O governo
do Paraná tem trabalhado intensamente para
garantir a exploração correta e a
proteção do Aqüífero Guarani
em território paranaense. Por meio de pesquisas
e ações de monitoramento, além
do plantio de matas ciliares nos pontos de recarga,
a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
vem assegurando a quantidade e qualidade dos recursos
acumulados no reservatório.
A viabilidade de instalação
dos poços que receberam ordem de serviço
do governador Roberto Requião para operação
em Londrina, nesta sexta-feira (26), por exemplo,
foram descobertos por pesquisas da Superintendência
de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e
Saneamento Ambiental (Suderhsa), vinculada à
Secretaria.
O presidente da Superintendência,
João Lech Samek, destaca que atualmente existem
cerca de 60 poços no Paraná. “Os principais
exploram as camadas mais superficiais, localizadas
no início do Terceiro Planalto Paranaense,
como na Serra da Esperança, próximo
a Guarapuava, e são utilizados, em sua maioria,
para incentivar o turismo”, detalha.
Mas, segundo ele, também
há casos de abastecimento de municípios
paranaenses, como dois poços já perfurados
em Ibiporã que irão substituir o manancial
de superfície formado pelo Rio Jacutinga
no abastecimento da cidade. “Os estudos feitos para
a perfuração destes poços retomaram
as pesquisas sobre o aqüífero na região
Norte, que estavam paradas há 25 anos devido
a informações que indicavam possível
má qualidade daquelas águas”, ressalta
Samek.
Somadas, as vazões dos
poços de Ibiporã atingem 1,2 mil metros
cúbicos por hora. Também existem poços
para abastecimento público perfurados em
Bandeirantes e Marechal Cândido Rondon.
PROTEÇÃO – Para
garantir a conservação do aqüífero,
a Suderhsa promove ações de monitoramento
e controla a emissão de outorgas para exploração
de seus recursos naturais. A quantidade de água
subterrânea dos aquíferos que pode
ser bombeada com segurança ano após
ano, depende da capacidade do reservatório
natural e das condições climáticas
e geológicas que possibilitem a recuperação
do aqüífero – por isso a importância
das pesquisas e da outorga, instrumento de gestão
que permite a exploração do recurso
hídrico.
O geólogo da Suderhsa Everton
de Souza explica que a água existente num
reservatório natural foi acumulada por anos
ou mesmo séculos. “Se a quantidade de água
retirada através do poço for menor
que a quantidade recuperada através da infiltração,
o bombeamento pode continuar indefinidamente, sem
causar qualquer efeito desastroso”, afirma. “Porém,
se o bombeamento for maior que a recarga, poderá
haver, em longo prazo, o esgotamento do aqüífero”,
alerta.
As áreas de infiltração
ou recarga são regiões onde o Aqüífero
Guarani encontra-se mais vulnerável. O uso
inadequado das terras localizadas nessas áreas
pode, portanto, comprometer a qualidade da água.
Desta forma, existe a necessidade de cuidados especiais
quanto ao manejo, em particular quanto à
disposição de produtos tóxicos,
lixo urbano, rejeitos industriais e aplicação
de agrotóxicos no solo. De acordo com o geólogo,
a gestão sustentável do Aqüífero
Guarani depende da identificação e
controle das fontes de poluição em
toda sua extensão, não só nas
áreas confinadas, mas também e, principalmente,
nas áreas de recarga.
Ele ainda citou outras iniciativas
paranaenses para proteção do reservatório.
“Estamos recuperando as matas ciliares nos pontos
de recarga do Aqüífero Guarani e intensificamos
a fiscalização e o monitoramento das
áreas de ocorrência das reservas subterrâneas.
A elaboração do Zoneamento Ecológico
do Paraná, também faz parte das ações
desenvolvidas para garantir o uso correto do aqüífero”,
conclui Everton.
+ Mais
Projetos ambientais do Paraná
concorrem a prêmio de sustentabilidade
Três projetos da Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos estão
concorrendo a uma das mais importantes condecorações
ambientais da América Latina: o Prêmio
Von Martius de Sustentabilidade, concedido pela
Câmara de Comercio e Indústria Brasil-Alemanha.
Pela primeira vez em oito anos, a solenidade da
cerimônia para entrega dos prêmios será
realizada no Paraná – no dia 11 de novembro.
O secretário Rasca Rodrigues
destacou que na última edição
do prêmio, em 2007, dois projetos do governo
do Paraná receberam a premiação.
“Conquistamos a primeira e a segunda colocação
na categoria Natureza, que avalia projetos de conservação
e preservação do meio natural”, informou.
“Além do projeto do programa
Paraná Biodiversidade, que estimula a recuperação
florestal e a inserção de pequenos
produtores no mercado de créditos de carbono,
o projeto ‘Cultivar – Produzindo Florestas com Mãos
Especiais’, que aborda a produção
de mudas em viveiros cedidos pelo programa Mata
Ciliar como forma de inserção social,
também foi premiado”, detalhou.
Neste ano, um dos projetos inscritos
é o ‘Água Quente para Todos’, coordenado
pelo programa Desperdício Zero, que tem como
objetivo divulgar o aquecedor solar construído
com materiais recicláveis. Fonte de energia
não poluente, o sistema proporciona água
quente, contribui para a redução do
passivo ambiental gerado por garrafas PET e embalagens
longa vida cartonadas.
