25/09/2008
- A Secretaria Estadual do Meio Ambiente declarou
guerra ao consumo e produção do palmito
ilegal. A campanha “Consuma palmito sustentável”,
lançada, em 25.09, no Parque Villa-Lobos,
zona Oeste da Capital, objetiva orientar e conscientizar
a sociedade com relação aos cuidados
para o consumo do produto.
Estruturada em três pilares:
conscientização, fiscalização
e fomento, a campanha contou com a adesão
do artista plástico Eduardo Srur, que construiu
um painel confeccionado com vidros de palmitos apreendidos
pela Polícia Militar Ambiental em suas ações
de combate aos palmiteiros que atuam, ilegalmente,
em áreas de Mata Atlântica.
O palmito pode ser extraído
do caule de três espécies de palmeiras:
juçara, pupunha e açaí. A primeira
é nativa da Mata Atlântica e as demais
são originárias da Amazônia.
A diferença entre as palmeiras é que
a espécie juçara nasce de uma semente
constituindo um único tronco, enquanto as
demais formam touceiras. Assim, ao se extrair o
palmito, a palmeira juçara é sacrificada,
enquanto a pupunha e o açaí possuem
“filhotes” que brotam com o corte do tronco principal.
Outra diferença é
que a juçara demora de 8 a 12 anos para produzir
um palmito de qualidade, enquanto o pupunha pode
ser extraído após 18 meses do plantio.
Por esse motivo que a juçara encontra-se
em risco de extinção.
Para o secretário estadual
de Meio Ambiente, Xico Graziano, a população
deve ficar alerta e consciente. “Sem saber a origem,
as pessoas não devem consumir o palmito”,
destacou. Envolvido com a questão por conta
da obra, Eduardo Srur passou a lição
adiante. “Todas as pessoas que participaram na montagem
da obra já aprenderam a não consumir
juçara”, declarou.
Com a finalidade de promover a
recuperação florestal, principalmente
com a utilização de espécies
ameaçadas de extinção, Graziano
assinou a Resolução SMA nº 68
que estabelece regras para a coleta e utilização
de sementes oriundas das Unidades de Conservação
do Estado e determina que as mesmas sejam destinadas
à recuperação de áreas
de preservação permanente, reservas
legais e outras áreas degradadas, entre outros
usos.
Link da Resolução
A Polícia Militar Ambiental
apreendeu 36.310 unidades de palmito juçara
“in natura”, em 2007. Em 2008, até o mês
de agosto, já foram apreendidas 20.169 unidades.
A região de Sorocaba foi a que registrou
o maior número de apreensões de palmito
juçara “in natura” realizado pela Polícia
Ambiental no primeiro semestre de 2008. No Litoral
Norte constatou-se queda representativa das apreensões
no primeiro semestre de 2008 em comparação
com o mesmo período de 2007. No início
do ano passado, foram apreendidas na região
cerca de 7.000 unidades de palmito juçara
“in natura” e, em 2008, aproximadamente 1.000 unidades.
Com a campanha, a fiscalização será
intensificada, com o objetivo de combater a extração
ilegal.
Saúde
A campanha visa, também,
preservar a saúde pública, alertando
que o palmito clandestino, oferecido em vidros,
é produzido sem as necessárias condições
sanitárias podendo apresentar a bactéria
causadora do botulismo, doença que pode levar
à morte. A campanha orienta que antes de
comprar um vidro de palmito, o consumidor observe
no rótulo a espécie de palmeira da
qual foi extraído e o número de registro
do produto no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
e na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - ANVISA. Os palmitos comercializados
“in natura” em beiras de estrada são, geralmente,
de origem ilegal, coletados por palmiteiros em áreas
de Mata Atlântica.
A Prefeitura de São
Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Coordenação
das Subprefeituras, determinou no último
dia 18.09, a proibição da utilização
e comercialização de qualquer produto
de origem ilegal, em especial o palmito, em feiras
livres. O descumprimento da determinação
acarretará no cancelamento da matrícula
do comerciante.
Veja a resolução no link:
www.ambiente.sp.gov.br/uploads/arquivos/legislacoesambientais/Resolucao_SMA_68_2008.pdf
Texto: Valéria Duarte Fotografia: José
Jorge