21 de Setembro de 2008 -
Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - O número de espécies
da flora brasileira ameaçadas de extinção
passou de 108 espécies, em 1992, para 472
espécies, mais do quadruplicando em um período
de apenas 16 anos. Os dados fazem parte da nova
Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira
Ameaçadas de Extinção, elaborada
pela Fundação Biodiversidade, sob
encomenda do Ministério do Meio Ambiente.
De acordo com a lista, os biomas
com maior número de espécies ameaçadas
são as da Mata Atlântica (276), do
Cerrado (131) e da Caatinga (46). A Amazônia
aparece com 24 espécies, o Pampa com 17 e
o Pantanal com apenas duas. A disparidade de números
em relação às 472 espécies
hoje ameaçadas é justificada pelo
fato de que algumas espécies aparecem em
mais de um bioma
Ao comentar os resultados da lista
divulgada, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,
reconheceu que há uma preocupação
maior com as espécies da Mata Atlântica,
o bioma mais ameaçado, embora também
haja outros que estão seguindo na mesma direção.
“Sem dúvida que a Mata
Atlântica é o mais ameaçado,
mas também há outros biomas seguindo
na mesma direção: o Cerrado é
um bioma que também está muito ameaçado,
o que está levando o Ministério do
Meio Ambiente a lançar um plano de defesa
do Cerrado. As pessoas falam muito da Amazônia,
mas o Cerrado está muito ameaçado
e também a Caatinga, que está sendo
destruída em um ritmo ainda mais agressivo
do que a Amazônia”, disse Minc.
No que se refere às regiões
brasileiras, o Sudeste apresenta o maior número
de espécies ameaçadas, com 348; seguido
do Nordeste, com 168; do Sul, com 84; do Norte,
com 46; e do Centro-Oeste, com 44 espécies.
Neste contexto, segundo a lista divulgada pelo Ministério
do Meio Ambiente, os estados com o maior número
de espécies ameaçadas de extinção
são Minas Gerais (126), Rio de Janeiro (107),
Bahia (93), Espírito Santo (63) e São
Paulo (52).
A primeira Lista Oficial das Espécies
da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção
foi editada em 1968, com a inclusão de apenas
13 espécies nessas condições.
Em 1980 foi publicada uma nova lista, com a inclusão
de mais 13 espécies. Tanto na lista de 1992
como na de 2008 existem doze espécies de
importantes madeireiras ameaçadas de extinção,
tendo sido adicionada a esta última lista
apenas uma espécie: o “pau-roxo” (Peltogyne
maranhensis), da Amazônia.
Entre as outras espécies
de uso econômico incluída na lista
estão algumas de fator alimentício
(caso do palmito); medicinal (jaborandi); cosmético
(pau-rosa) e também ornamental. Tanto o pau-rosa
como o jaborandi já constavam da lista de
1992.