O projeto Educação
Ambiental para a Família Rural, que já
foi premiado, na categoria Política Ambiental,
no 16° Prêmio de Expressão de Ecologia
também está concorrendo. O projeto
é um componente do programa do Paraná
Biodiversidade e, em cinco anos de trabalho, capacitou
mais de 10 mil pessoas. Nas oficinas realizadas,
o principal tema em debate foi agricultura sustentável
e proteção da diversidade biológica
O terceiro projeto inscrito é
o Pacto 21 Universitário, uma iniciativa
da Comissão Científica do Fórum
Permanente da Agenda 21 Paraná, que coordenado
pela Secretaria. O pacto prevê três
frentes de trabalho: a institucionalização
dos princípios da Agenda 21 Paraná
por meio de práticas de ensino, pesquisa,
extensão; a divulgação da Agenda
21 Paraná com a formação de
multiplicadores e da disseminação
de conteúdos; e a promoção
para tomada de atitudes transformadoras visando
a sustentabilidade. Ao todo, 16 instituições
de ensino superior do Paraná integram o pacto.
INSCRIÇÕES – As
inscrições para o prêmio, que
seriam encerradas na sexta-feira (26), foram prorrogadas
até 3 de outubro. Os trabalhos premiados
serão conhecidos a partir de 28 de outubro
e a premiação acontecerá durante
evento especial em 11 de novembro, em Curitiba.
Mais informações acesse www.premiovonmartius.com.br.
O prêmio é dividido
em três categorias: Humanidade, Tecnologia
e Natureza. A primeira categoria premiará
iniciativas que priorizam o desenvolvimento do ser
humano e podem ser inscritos projetos e programas
de educação social e ambiental. Já
em Tecnologia, concorrem as iniciativas que priorizam
o desenvolvimento de tecnologias sócio-ambientais,
e na Categoria Natureza, os projetos que priorizam
a conservação e preservação
do meio natural, como a preservação
da flora e da fauna.
+ Mais
IAP inaugura escritório
de Foz e libera 70 licenças ambientais
O secretário do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, participou
nesta sexta-feira (26) da inauguração
das obras de reforma do escritório regional
do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em
Foz do Iguaçu. Depois da solenidade, o secretário
entregou mais de 70 licenciamentos prévios
para indústrias e loteamentos da região.
Os licenciamentos foram emitidos
graças a uma força-tarefa realizada
pelos funcionários do escritório.
Para o secretário, esta é uma forma
do IAP demonstrar à sociedade que é
possível trabalhar com rigor e eficiência.
“Estamos zerando os pedidos de
licenciamento, quebrando o paradigma de que a proteção
ambiental atrapalha a sustentabilidade social e
mostrando que é possível associar
desenvolvimento e respeito ao meio ambiente”, afirmou.
O setor agroindustrial foi um
dos principais beneficiados com a força-tarefa.
Uma das licenças emitidas permite a instalação
de uma Unidade Produtora de Leitões (UPL)
da Cooperativa Lar em Serranópolis do Iguaçu,
um dos nove municípios atendidos pelo escritório
regional.
Nela serão mantidas 5 mil
matrizes de leitão que, depois da engorda,
serão abatidas na Frimesa de Medianeira.
“Serão investidos R$ 10 milhões neste
que será o maior empreendimento de Serranópolis
e que ainda irá fomentar a atividade em outros
nove municípios da região”, informou
o responsável pela gestão ambiental
da cooperativa, o engenheiro químico Ansberto
do Passo Neto.
Segundo ele, apenas a construção
da unidade irá gerar 100 empregos. “Depois
de entrar em operação, a UPL vai gerar
outros 100 empregos e beneficiar cerca de 130 famílias
donas de propriedades onde os leitões fazem
a engorda”, detalhou.
O chefe do escritório regional,
Irineu Rodrigues Ribeiro, destacou que o fortalecimento
das agroindústrias, como as ligas à
suinocultura, na região Oeste vem gerando
uma grande demanda por licenciamentos no escritório.
“Com o empenho e dedicação
dos nossos técnicos, estamos conseguindo
agilizar a entrega dos licenciamentos e o que, em
um procedimento normal, poderia demorar até
1 ano, estamos conseguindo concluir em 90 dias”,
disse Irineu.
Além de Foz do Iguaçu,
o novo escritório regional atende os municípios
de Itaipulândia, Matelândia, Medianeira,
Missal, Ramilândia, Santa Terezinha do Itaipu,
Serranópolis do Iguaçu e São
Miguel do Iguaçu.
INAUGURAÇÃO – De
acordo com o presidente do IAP, Vitor Hugo Burko,
foram investidos cerca de R$ 10 mil na reforma do
escritório. Os recursos foram aplicados na
melhoria da infra-estrutura, na fachada do imóvel
e na construção de uma nova garagem.
“Além de facilitar o andamento
dos processos, dando maior agilidade e um retorno
mais rápido à população,
o novo escritório vai possibilitar mais qualidade
de trabalho aos técnicos e funcionários
do IAP”, avaliou.
Os funcionários do escritório
aprovaram a mudança “O aspecto visual melhorou
muito. Com certeza, a reforma dá uma roupagem
nova ao escritório, e isso acaba refletindo
em nosso trabalho”, disse Carla Prasgeviski, responsável
pelo monitoramento ambiental do escritório.