22 de
Outubro de 2008 Greenpeace denuncia os óleos
Liza e Soya, líderes de mercado no Brasil,
como sendo produzidos com soja transgênica
e exige sua rotulagem conforme lei federal de 2003.
O Projeto de Lei que o Deputado Luis Carlos Heinze
apresentou na Câmara dos Deputados na última
quinta feira, dia 16 - Dia Mundial da Alimentação
- altera as regras atuais de rotulagem de alimentos
geneticamente modificados no Brasil.
De acordo com a Lei de Rotulagem
4.680/03, em vigor desde abril de 2004, todos os
produtos que contenham mais de 1% de matéria-prima
transgênica devem trazer essa informação
no rótulo, com a presença do símbolo
T em meio a um triângulo amarelo.
Dentre as mudanças propostas
no PL n° 4148/08 está a eliminação
do símbolo que indica os produtos transgênicos,
dificultando a identificação dos produtos
produzidos a partir de matéria-prima transgênica
pelos consumidores. A justificativa do PL para tanto
é de que as cores do símbolo (amarelo
e preto) são muito associadas a um "suposto
risco" e afetam a imagem de qualidade dos produtos.
Além disso, a exigência da cor amarela
geraria altos custos com embalagens, tendo em vista
que "muitas vezes, esta cor não compõe
a rotulagem usual dos produtos".
Além disso, o projeto rejeita
necessidade de rotular produtos derivados de animais
alimentados com ração transgênica
e altera a terminologia utilizada hoje – "produzido
a partir de" – para "produzido com",
além de retirar a necessidade de menção
à espécie doadora do gene.
"É uma ironia a proposição
desse projeto no Dia Mundial da Alimentação.
Ele representa um enorme retrocesso em um direito
básico do consumidor, que é saber
o que está comprando e colocando diariamente
em seu prato.", afirma Rafael Cruz, coordenador
da campanha de transgênicos do Greenpeace.
Não é a primeira
vez que um Projeto de Lei tenta acabar com a Lei
de Rotulagem. O projeto da senadora Kátia
Abreu também determina o fim da rotulagem
de produtos que tenham sido fabricados com animais
alimentados com ração transgênica.
Ambas as iniciativas contrariam o Código
de Defesa do Consumidor e decisões judiciais
reconhecendo e exigindo a informação
nos rótulos, mesmo que abaixo de 1% de ingrediente
transgênico.
+ Mais
Ambientalistas e pescadores se
unem pelo "sushi sustentável" no
Japão
17 de Outubro de 2008 - Tóquio,
Japão — Aliança foi o ponto alto do
simpósio internacional de desenvolvimento
marítimo, organizado pelo Greenpeace na capital
japonesa.
Objetivo do encontro em Tóquio
foi estimular o debate sobre as questões
marinhas entre diferentes setores envolvidos com
o tema. Mais de 200 pessoas, entre representantes
da indústria pesqueira, academia e movimentos
ambientais, participaram do evento.
"Nossos oceanos e, por conseqüência
a atividade pesqueira, tem sido dramaticamente modificadas
pela ação humana", disse Daniel
Pauly, professor-doutor da Universidade de Columbia,
reconhecido internacionalmente por suas pesquisas
sobre o declínio mundial dos estoques pesqueiros.
O ex-funcionário Agência Japonesa das
Pescas, Masayuki Komatsu, discutiu, em sua palestra,
o declínio contínuo das indústrias
marinhas japonesas. Ele ressaltou a necessidade
de uma reforma do setor pesqueiro para garantir
a sustentabilidade da atividade. O setor empresarial
foi representado pela cadeia de supermercado Aeon
Topvalu,que apresentou uma palestra sobre a identidade
corporativa da rede, toda baseada na sustentabilidade.
"Essa é um experiência
histórica para o Japão. O Brasil poderia
fazer um movimento semelhante, como, aliás,
já foi feito na Moratória da Soja,
para acompanhar a criação e implementação
de Áreas de Proteção Ambiental.
Ganharia o meio ambiente e a setor turístico",
diz a coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace
no Brasil, Leandra Gonçalves.