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MINC ANUNCIA CRIAÇÃO DA FORÇA FEDERAL DE COMBATE AOS CRIMES AMBIENTAIS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2008

Brasília (30/09/08) – Como parte de um pacote de 12 medidas em reação ao que chamou de desastre ecológico – 756 km2 de floresta destruídos em agosto -, conforme indicado pelo sistema Deter do Inpe, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou ontem, durante coletiva de imprensa no MMA, a criação da Força Federal de Combate aos Crimes Ambientais. A nova força federal será composta por uma Coordenação-Geral de Combate aos crimes Ambientais, oficiais ambientais federais (nível superior) e agentes ambientais federais (nível médio). Haverá ainda o Comando de operações ambientais, um corpo de elite com treinamento de alta intensidade, capaz de rapidamente neutralizar grandes ilícitos ambientais como desmatamentos e rede de tráfico de animais.

Minc disse já ter o modelo que irá levar na semana que vem para o presidente, mas afirma que Lula já acatou a idéia. Para começar, migrarão automaticamente para os novos cargos 1.480 servidores do Ibama e Instituto Chico Mendes que atualmente são designados por portaria institucional para exercer atividades de fiscalização. “O presidente bateu o martelo sobre isso e agora a gente vai formatar em duas etapas: a primeira é dar mais poder e mais condições de trabalho aos agentes de fiscalização que já existem e passarão a ter mais poder e melhores condições de trabalho. A segunda será abrir mais 3 mil vagas por concurso público que pode sair no começo de 2009, dependendo da liberação de recurso”, revelou Minc.

Segundo o ministro, uma negociação do Governo com o Congresso Nacional deve decidir se a criação da Força Federal de Combate aos Crimes Ambientais será criada por Medida Provisória ou por Projeto de Lei. “Tendo em vista a questão do desmatamento e do crime ambiental, talvez se consiga fazer isso logo, por que é realmente uma emergência”, observou Minc.

Os oficiais e agentes federais ambientais possuirão porte de arma e poder de polícia claramente definido em Lei, diferentemente do que ocorre com os atuais atribuições dos fiscais do Ibama cuja competência é basicamente administrativa para multar e autuar. Terão condições de apreensão dos produtos dos crimes ambientais como determina o novo Decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais – Decreto Federal 6.514/08).

Eleições - Para justificar a criação da Força Federal Ambiental, o ministro citou um levantamento do Ibama sobre a média anual de desmatamento em km2 com base em anos em que ocorreram eleições municipais. Nos anos de 1996, 2000 e 2004, a média foi de 19.700. Nos anos em que não houve eleição, a média caiu para 17.300. “ Para que isso não aconteça, decidimos adotar medidas para combater o crime ambiental com as nossas próprias pernas: criar uma força independente”, conta o ministro. “Vamos continuar trabalhando junto com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Batalhões de Policia Ambiental estaduais, porém com maior independência”, completou Minc. Recentemente, a Polícia Ambiental do Pará foi retirada de uma operação executada no sul do estado, deixando o Ibama sem apoio policial.

Outra vantagem de criar a força será a melhoria da infra-estrutura de fiscalização. “A Amazônia é muito importante para o mundo e para o Brasil para depender de entrega de veículos. É uma coisa muito precária, muito inaceitável”, disparou Minc. Ele se referia à redução do efetivo de fiscalização do Ibama durante a primeira quinzena de agosto, por causa de problemas com licitação que atrasaram a entrega dos veículos utilizados na fiscalização. Foi justamente o período em que houve um incremento no desmatamento.

“O reforço por meio de concurso será uma revolução, um passo gigante para o fortalecimento da fiscalização ambiental neste país”, comemorou o Diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel. Segundo ele, irá triplicar o número de agentes que participam do rodízio de equipes na Amazônia, pois a atribuição de fiscalização, apenas por portaria, não tinha força de lei para obrigar o servidor a participar de uma operação. O diretor informa que com a criação dos novos cargos, ou o servidor atende a demanda ou responderá a processo administrativo.

Luciano Evaristo, Coordenador-Geral de Fiscalização ambiental do Ibama, destaca que dotar os agentes de um cargo específico para o exercício de suas funções representa eliminar fragilidades da designação dos agentes por portaria. “ O cargo irá conferir aos agentes de fiscalização ambiental federal maior autoridade no exercício do poder de polícia administrativa e maior imunidade diante de pressões políticas”, arremata Evaristo.

