22 de
Setembro de 2008 - Morillo Carvalho - Repórter
da Agência Brasil - Wilson Dias/Abr - Brasília
- O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o
cacique Raoni, que apresentou a primeira brigada
de bombeiros indígenas. O grupo atua há
dois anos dentro de uma reserva kayapó na
divisa entre os estados de Mato Grosso e do Pará
Brasília - Oitenta porcento de queimadas
a menos. Este foi um dos resultados do trabalho
da primeira brigada de bombeiros indígenas,
que atua na reserva dos Kayapó na divisa
dos estados de Mato Grosso e do Pará há
cerca de dois anos. A diminuição do
número de queimadas foi registrado este ano
- em comparação a 2007.
Hoje (22), o líder indígena
cacique Raoni apresentou o projeto ao ministro do
Meio Ambiente, Carlos Minc, que elogiou a iniciativa
e disse que pretende expandi-la.
“Estamos preocupados, contratamos
brigadistas e temos apoiado os Kayapó, mas
esse resultado que eles obtiveram de redução
de 80% é muito significativo. E como há
muitas queimadas e desmatamentos em terras indígenas
e em parques nacionais, essa experiência deve
ser passada para outras comunidades indígenas
e para nossos parques”, disse.
Os índios são capacitados
pelos bombeiros em três módulos de
45 dias cada e aprendem de lições
de primeiros socorros à confecção
de abafadores e bombas costais para apagar focos
de incêndio. Hoje, os abafadores usados pelos
bombeiros são produzidos por uma indústria
canadense. Os usados pelos índios brigadistas
são confeccionados com tapetes de borracha
usados em automóveis e cabos de vassoura.
No total, a área protegida é de 11,2
milhões de hectares.
Participaram do curso 35 indígenas,
de diversas etnias, e que, agora, se tornarão
multiplicadores do trabalho – eles vão ensinar
aos demais, em suas aldeias, as lições
que aprenderam. Para o cacique Raoni, o aprendizado
ajudará os mais jovens a conservarem a floresta
– a área em que vivem é composta por
três biomas: a Amazônia, a floresta
Andina e o Cerrado.
“Como eles começaram, têm
que continuar para treinar os mais jovens e ensinar
sobre os riscos do fogo e a cuidar bem do território.
O trabalho na defesa da floresta é importante,
mas também é preciso trabalharmos
na área de vigilância e segurança,
porque ainda ocorrem invasões”, pediu o cacique.
Minc se comprometeu a pedir ajuda ao ministro da
Defesa, Nelson Jobim.