30 de
Setembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter
da Agência Brasil - Marcello Casal Jr./Abr
- Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, e o ministro do Desenvolvimento Agrário,
Guilherme Cassel, na solenidade de assinatura de
atos para ações de apoio ao manejo
florestal.
Brasília - O ministro do Desenvolvimento
Agrário, Guilherme Cassel, criticou hoje
(30) a inclusão de assentamentos do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) como líderes da lista
de 100 maiores desmatadores da Amazônia, divulgada
ontem (29) pelo Ministério do Meio Ambiente.
“Foi um episódio lamentável de desinformação”,
classificou.
Cassel disse que a lista foi baseada
em “um conjunto de informações imprecisas”,
que levaram à conclusão que os assentamentos
são os principais responsáveis pela
destruição da floresta. O ministro
argumentou que as multas aplicadas pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) são antigas. Em
um dos casos, segundo Cassel, as coordenadas do
Ibama não correspondem à localização
do assentamento multado.
“Ainda houve um equívoco
metodológico muito sério na divulgação:
comparar assentamentos com mais de mil famílias
com um proprietário que, sozinho, desmatou
mais de 12 mil hectares”, defendeu. Segundo Cassel,
a média de desmatamento nos assentamentos
citados na lista é de 30 hectares por família,
contra média de 3,2 mil hectares desmatados
por cada produtor.
“Eu não defendo desmatamento
de grande nem de pequeno. Mas é preciso ter
um diagnóstico correto”. Cassel argumentou
que os números mais recentes do Programa
de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
(Prodes) apontam queda de 51% do desmatamento em
assentamentos da reforma agrária. “Podem
fazer a especulação que quiserem,
mas esse é o último dado oficial”.
Cassel negou desentendimentos ou mal-estar com o
ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. “Ele [Minc]
teve a delicadeza de reconhecer que não leu
a lista [antes da divulgação]. Esse
é um assunto delicado, tem que ser tratado
com clareza.”