(29/09/2008)
O livro Uso agrícola das áreas de
afloramento do Aquífero Guarani no Brasil:
implicações para a água subterrânea
e propostas de gestão com enfoque agroambiental,
editado pelo pesquisador da Embrapa Meio Ambiente
(Jaguariúna, SP) Marco Antonio Ferreira Gomes,
foi lançado a VI Exposição
de Tecnologia Agropecuária – Ciência
para a Vida, na sede da Embrapa, em Brasília,
DF.
O evento contou com a presença
do editor técnico, da diretora-executiva
da Empresa, Tatiane Deane de Sá e do gerente-geral
da Embrapa Informação Tecnológica,
Fernando do Amaral Pereira, cuja Unidade é
parceira na edição deste livro.
Com 417 páginas e 20 capítulos,
dos quais 18 referem-se a resultados de pesquisa
obtidos ao longo de mais de 12 anos de trabalho
por meio de equipe multi-institucional (veja ao
final as instituições envolvidas),
a obra aborda a questão de uso de áreas
frágeis, como as do afloramento do Aquífero
Guarani, com ênfase nas possíveis implicações
ambientais, além de propor medidas preventivas
e corretivas aos possíveis impactos negativos
gerados.
Gomes diz que o trabalho apresenta
alguns cenários atuais, ajustados ao longo
de vários anos de pesquisa, com a proposição
de medidas alternativas de uso e de manejo agrícola
para algumas delas, tendo como estudo de caso três
regiões, localizadas em quatro estados –
Microbacia do córrego do Espraiado, Ribeirão
Preto, SP; Nascentes do rio Araguaia em Mineiros,
GO e Alto Taquari, MT e Microbacia do Arroio Jacaguá,
região de Alegrete, RS.
“Para as duas primeiras áreas
foram propostas também ações
de gestão agroambiental, constantes na 3ª
parte do livro, como procedimentos de apoio à
sustentabilidade das mesmas e, conseqüentemente,
do Aquífero Guarani, uma vez que esses procedimentos
podem ser aplicados, com os devidos ajustes, para
as demais áreas de afloramento”, informa
o editor técnico.
De acordo com o chefe geral da
Embrapa Meio Ambiente, Claudio Spadotto, que escreveu
a Apresentação, “a obra sintetiza
os resultados de esforços conjugados de uma
equipe multi-institucional e interdisciplinar que,
de forma pioneira, desenvolveu um projeto temático
de meio ambiente e agricultura, tendo como referência
as áreas de afloramento do Aquífero
Guarani em território brasileiro”, enfatiza
ele.
Obra é dividida em 3 partes
Na parte 1 (Água Subterrânea
no Brasil – o Aquífero Guarani), composta
por dois capítulos, ambos de autoria de Marco
Antonio Ferreira Gomes, são mostrados ao
leitor as características e o potencial deste
aquífero quanto a sua capacidade de abastecimento
e alguns mecanismos que interferem na qualidade
da água, tendo como referência algumas
considerações de profissionais da
área de hidrogeologia.
A parte 2 (Uso Agrícola
das Áreas de Afloramento do Aquífero
Guarani no Brasil e Impactos na Qualidade da Água
Subterrânea) tem15 capítulos de autoria
de diversos pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente
em parceria com outras instituições
de ensino e de pesquisa. Nela são relatadas
as experiências e os resultados obtidos ao
longo dos anos, enfocando o uso agrícola
das áreas de afloramento do Guarani e seus
impactos na qualidade da água subterrânea.
Já a parte 3 (Ações
de Gestão Agroambiental para as Áreas
de Afloramento do Aqüífero Guarani no
Brasil), é composta por três capítulos,
de autoria de pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente,
sendo alguns co-autores de instituições
parceiras. Nela são relatadas propostas de
gestão com enfoque agroambiental para as
áreas de afloramento, como medidas alternativas
de uso e de manejo agrícola. Nessa abordagem,
de acordo com Gomes, foram consideradas duas regiões,
localizadas em três estados – Microbacia do
Córrego do Espraiado, Ribeirão Preto,
SP, Nascentes do Rio Araguaia, em Mineiros, GO e
Alto Taquari, MT .
O livro é destinado a técnicos
do setor agropecuário, pesquisadores, professores
e estudantes de ensino superior que atuam na área
ambiental e na interface das relações
entre a agricultura e o meio ambiente. Informações
adicionais e aquisição podem ser obtidas
no site da Embrapa Meio Ambiente (link em http://www.cnpma.embrapa.br/public/index.php3?&it=p&id=271&func=public).
Instituições parceiras
Embrapa Solos (Rio de Janeiro),
Instituto Biológico (Campinas e São
Paulo), USP/Ribeirão Preto, SP, Instituto
Agronômico (Campinas, SP), Unicamp/Departamento
de Química Analítica, Agência
Rural (Mineiros, GO), Fundação Integrada
Municipal de Ensino Superior/Mineiros, GO, Unaerp/Ribeirão
Preto, Daerp/Ribeirão Preto, Oréades
– Núcleo de Geoprocessamento (Mineiros, GO)
e Comiva – Cooperativa Mista dos Produtores Rurais
do Vale do Araguaia (Mineiros, GO).
Eliana Lima
Embrapa Meio Ambiente
+ Mais
Pesquisa avalia potencial de planta
como inseticida e herbicida natural
(29/09/2008) O pesquisador da
Embrapa Clima Temperado, Gustavo Schiedeck, junto
com colaboradores, está desenvolvendo, dentro
do projeto de Plantas Bioativas, um trabalho com
o chinchilho (Tagetes minuta), também conhecido
como erva-fedorenta ou alfinete-do-mato, que foi
identificado pela comunidade científica como
uma planta com propriedades biocidas.
Esta planta está sendo
estudada de forma mais intensa pelo grupo de pesquisadores
da Cascata, pois há referências de
controle da tiririca, uma das plantas invasoras
mais expressivas do mundo.
Segundo ele, a proposta da pesquisa
da Embrapa Clima Temperado objetiva desenvolver
um produto à base de chinchilho capaz de
ser elaborado pelos agricultores em suas propriedades.
“A tintura é uma técnica utilizada
para plantas medicinais. Ela se baseia no fato de
que, ao ficar determinado tempo em contato com uma
solução extratora (o álcool),
a planta transfere seus alguns de seus princípios
ativos para a solução”, afirmou o
pesquisador.
Se os resultados obtidos forem
satisfatórios a tecnologia desenvolvida será
disponibilizada para os agricultores que queiram
replicar o uso desta planta na sua propriedade.
“Os principais beneficiados serão os agricultores
ligados à Agroecologia, já que a mão-de-obra
para a capina é um problema nas propriedades
e esta planta age como um herbicida natural, o que
acabaria facilitando o manejo”, explicou Gustavo.
O próximo passo da pesquisa
são os pré-ensaios em laboratório,
em que a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado,
Gláucia Nachtigal, vai atuar com o objetivo
de verificar a eficiência da tintura no controle
de algumas invasoras e insetos.
Christiane Congro Bertoldi – Mtb-SC 00825/9
Embrapa Clima Temperado