24 de
Setembro de 2008 - Vladimir Platonow - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A produção
brasileira de álcool combustível vai
mais que dobrar nos próximos dez anos e a
área plantada com cana-de-açúcar
para fabricação do produto chegará
a quase dez milhões de hectares. A informação
foi divulgada hoje (24) pelo presidente da Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), Maurício
Tolmasquim, que apresentou a projeção
do mercado de etanol até 2017.
Para suprir esse crescimento no
mercado de álcool, a EPE projeta aumentar
em 246 o número de usinas, somadas às
393 em operação hoje, o que vai impulsionar
a área plantada de cana. Atualmente, são
3,5 milhões de hectares de canaviais somente
para a produção de álcool,
número que vai quase triplicar em uma década,
chegando a 9,7 milhões de hectares, o que
representa 97.000 quilômetros quadrados -
tamanho superior ao território de Santa Catarina
(95.442 quilômetros quadrados) ou à
área de Portugal (92.389 quilômetros
quadrados).
Apesar do aumento expressivo da
área plantada, Tolmasquim diz que isso não
vai impactar sobre as regiões da Amazônia
ou do Pantanal. “Não existe hipótese
de o etanol atingir a Floresta Amazônica.
Existem hoje solos muito bons e disponíveis
em quantidade no Brasil, suficientes para a expansão
do etanol”, afirmou o presidente da EPE. Segundo
ele, a plantação de cana não
substituirá as pastagens, obrigando-as a
ocupar as áreas de florestas. “Não
é necessário se expulsar nenhuma pastagem,
basta criar gado de uma maneira mais intensiva”,
disse.
Atualmente o Brasil tem um rebanho
de 207,1 milhões de cabeças para uma
área de pastagem ao redor de 200 milhões
de hectares, o que dá apenas uma cabeça
para cada hectare, de acordo com os números
apresentados por Tolmasquim, citando dados do IBGE.
Segundo os números da EPE,
o consumo de álcool veicular no país
saltará de 20,3 bilhões de litros,
este ano, para 53,2 bilhões, em 2017. O aumento
na demanda é puxado pelo crescimento da frota
de carros de passeio no país, que hoje é
pouco superior a 23 milhões e chegará
37 milhões em uma década, com a incorporação
de três milhões de veículos
leves por ano, sendo 93,5% com motores flex, que
aceitam gasolina e álcool.
Essa característica dá
ao consumidor brasileiro, segundo Tolmasquim, um
controle sobre o preço do álcool,
que será trocado pela gasolina, se os usineiros
impuserem um valor muito alto. “Hoje, o Brasil tem
algo que é fundamental, que é o carro
flex fuel. Ele dá um poder ao consumidor,
que muda de combustível se o preço
do etanol não for competitivo”, disse.
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Prefeitura de São Paulo
consegue ágio de 35% em leilão de
crédito de carbono
25 de Setembro de 2008 - Marli
Moreira - Repórter da Agência Brasil
- São Paulo - A Prefeitura de São
Paulo conseguiu ágio de 35,2% na venda de
crédito de carbono, no leilão de hoje
(25), na Bolsa Mercantil e de Futuros/ Bolsa de
Valores de São Paulo (BM&F ). Os 713
mil títulos de Redução Certificada
de Emissão (RCE) foram ofertados ao preço
mínimo de 14,2 euros , por tonelada, valor
que subiu durante o pregão para 19,2 euros,
o que representou o pagamento de 13,689 milhões
de euros, o equivalente a algo em torno de R$ 37
milhões.
De um total de dez instituições
que participaram do leilão, oito apresentaram
ofertas. O lote único foi arrematado pela
empresa de energia suíça Mercuria
Energy Trading S.A., de Genebra. “Ficamos extremamente
satisfeitos com esse resultado”, declarou a secretária
adjunta do governo municipal, Stela Stein. Ela explicou
que o dinheiro será revertido em projetos
de melhorias nas áreas social e de meio ambiente
das comunidades próximas aos aterros sanitários,
de onde foram originados os títulos. Inicialmente
vão ser beneficiados os moradores de Bandeirantes,
no bairro de Perus, na zona norte, e de São
João, em São Mateus, zona leste da
cidade.
Stein observou que este é
o segundo ano em que a prefeitura vai ao mercado
negociar os créditos de carbono. Ele lembra
que a diferença em comparação
ao passado foi a valorização desses
títulos no mercado internacional. Na venda
anterior, a tonelada estava cotada a 16,2 de euros,
e agora saiu por 19,2 de euros. O leilão
foi acompanhado pelo prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab, e pelo presidente do Conselho de
Administração da BM&FBovespa,
Gilberto Mifano.
+ Mais
Ibama autoriza canteiro de obras
de Angra 3
24 de Setembro de 2008 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) autorizou hoje (24) a instalação
do canteiro de obras da Usina Nuclear Angra 3, no
Rio de Janeiro. A autorização foi
assinada pelo diretor de Licenciamento, Sebastião
Pires.
Pela decisão, a Eletronuclear,
estatal responsável pela obra, está
autorizada a dar andamento ao Plano de Recuperação
de Áreas Degradadas, que inclui medidas de
manutenção e preservação
da área do canteiro, como drenagem do terreno,
tratamento de água e ligação
de rede de energia elétrica para abastecimento
do local.
A autorização para
o canteiro, no entanto, não representa a
liberação do início das obras
da usina propriamente dita, que ainda depende da
licença ambiental de instalação.
De acordo com o parecer técnico do Ibama,
os itens que “efetivamente caracterizam obras da
usina” como escavação ou concretagem
da laje de fundação do prédio
do reator não estão autorizados.
A assessoria do Ibama informou
que a licença de instalação
depende da apresentação de projeto
do empreendedor detalhando como se dará o
cumprimento das condicionantes impostas pela licença
prévia, assinada em julho.