22/09/2008
- No primeiro semestre de 2008, foi autorizada a
supressão de vegetação em 952
hectares do Estado de São Paulo, o que representa
18% do montante do ano anterior, quando 5.290 ha
foram suprimidos, incluídos nesse total a
supressão de vegetação em pastos
abandonados e em áreas agrícolas não
cultivadas. Estas informações foram
divulgadas hoje (22/9) pela Secretaria do Meio Ambiente
do Estado, em solenidade que contou com a presença
de entidades como a SOS Mata Atlântica, WWF
- Brasil, Pick – upau e outras.
Se essa tendência continuar,
no final de 2008, teremos uma das menores taxas
de autorizações de supressão,
desde 2000. O balanço demonstra que, após
a edição do Projeto Ambiental Estratégico
“Desmatamento Zero”, já se pode notar a queda
no total de áreas autorizadas para corte
de vegetação.
Os dados do Departamento Estadual
de Proteção dos Recursos Naturais
– DEPRN, órgão da Secretaria do Meio
Ambiente, indicam que 62% dos 952 ha com autorização
de supressão são de capoeira - vegetação
em inicio da regeneração com baixa
diversidade de espécies. O cerrado, bioma
para o qual a concessão de autorização
de supressão está congelada pelos
próximos seis meses, foi objeto de 15% das
autorizações concedidas, percentual
inferior ao das autorizações classificadas
no item diversos (várzeas, vegetação
rasteira), que ficou com 20%. Nas matas foram autorizados
apenas 3% do total do semestre. “Esse percentual
corresponde a 28 hectares de mata que foram realmente
desmatadas. Isso é muito pouco”, disse Xico
Graziano, secretário estadual do Meio Ambiente.
Por região do Estado, o
Vale do Ribeira, com 34%, teve o maior número
de autorizações concedidas, sendo
19% para as áreas de capoeira, pois esta
é uma região onde a agricultura familiar
é praticada de forma mais intensa. No outro
extremo está a região de São
José do Rio Preto com apenas 0,5% das licenças
concedidas em todo o Estado. As regiões metropolitanas
de Campinas e São Paulo tiveram 17% e 15%,
respectivamente, das autorizações.
Em Campinas, predominaram as autorizações
para áreas de cerrado e, em São Paulo,
para capoeira.
A atuação da Polícia
Militar Ambiental também foi fundamental
para complementar os dados do DEPRN. Ocorreu em
2008 uma redução de 572 hectares de
desmatamentos ilegais em comparação
com o primeiro semestre de 2007. Enquanto, entre
os meses de janeiro a junho de 2007, foram registrados
1.575 ha suprimidos ilegalmente, em 2008 foram 1.003
ha. A redução se deveu à intensificação
das fiscalizações e denúncias.
Em 2007, foram 46.837 boletins de ocorrência
registrados no primeiro semestre ante os 47.854
em 2008. Estas ocorrências resultaram 2.272
e 2.610 autuações, respectivamente.
O aumento das fiscalizações
também pode ser observado pela quilometragem
rodadas pelas viaturas da Polícia Ambiental.
Nos seis primeiros meses de 2007, foram 3.153.345
km percorridos para investigar os crimes ambientais
do Estado. Em 2008, já foram percorridos
3.409.436 km para combater as ações
ilegais contra o meio ambiente. “Em 2008, o que
a Polícia Ambiental percorreu em fiscalizações
corresponde a 85 voltas no planeta”, compara o secretário.
Ao lado da tendência
de queda de desmatamentos, o secretário enfatiza
as informações do cadastro de recuperação
de matas ciliares. De acordo com o Projeto Ambiental
Estratégico “Mata Ciliar”, 240 mil hectares
de vegetação que protegem as margens
dos corpos d´água foram cadastrados,
a partir da informação dos proprietários
rurais, atendendo à Resolução
SMA 42/07.
Texto: Ludmilla Fregonesi Fotografia: José
Jorge