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PLANO DE MANEJO DA RESERVA EXTRATIVISTA CAZUMBÁ-IRACEMA É OFICIALIZADO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2008

20 Oct 2008 - Documento, que foi ratificado em agosto pelo Diário Oficial da União, é o principal instrumento de gestão da Resex, segunda do país a ter seu plano de manejo aprovado.
Por Bruno Taitson
Após ratificação pela Casa Civil em agosto, o Plano de Manejo da Reserva Extrativista (Resex) Cazumbá-Iracema, localizada no estado do Acre, começa a ser colocado em prática. O documento, produzido com participação dos moradores da reserva, estabelece a regulamentação e o zoneamento da Resex, além de instituir programas de desenvolvimento social, econômico e ambiental e de estabelecer um conjunto de normas comunitárias (Plano de Uso).

Das mais de 50 reservas extrativistas existentes no Brasil, apenas a Resex Chico Mendes, também no Acre, tinha o documento elaborado e ratificado pelo Governo Federal. Para Juan Negret, biólogo do WWF-Brasil e membro do Conselho Deliberativo da Resex Cazumbá-Iracema*, o plano de manejo é um documento essencial para que a unidade de conservação seja de fato implementada.

“De acordo com a legislação ambiental em vigor no país, todas as reservas extrativistas devem ter planos de manejo elaborados e aprovados em até cinco anos após a decretação da unidade de conservação. Mas, na prática, isso não tem acontecido, e o processo de construção dos planos, via de regra, tem sido lento e burocrático”, avalia Juan Negret.

O documento foi construído com a participação de vários setores da sociedade local, especialmente os moradores da reserva. O Conselho Deliberativo da Resex, composto por moradores e lideranças locais, representantes de ONGs, órgãos federais e estaduais que trabalham com temáticas ambientais na região, aprovou o plano no dia 11 de março e aguardava a ratificação e a publicação no DOU por parte do Governo Federal, por intermédio da Casa Civil.

O líder comunitário Aldeci Cerqueira, o Nenzinho, destaca o caráter participativo na elaboração do documento. “A comunidade participou da elaboração do plano em vários momentos: no zoneamento, na elaboração dos programas de desenvolvimento e, principalmente, na construção do Plano de Utilização”, salientou Nenzinho.

Segundo o chefe da Resex e funcionário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Arlindo Gomes Filho, o modelo tem o potencial de ser replicado em outras áreas. “A boa experiência da Cazumbá-Iracema poderá estimular positivamente outros processos de implementação em reservas extrativistas e outras unidades de conservação de uso sustentável”, afirmou.

A aprovação do plano marca o inicio de uma fase trabalhosa de implementação das ações previstas, ou seja, de colocar o conteúdo do documento em prática. Um plano de manejo deve ser permanentemente revisado, não se tratando de um documento estático e definitivo. Espera-se que nos próximos anos se aperfeiçoem os programas, as regras e os demais componentes a partir do aprendizado do dia-a-dia.

Os próximos passos estão sendo dados pelo Conselho Deliberativo da Resex, que convoca moradores, organizações parceiras e demais setores da população local a trabalhar na implementação da unidade de conservação.

Localizada no Acre, com uma área de 1000 mil hectares nos municípios de Sena Madureira e Manuel Urbano, a Resex Cazumbá-Iracema abriga cerca de 270 famílias (aproximadamente 1,3 mil habitantes), que vivem do extrativismo de castanha-do-Brasil, pesca, artesanato de borracha e sementes, agricultura e pecuária de subsistência.

O WWF-Brasil atua nas reservas extrativistas em diversas regiões da Amazônia, apoiando instrumentos de gestão como conselhos deliberativos, capacitando comunidades locais em cadeias produtivas sustentáveis (castanha-do-Brasil, óleo de copaíba e látex) e contribuindo para implementar as reservas por meio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).

* O Conselho Deliberativo é composto por representantes comunitários das cinco grandes associações de moradores da Reserva, além do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Sena Madureira e associações do entorno, a ONG WWF-Brasil e organizações governamentais como as Secretarias Estadual e Municipal de Meio Ambiente, o Incra, o ICMBio e o Ibama.

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WWF-Brasil realiza expedição ao médio rio Negro

17 Oct 2008 - Conhecer a realidade da floresta e de suas populações e colher informações e dados diretamente em campo são atividades indispensáveis para o trabalho de conservação da natureza. Para isso, periodicamente o WWF-Brasil organiza expedições a áreas consideradas prioritárias para a preservação da floresta amazônica. Hoje uma equipe de 65 pessoas parte de Manaus/AM, em direção ao médio rio Negro, na Expedição Mariuá-Jauaperi, que passará por duas regiões distintas: o Arquipélago de Mariuá e a área prevista para a Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi. Essa expedição deve terminar no dia 15 de novembro, e será possível acompanhar diariamente todos os passos no blog do WWF-Brasil, no site wwf.org.br.

Durante as duas primeiras semanas de expedição, a equipe de técnicos e pesquisadores visitará o Arquipélago de Mariuá, considerado o maior arquipélago fluvial do mundo e um armazém de diversidade biológica. O arquipélago é um mosaico de ecossistemas de águas pretas que estão entre os mais frágeis da Amazônia e incluem rios, lagos, florestas inundadas, praias arenosas, campos e pântanos. São mais de 1.400 ilhas, que apresentam rica diversidade sociocultural, com cerca de 30 comunidades de ribeirinhos e indígenas que dependem dos recursos naturais para viver.