Outras Medidas - Além da Criação da Força Federal Ambiental, Carlos Minc, deu mais golpes na ameaça de volta do aumento do desmatamento ilegal da Amazônia. Divulgou a lista dos 100 maiores desmatadores que serão levados aos tribunais pela força-tarefa composta pelo Ibama, AGU e MPF. “Na Amazônia, de cada 100 Autos de Infração que o Ibama envia para o Ministério Público, só dez viram processos judiciais e apenas um resulta em condenação, uma verdadeira impunidade ambiental”, lamentou Minc. Ele informou também que vai ampliar de dois para oito o números de portais e barreiras nas rodovias da Amazônia a fim de conter o transporte ilegal de madeira.

“Vamos desocupar nossas áreas protegidas. Em outubro, vamos retirar gado da Flona Bom Futuro, em ação junto com o Governo Estadual. Uma por uma, recuperar Reservas Extrativistas, Florestas e Parques Nacionais que estão sendo ocupadas por desleixo do Poder público”, avisou Minc.

O ministro prometeu ainda “dar o bote no mercado paralelo de venda ilegal de madeira, por revisar os mais de 2 mil planos de manejo florestal existentes no PA e MT, estados campeões das derrubadas. “Mais da metade desses são planos de manejo corretos; outros são a ecopicaretagem, a 171 do manejo. O desmatador ilegal esquenta a madeira ilegal com crédito do plano de manejo fajuto”.

Minc e o ministro Guilherme Cassel, do MDA, detalham hoje como se será implantado o primeiro plano de manejo em um assentamento da Reforma Agrária, em RO. O objetivo é dar mais sustentabilidade ambiental aos assentamentos, conforme exige um Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o Ministério Público Federal e o Incra O ministro prometeu agilizar o licenciamento ambiental e a demarcação da Reserva Legal e das Áreas de Proteção Permanentes (APPs) nos assentamentos.

Os ministros anunciam hoje a equiparação dos direitos dos extrativistas aos dos assentados pela Reforma agrária como crédito e habitação e a liberação de 3 milhões de euros da FAO, órgão das Nações Unidas para agricultura e Alimentação, para beneficiamento dos produtos da floresta. “Queremos dar melhores condições de vida para evitar que vendam madeira ilegal e deixem entrar gado em suas terras”, reforçou Minc.

Ainda como parte do conjunto de medidas anti-desmatamento está a instituição do Comitê Interministerial de Combate ao Desmatamento (CID), o Copom do desmatamento, composto por seis ministros que se reunirão a cada dois meses para analisar o cenário do desmatamento e tomar decisões a fim de interferir em instrumentos de política de crédito, fundiária, social.

Finalmente, Minc prometeu ajuda do Fundo Amazônia, que já conta com recursos da Noruega e, em breve do Japão, aos estados amazônicos, mas avisou: “só receberá dinheiro quem tiver plano de combate ao desmatamento.

Deter de Agosto – O dado do Sistema de Detecção em Tempo Real, do Inpe– 756 km2 de corte raso e de degradação progressiva de floresta durante agosto - mais do que dobrou em relação a julho deste ano que foi de 323 km2 e triplicou em relação a agosto de 2007. Em julho, havia sido detectada a terceira queda consecutiva desde maio deste ano. O desmatamento em julho mais uma vez ficou concentrado nos estados do Pará (435,2 km2) e do MT (229,2 km2 e RO (29,21 km2).

Apesar do dado de agosto ser ruim, a média dos quatro piores meses - maio, junho, julho e agosto -, que são os de estiagem, quando se tem maior visibilidade e mais queimada, desde 2004, ainda aponta uma queda em relação aos outros anos. Além das eleições municipais e redução do efetivo de fiscalização devido a problemas com a locação de veículos, o ministro Minc apontou outros fatores de influência para o aumento do desmatamento: o aumento da atividade agropecuária; forte pressão fundiária e grilagem de terras públicas federais e estaduais e expectativa de regularização fundiária em terras públicas.
Kezia Macedo – Ascom Fiscalização Ibama
Foto: Kezia Macedo

 
 

Fonte: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Ascom

 
 
 
 

 

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