Panorama
 
 
 

14 POVOS DA BAHIA SE REUNIRAM EM ENCONTRO HISTÓRICO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2008

28 de outubro de 2008 - Autoridades e lideranças indígenas assistem o Toré de abertura
Entre os dias 17 a 19 de outubro as 14 etnias da Bahia estiveram reunidas em Rodelas (550 km de Salvador) e levaram à roda de discussões assuntos como o papel das mulheres, interação entre os jovens, cultura, tradição e religião. O Encontro dos 14 Povos – E14 – aconteceu na aldeia Rodelas, da etnia Tuxá. Participaram da abertura do evento o presidente da Funai, Márcio Meira, o Secretário Estadual de Cultura da Bahia, Márcio Meirelles, o Superintendente da Secretaria Estadual de Direitos Humanos e representante da Secretaria Estadual de Justiça, Frederico Fernandes, a representante do Conselho dos Povos Indígenas da Bolívia, Angélica Gutierrez e o Tuxaua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, Djacir Macuxi, além de lideranças dos 14 povos da Bahia.

Na Oca da Praça se deu início aos trabalhos, e uma reza do pajé Armando Tuxá abriu o encontro e agradeceu a presença de “parentes” e visitantes que vieram participar do encontro. “Faz 20 anos que nossos povos receberam a visita de um presidente da Funai. Para nós é uma honra muito grande receber estes ilustres convidados que vieram ver de perto nossa cultura”, relembrou o pajé Tuxá e complementou: “estamos dando ciência a todas as crianças da nossa cultura para que elas não deixem se perder as tradições que estão presentes em nossas memórias”.

O presidente da Funai Márcio Meira agradeceu o convite e a hospitalidade dos povos Tuxá, Pataxó,

Pataxó Ha Ha Hãe, Pankararu, Pankararé, Tumbalalá, Tupinambá, Atikum, Tupã, Tumbalalá, Truká, Xucuru-Kariri, Kiriri e Kaimbé, e disse que o país está vivendo um momento importante, pois alguns estados da federação estão criando instituições locais para atender as necessidades dos povos indígenas do estado e destacou o E14 como uma parceria entre a Funai e o Governo da Bahia. “Não podemos esquecer que o estado brasileiro foi construído pelas elites brancas do Brasil e que não foi feito para atuar em prol das populações indígenas e minorias”, salientou Márcio Meira, enfatizando o trabalho do governo baiano como um modelo a ser seguido em todo o país: “temos um desafio de mudar o estado brasileiro para todos e só unindo forças conseguiremos realizar estas transformações”.

Frederico Fernandes, da Secretaria Estadual de Justiça, explicou que o estado da Bahia corrigiu uma reparação de anos com a criação da Coordenação de Direitos Indígenas. Para o Secretário Estadual de Cultura, Márcio Meireles, todas as reivindicações dos indígenas são justas. “Precisamos escutar mais os povos do nosso estado e fazer um trabalho de construção para atender e acrescentar a cultura indígena à sociedade baiana”, afirmou Meireles que prometeu, ainda, articular um encontro do governador baiano Jaques Wagner com as lideranças dos 14 povos.

A representante dos povos bolivianos, Angélica Gutierrez, avaliou a iniciativa de reunir e fortalecer os povos indígenas como fundamentais para o reconhecimento do movimento indígena. “Hoje nos encontramos conscientizados e sabemos que temos um grande trabalho a fazer a partir da Convenção das Nações Unidas que trata da defesa dos povos indígenas e por isso é importante conhecer nossas raízes e identidade”, salientou Angélica, apontando a a Convenção 169 da ONU, como um outro instrumento de garantia dos direitos indígenas. O Tuxáua Djacir, participou do evento como convidado especial e ressaltou as conquistas e vitórias sobre a Terra Indígena Raposa Serra do Sol e da importância de fazer respeitar as leis. “Precisamos assegurar nossos direitos, fortalecer nossa cultura, nossas crenças e tradições. Quem fez as leis não foram os índios”, frisou Djacir.

A troca de informações e experiências com base nas realidades vividas entre os 14 povos indígenas aconteceram da Oca da Praça, onde foram discutidos o abalo do convívio entre jovens indígenas e não indígenas, visto como algo que precisa de atenção e trabalho específico. A Funai investiu cem mil reais na realização do encontro, propiciando o fortalecimento cultural com a construção dos espaços Oca da Praça e da Casa de Cultura Tuxá.

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Pesquisas sócio-ambientais Brasil - Guiana Francesa

Fortalecendo a atuação internacional da Funai, a Coordenadora de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente (CGPIMA), Iara Vasco, participou do seminário "Recherches socio-environmentales pour la gestion de la biodiversité em zone de frontière: Brésil – Guyane Française", realizado em Paris, nos dias dois e três de outubro/08. A representante da Funai expôs o panorama da política indigenista no Brasil e da situação fundiária das terras indígenas, destacando os resultados do Programa de Proteção às Populações e às Terras Indígenas da Amazônia Legal (PPTAL), os avanços na construção de uma política de gestão ambiental e territorial para as terras indígenas com a implantação de um Sistema Integrado de Gestão Ambiental das Terras Indígenas (SIGATI) e a elaboração do projeto de conservação e uso sustentável da biodiversidade nas terras indígenas aprovado pelo Fundo para o Meio Ambiente Global – GEF.

Em parte de sua apresentação, Iara Vasco ressaltou a preocupação do órgão indigenista com os impactos do desenvolvimento acelerado na região do Oiapoque, em particular com a terra indígena Uaçá, com a tendência de alteração significativa das dinâmicas sociais, econômicas e ambientais com a construção da ponte binacional. A coordenadora da CGPIMA demonstrou a perspectiva de construção de um programa de pesquisa e extensão específicos para a região, como suporte aos órgãos públicos e parceiros que atuam na gestão das áreas protegidas na faixa de fronteira.

A realização do seminário ocorreu em continuidade à Cooperação Brasil-França, relativa ao programa de pesquisa desenvolvido pelo Institut de Recherche pour le Développment (IRD), Museum National D'Histoire Naturelle e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), através do Programa de Estudo Interdisciplinar de Comunidades e Ecologia Social (EICOS), articulado às ações da cooperação francesa para as Áreas Protegidas no Brasil, com a participação de pesquisadores brasileiros e franceses, que apresentaram resultados de suas pesquisas na área de fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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