O WWF-Brasil e a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) do Amazonas sugeriram ao Ministério do Meio Ambiente a inclusão do Arquipélago de Mariuá na lista de Zonas Úmidas de Importância Internacional, de acordo com a Convenção de Zonas Úmidas de Importância Internacional das Nações Unidas. Esse acordo internacional, chamado de Convenção Ramsar, em homenagem à cidade do Irã onde foi assinada em 1971, tem como objetivo zelar pela conservação e o uso racional de todas as zonas úmidas classificadas por meio de ação local, regional e nacional.

Nas duas últimas semanas, a Expedição Mariuá-Jauaperi vai visitar as comunidades que vivem na área em que está prevista a criação da Reserva Extrativista Rio Branco-Jauaperi. O objetivo é reconhecer as demandas das populações locais, além da importância ecológica da região, para subsidiar as decisões de criação ou não da unidade de conservação. A Resex foi solicitada pelos comunitários em 2001, os estudos de criação já foram realizados, assim como as audiências públicas, mas a criação efetiva da unidade está aguardando posicionamento da Casa Civil da Presidência da República. A demora decorre do interesse manifestado pelo Ministério de Minas e Energias no potencial hidrelétrico do rio Branco.

“Com toda a diversidade de temas ecológicos e sociais presentes na região visitada, a expectativa do WWF-Brasil é de que a Expedição Mariuá-Jauaperi será uma grande contribuição para a preservação do médio rio Negro, região única pela complexidade ecológica e rica biodiversidade”, afirma a secretária-geral da organização, Denise Hamú. Além das informações diárias do blog, enviadas pela repórter de campo, todos os dias serão divulgadas fotos exclusivas sobre essa região ainda pouco conhecida.


Parceiros
A expedição é realizada em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS-AM), Instituto Socioambiental (ISA) e Fundação Vitória Amazônica (FVA).

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Seminário avalia Plano BR-163 Sustentável com sociedade civil e governo

22 Oct 2008 - Acontece nos dias 30 e 31 de outubro, em Santarém (PA), o seminário Plano BR-163 Sustentável: Entraves, Desafios e Expectativas. Promovido pelo Consórcio pelo Desenvolvimento Socioambiental da BR-163 (Condessa), com apoio dos projetos Fortalecimento da Participação Social no Plano da BR 163 (PROFOR) e Diálogos, o evento contará com a participação de representantes da sociedade civil do Mato Grosso e Pará (ribeirinhos, extrativistas, agricultores familiares, indígenas, quilombolas e ambientalistas) e dos governos federal, estadual e local.

Por meio do diálogo entre diferentes atores sociais, o seminário pretende avaliar o Plano BR-163 Sustentável e definir metas para sua implementação efetiva. Tendo em vista o iminente asfaltamento da via sem um programa de sustentabilidade e a necessidade de se romper com a lentidão com que o plano vem sendo aplicado, o objetivo é fortalecer a mobilização social em torno do projeto. Além disso, busca-se dar visibilidade aos problemas na sua execução e criar uma agenda de compromissos, com prazos, responsabilidades e realização de parcerias, entre sociedade civil e governos.

Representantes do Condessa, a Prefeitura de Santarém e autoridades do Governo Federal e governos estaduais farão a abertura do seminário. A programação conta com cinco mesas para apresentação e debate dos quatro eixos temáticos do Plano BR-163 Sustentável: Ordenamento Territorial e Gestão Ambiental, Fomento a Atividades Produtivas Sustentáveis, Infra-estrutura para o Desenvolvimento, e Inclusão Social a Cidadania. Reflexões sobre o modelo de gestão do plano – as instâncias colegiadas, gerenciamento operacional, monitoramento, sistema de informações e fortalecimento institucional - também compõem a agenda do evento.

A coordenação do Condessa é formada pelas entidades: Grupo de Trabalho Amazônico - GTA; Instituto Socioambiental (ISA), Instituto de Pesquisas Ambiental da Amazônia (IPAM), Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura do Pará (FETAGRI-PA), Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (FORMAD). A comissão local de apoio à organização do seminário é coordenada pelo Centro de Formação de Trabalhadores do Baixo Amazonas (CEFTBAM).

O projeto Diálogos é uma parceria entre o WWF-Brasil, o Instituto Centro Vida (ICV), o Centro de Cooperação Internacional Em Pesquisa Agronômica Para O Desenvolvimento (CIRAD), o Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM) e o Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB).

O PROFOR - Projeto de Fortalecimento da Participação Social no plano da BR 163, é financiado pelo RFT (Fundo Fiduciário das Florestas Tropicais) do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7). Admnistrado pelo Banco Mundial, a execução do projeto é realizada pela Rede Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e Consórcio pelo Desenvolvimento Socioambiental da BR1 63 (CONDESSA). No Mato Grosso e no Pará as atividades são executadas por instituições da sociedade civil membros com atuação reconhecida na área de influência da BR 163 nos dois estados.

 
 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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