidente Lula vai defender o multilateralismo como importante ferramenta para equacionar as crises ambiental, de alimentos e energética. O presidente, ainda segundo o porta-voz, vai enfatizar que os biocombustíveis não são os culpados pela crise dos alimentos, e podem ser uma oportunidade para os países em desenvolvimento.

A produção de biocombustíveis foi defendida por Lula no ano passado na sede da ONU.

O presidente também vai apresentar as iniciativas brasileiras para o combate à fome e à pobreza, durante uma reunião de alto nível da ONU sobre metas de desenvolvimento do milênio.

Segundo Baumbach, o presidente vai pedir que a comunidade internacional mobilize recursos adicionais para combater a pobreza, além de sugerir um esforço concentrado para elevar a produção de alimentos nos países pobres, incluindo a eliminação dos subsídios concedidos pelos países desenvolvidos aos produtores agrícolas.

Em outro evento de alto nível sobre as necessidades de desenvolvimento da África, Lula deve ressaltar que a produção de etanol de cana-de-açúcar pode ser uma oportunidade para que o continente viabilize seu desenvolvimento.

O ingresso do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU deve ser defendido novamente por Lula. O assunto será tratado em encontros bilaterais com representantes de diversos países.

O presidente também vai defender a candidatura do professor brasileiro Antônio Augusto Cansado Trindade à Corte Internacional de Justiça.

Segundo Marcelo Baumbach, apesar de não estar prevista a realização de reuniões específicas para tratar da crise econômica mundial, o tema deverá ser abordado informalmente nos encontros bilaterais dos presidentes e em outras reuniões realizadas na ONU.

O porta-voz disse que Lula defende que os países que estão no epicentro da crise devem tomar as medidas necessárias para que ela seja combatida o mais rápido possível e para que não prejudique o desenvolvimento dos países mais pobres.

Ainda em Nova York, o presidente Lula será homenageado, em um jantar, com a insígnia de ouro da Sociedade das Américas e do Conselho das Américas. Ele também receberá o Prêmio ao Sucesso Internacional 2008, da agência de notícias Inter Press Service (IPS).

A partida do presidente para os Estados Unidos está prevista para as 15h de domingo (21).
Lula deve estar de volta em Brasília na próxima sexta-feira (26), às 9h.

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Meio Ambiente teve mais de R$ 3 bilhões em royalties de petróleo contingenciados

17 de Setembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Mais de R$ 3 bilhões em royalties pagos pela exploração petróleo, destinados ao orçamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA), deixaram de ser utilizados em ações de preservação para abastecer a reserva de contingência do governo, o chamado superávit primário. O dado faz parte de levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) sobre fontes de financiamentos e gastos da área ambiental.

De acordo com o estudo, entre 2002 e 2007, o MMA deveria ter recebido R$ 3,8 bilhões de royalties de petróleo, recursos hídricos e minerais vinculados por lei ao orçamento da pasta. No entanto, o montante efetivamente aplicado foi de R$ 606 milhões, cerca de 15,9% do total, e o restante foi contigenciado.

“Existem recursos e eles não são utilizados para o que deveria ser. Sabemos que o governo faz um esforço para manter o equilíbrio fiscal, mas eu diria basicamente que isso é falta de controle de aplicação da lei” , afirmou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Segundo ele, o equilíbrio fiscal não pode se sobrepôr à preservação do meio ambiente.

Segundo o relatório da CNM, o percentual de recursos do MMA transferidos para o superávit primário cresceu progressivamente, de 27,4% em 2003 para 89,4% em 2007. “Isso deixa claro que o governo institucionalizou a destinação de recursos de royalties para o pagamento de juros da dívida”, apontou o estudo.

Ziulkoski defendeu que a destinação efetiva dos royalties do Ministério do Meio Ambiente poderia fortalecer a gestão ambiental nas cidades. “Temos cerca de 600 municípios que municipalizaram o controle ambiental com impacto local e até regional; e uma das dificuldades [para execução] são fontes de financiamento para isso. E é nos municípios que as coisas acontecem”, argumentou.

O presidente da CNM acrescentou que a transferência de recursos ambientais para outras reservas pode comprometer a imagem do Brasil, ao requerer ajuda internacional para ações de preservação, como a confirmada ontem (16) pelo governo da Noruega. “Se as pessoas que podem eventualmente alavancar recursos para cá souberem que o que tem aqui não é aplicado; isso pode até dificultar que outros países venham nos auxiliar. A gente não quer trocar seis por meia dúzia; se o dinheiro existe, seja ele da Noruega, dos Estados Unidos, da África, ou de recursos próprios, tem que ser aplicado”, disse Ziulkoski.

De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, pelo menos R$ 600 milhões dos royalties deverão efetivamente ganhar utilidade ambiental. A expectativa do ministro é que mudanças na Lei do Petróleo garantam parte dos recursos ao Fundo de Mudanças Climáticas “para aplicações em redução de emissões [de gases de efeito estufa], tecnologia limpa, prevenção e mitigação”.

Atualmente, a lei prevê que esse dinheiro seja utilizado integralmente na mitigação de vazamentos de óleo no oceano. Como esses acidentes são raros, na prática, o recurso vai direto para a reserva do superávit.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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