29 de
Setembro de 2008 - Luana Lourenço - Repórter
da Agência Brasil - Janine Moraes (Estagiária
sob sup. de Marcello Casal Jr/Abr - Brasília
- Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, divulga
lista dos maiores desmatadores da Amazônia
e apresenta a Força Federal de Combate aos
Crimes Ambientais, que terá 3.000 agentes.
Brasília - A elaboração de
planos de manejo para regular a retirada de recursos
naturais de assentamentos da reforma agrária
foi listada hoje (29) pelo ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, como uma das 12 medidas que o ministério
vai tomar em resposta ao avanço do desmatamento,
registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe).
“Temos que garantir sustentabilidade
aos assentamentos, dar um reforço para os
extrativistas”, apontou.
Lista divulgada hoje pelo ministério
aponta assentamentos do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) como líderes
da devastação da floresta.
“O Incra aparece em oito citações
entre os 100 maiores desmatadores. As propriedades
particulares desmatam pelo menos 3,5 vezes mais
que os assentamentos”, minimizou Minc.
A medida inclui oficinas em oito
estados e assinatura de Termos de Ajustamento de
Conduta com o Ministério Público Federal
para “dar sustentabilidade” aos assentamentos.
A criação de um
comitê interministerial, “um Copom para o
desmatamento”, e da Força Federal de Combate
aos Crimes Ambientais, com 3 mil agentes, também
foi anunciada por Minc.
O novo pacote anti-desmatamento
ainda inclui o reforço do Plano de Ação
para Controle e Controle do Desmatamento na Amazônia
Legal, criado em 2003, a injeção de
mais de 6 milhões de euros para implementação
do distrito ambiental no entorno da BR-163 (que
liga o Pará ao Mato Grosso), a retirada de
“bois piratas” de uma unidade de conservação
em Rondônia, o estímulo à produção
de planos estaduais de combate ao desmatamento para
receber recursos do Fundo Amazônia, o monitoramento
de planos de manejo estaduais e a criação
de novos portais do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e da Polícia Federal em rodovias
para conter o transporte e comércio ilegal
de madeira na Amazônia.
De acordo com Minc, o objetivo
das medidas não é “encher os cofres”
do Ibama. "O mais importante é mudar
de atitude, acabar com a impunidade e reconstituir
aquilo que foi desmatado pelos crimes", apontou.
+ Mais
Desmatamento na Amazônia
cresce 134% em agosto
29 de Setembro de 2008 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O desmatamento na Amazônia
em agosto foi 134% maior que em julho, de acordo
com os números do Sistema de Detecção
em Tempo Real (Deter) divulgados hoje (29) pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em agosto, os alertas registraram 756 quilômetros
quadrados de novas áreas desmatadas, em comparação
com os 323 quilômetros quadrados detectados
no mês anterior.
Se comparado com o mesmo período
de 2007, quando o Inpe registrou 230 quilômetros
quadrados no mês de agosto, o crescimento
chega a 228%.
Pelo terceiro mês consecutivo,
o Pará foi indicado como o estado com maior
devastação. Em agosto, o Inpe registrou
435,27 quilômetros quadrados de desmatamento
no estado, 57% do total. Mato Grosso aparece em
seguida, com 229,17 quilômetros quadrados
de novos desmates, seguido por Rondônia, com
29,21 quilômetros quadrados.
Cálculo do Deter considera
as áreas que sofreram corte raso (desmatamento
completo) e as que estão em degradação
progressiva.
A cobertura de nuvens sobre os
estados da Amazônia Legal no período
impediu a visualização de 26% da área,
principalmente nos estados do Amapá e de
Roraima, que “não puderam ser monitorados
adequadamente”, de acordo com relatório do
Inpe.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, comentará os dados hoje à tarde
e divulgará a lista dos cem maiores desmatadores
da Amazônia.
A taxa anual de desmatamento,
medida pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento
da Amazônia (Prodes) deve ser divulgada até
o fim do semestre. O número é calculado
com base no acumulado de novos desmatamentos verificados
pelo Deter entre agosto de 2007 e julho de 2008.
No período, o desmate chegou a 8,1 mil quilômetros
quadrados, 64% maior que nos 12 meses anteriores.
+ Mais
Europeus vão doar R$ 15 milhões para
combater desmatamento na Amazônia
2 de Outubro de 2008 - Leandro
Martins - Repórter da Rádio Nacional
- Brasília - O Ministério do Meio
Ambiente e a Comunidade Européia assinaram
hoje (2) um projeto de cooperação
técnica que irá contribuir para a
prevenção e o controle do desmatamento
na região da BR-163, estrada que liga Cuiabá
(MT) a Santarém (PA). O projeto prevê
também a implementação de alternativas
econômicas para as populações
que vivem na região.
O documento assinado hoje, chamado
“Manejo florestal, apoio à produção
sustentável e fortalecimento da sociedade
civil na Amazônia Brasileira”, estima investimentos
de 5,8 milhões de euros, o que corresponde
a quase R$ 15 milhões.
Para o ministro Carlos Minc, a
iniciativa será importante para dar sustentabilidade
à região."Esse projeto apóia
manejo florestal, ou seja, a possibilidade de comunidades
e empresas usarem a madeira sem destruir, de tal
forma que daqui a 30 anos a floresta esteja do mesmo
tamanho", afirmou.
Ainda segundo o ministro, a iniciativa
"apóia projetos comunitários
de produtos não madeireiros, por exemplo,
seivas, resinas, óleos, reflorestamento,
recuperação de áreas degradadas,
diminuição das emissões, manejo
florestal, tecnologias limpas".
O projeto é apoiado pela
Organização das Nações
Unidas para a Agricultura (FAO), que se compromete
a fornecer apoio técnico.
Para Minc, a defesa da Amazônia
é vista com interesse porque outros países
enxergam a oportunidade como um "seguro de
vida".
"Muitos desses países,
como é o caso da Noruega, vêem a defesa
da Amazônia como um seguro de vida. São
países muito próximos das geleiras
e, seguramente, se intensificar o ritmo dos derretimentos,
serão os primeiros a submergirem."
O chefe da delegação
da Comunidade Européia, embaixador João
Pacheco, afirmou que o interesse dos europeus é
auxiliar a política brasileira de redução
de danos ambientais.
"São projetos em que
nós nos inserimos numa política do
governo brasileiro, e portanto nós estamos
apoiando essa política, que acreditamos que
é preciso fazer essas ações:
reduzir o desmatamento, que se crie um desenvolvimento
sustentável, que haja o manejo sustentável
da floresta."
De acordo com o ministro, as ações
previstas no documento devem ter início no
próximo ano.