29 de
Outubro de 2008 - Um barco inflável do Greenpeace
tenta evitar que o navio-fábrica Nisshin
Maru, da frota baleeira japonesa, seja reabastecido
pelo Oriental Bluebird em pleno Santuário
de Baleias da Antártica.
São Paulo (SP), Brasil — Embarcação
fora-da-lei teve sua bandeira retirada e foi multada.
Ela, no entanto, já se prepara para voltar
à Antártica.
Depois de violar uma série
de leis internacionais e de seu próprio país,
a embarcação panamenha Oriental Bluebird
teve sua bandeira retirada no último dia
8 de outubro. O navio, utilizado para reabastecer
a frota baleeira japonesa e levar as carnes de baleias
até o Japão durante a última
expedição de caça, recebeu
também uma multa no valor de 10 mil balboas
(equivalente a US$ 10 mil). A multa foi repassada
à companhia Hiyo Shipping Ltda, proprietária
do navio, que tem sede no Japão.
O processo judicial para retirada
da bandeira foi iniciado em abril de 2008, relacionando
o uso do navio à segurança da vida
humana em áreas remotas e à preservação
dos recursos marinhos no Santuário de Baleias
Antártico. O Panamá é parte
da América Latina, único continente
que não caça e nem promove a caça
de baleias. O país, além de ter apresentado
uma postura conservacionista nas últimas
reuniões da Comissão Internacional
Baleeira (CIB), é signatário, assim
como o Japão, de um acordo para impedir a
poluição dos oceanos (Marpol).
"Foi uma vergonha presenciar
uma embarcação latina transportando
as carnes de baleias, provenientes de operações
ilegais de caça comercial, pobremente disfarçadas
de ciência. Esperamos que esse ato sirva de
lição para os demais países
que continuam apoiando a matança indiscriminada
de baleias", afirmou Leandra Gonçalves,
coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace
e única brasileira a bordo do Esperanza.
A frota baleeira, incluindo o
Oriental Bluebird, está atualmente atracada
em Shimonoseki, de onde deveriam partir nas próximas
semanas para a chamada expedição “científica”
na Antártica. Além dos milhões
de yens pagos pelos contribuintes para subsidiar
a caça às baleias, o governo japonês
adicionou esse ano 800 milhões de yens (US$
8 milhões) para a guarda costeira, que garantirá
a 'proteção' da frota. Enquanto isso,
dois ativistas do Greenpeace, Junichi Sato e Toru
Susuki, continuam sob prisão domiciliar,
podendo ser condenados a até 10 anos de prisão,
por expor um escândalo no programa baleeiro
japonês.
"O governo japonês
está gastando o dinheiro dos contribuintes
para defender uma caça a baleias ameaçadas,
dentro de um santuário internacional. O programa
não é cientificamente nem economicamente
interessante, além de usar, agora comprovadamente,
navios ilegais. Que evidências mais são
necessárias para cancelar esse programa?",
afirma Sarah Holden, coordenadora da campanha de
baleias do Greenpeace Internacional.
+ Mais
Enquanto não tiram os piratas
dos mares, nós os acorrentamos!
28 de Outubro de 2008 - Ativistas
do Greenpeace colocam faixa em embarcação
acusada de fazer pesca ilegal. Quatro barcos foram
acorrentados no porto de Aveiro, em Portugal, em
protesto que exige ação das autoridades
portuguesas.
Aveiro, Portugal — Quatro embarcações
que praticam pesca ilegal foram bloqueados no porto
de Aveiro, em Portugal, por ativistas do Greenpeace.
Mergulhadores do Greenpeace acorrentaram
quatro embarcações no porto de Aveiro,
em Portugal, em protesto contra a pesca ilegal.
Os barcos têm um longo histórico de
participação em pesca pirata e o Greenpeace
exige das autoridades portuguesas um maior controle
sobre eles.
Faixas amarelas com os dizeres
"Tirem esses piratas dos mares" foram
afixadas nos cascos dos navios. As chaves dos cadeados
que prenderam os barcos Red, Caribe, Brites e Aveirense,
foram entregues às autoridades do porto de
Aveiro. As embarcações são
propriedade do grupo Silva Vieira e já cometeram
diversas irregularidades, entre elas não
respeitar a cota legal de pesca, pescar sem bandeira
que identifique o país responsável
e o uso de múltiplas identidades.
A ação desta terça-feira
aconteceu poucas semanas depois do GReenpeace lançar
sua lista negra com barcos e empresas envolvidas
em pesca pirata. Todos os quatr barcos acorrentados
nesta terça-feira estão incluídos
na lista.
O barco Red, também conhecido
como Joana, Kabou ou Lootus, está oficialmente
banido pela Comissão de Pesca do Nordeste
do Atlântico (NEAFC, na sigla em inglês)
e também pela União Européia.
Portugal participa da NEAFC e assim sendo não
poderia ajudar a embarcação a aportar
em Aveiro, muito menos oferecer serviços
a ela.
"É vergonhoso que
barcos piratas continuem recebendo serviços
em portos europeus e continuem a pescar ilegalmente",
afirma Farah Obaidullah, da campanha de Oceanos
do Greenpeace.
"O fato de uma embarcação
dessa ter recebido permissão para aportar
demonstra a falta de vontade política das
autoridades portuguesas para combater a pesca pirata."
O Greenpeace exige que os governos
confirmem seu compromisso de combater a pesca ilegal,
assegurando que esse tipo de embarcação
não mais seja autorizada a pescar.
"A única forma para
efetivamente acabar com a pesca pirata é
melhorar a coordenação internacional
e a troca de informação para garantir
uma maior transparência na indústria
da pesca", afirma Obaidullah. "O ponto-chave
disso é o estabelecimento de um cadastro
online internacional de barcos de pesca que inclua
uma lista negra dos barcos e empresas envolvidas
em práticas ilegais. Listas regionais são
limitadas e não permitem uma ação
global para enfrentar a pesca pirata."
Os países têm que
monitorar de perto as embarcações
de pesca que entram em seus portos, para poder bloquear
o fluxo de caixa que sustenta operadores inescrupulosos.
Além disso, medidas fortes de mercado têm
que ser tomadas para rejeitar os peixes capturados
de forma ilegal. Comerciantes, mercados e peixarias
têm que contribuir, não comprando esse
peixe.
Os governos têm que trabalhar
em conjunto para resolver o problema da pesca pirata
e estabelecer uma rede mundial de reservas marinhas
para restaurar os estoques pesqueiros de todo o
planeta. O Greenpeace advoga pela criação
de uma rede de reservas marinhas que proteja 40%
dos oceanos do mundo - com pesca regulada e sustentável
nas demais áreas - como a solução
de longo prazo para a sobrepesca e a recuperação
da vida marinha de nossos oceanos.