Daniela
Mendes - O Ministério do Meio Ambiente lançará
nesta terça-feira (4), às 10h, no
auditório do Edifício Marie Prendi
Cruz (505 Norte, em Brasília), o Livro Vermelho
da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
Uma publicação elaborada em parceria
com a Fundação Biodiversitas que,
pela primeira vez, traz um amplo conjunto de informações
das espécies presentes nas Listas Nacionais
Oficiais de Espécies da Fauna Ameaçadas
de Extinção.
São mais de mil e quatrocentas
páginas distribuídas em dois volumes,
com dados sobre a biologia, distribuição
geográfica, presença em unidades de
conservação, principais ameaças,
estratégias de conservação,
indicações de especialistas e de núcleos
de pesquisa e conservação envolvidos
com as espécies.
A cerimônia de lançamento
contará com a presença do ministro
Carlos Minc; da secretária- executiva do
MMA, Izabella Teixeira; da secretária de
Biodiversidade e Florestas, Maria Cecília
Wey de Brito; do presidente do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
Rômulo Mello; do presidente do Ibama, Roberto
Messias, entre outros convidados.
Haverá ainda a assinatura
de uma portaria pelo ministro Carlos Minc e pelo
presidente do ICMBio, reconhecendo instrumentos
da Política Nacional de Biodiversidade voltados
para a conservação e recuperação
de espécies ameaçadas de extinção.
Além disso, a portaria definirá procedimentos
e atribuições do MMA e do ICMBio a
serem seguidos quando da atualização
de Listas Nacionais Oficiais de Espécies
Ameaçadas de Extinção. No evento
será efetuado também o lançamento
de um plano de ação para as Aves de
Rapina, elaborado no âmbito do ICMBio.
O principal papel dos livros vermelhos
é alertar os tomadores de decisão,
profissionais da área de meio ambiente, conservacionistas,
e a opinião pública em geral, sobre
o risco crescente de extinção de espécies
e suas conseqüências sobre o patrimônio
genético do planeta. A elaboração
de livros contendo as descrições das
espécies consideradas sob ameaça de
extinção (livros vermelhos), realizada
com base em critérios científicos
e consulta a especialistas, constitui uma ferramenta
básica para a conservação e
recuperação dessas espécies.
A elaboração do
Livro Vermelho decorre diretamente das Listas Nacionais
Oficiais de Espécies da Fauna Ameaçadas
de Extinção (INs MMA nº 3/2003
e nº 5/2004), incluindo pela primeira vez em
uma única obra todas e somente as espécies
que o governo brasileiro efetivamente reconhece
como ameaçadas de extinção.
Representa, portanto, a continuidade de ações
iniciadas a partir da elaboração das
Listas de Espécies Ameaçadas, no sentido
de um dia poder retirá-las dessa condição.
A lista com as espécies
citadas nos livros vermelhos pode orientar o desenho
das políticas públicas e privadas
de ocupação e uso do solo, a definição
e priorização de estratégias
de conservação, o estabelecimento
de medidas que visem reverter o quadro de ameaça
às espécies, além de direcionar
a criação de programas de pesquisa
e formação de profissionais especializados
em biologia da conservação.
Primeira lista - A primeira lista
de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada
de Extinção é de 1968 (Portaria
IBDF nº 303) e contava com 44 espécies.
A primeira lista publicada no âmbito do Ibama
(Portaria nº 1.522) ocorreu em 1989, com 206
espécies animais sob ameaça de desaparecimento,
dentre vertebrados e invertebrados, das quais sete
espécies consideradas como provavelmente
extintas. A lista atual, publicada por intermédio
das Instruções Normativas MMA nº
3/2003 e nº 5/2004, conta com 627 espécies
ameaçadas de extinção, sendo
130 de invertebrados terrestres, 16 de anfíbios,
20 de répteis, 160 de aves, 69 de mamíferos,
78 de invertebrados aquáticos e 154 de peixes.
Maiores informações sobre o tema podem
ser obtidas no Portal sobre Espécies Ameaçadas
de Extinção do MMA, no endereço
www.mma.gov.br/ameacadas.
+ Mais
Minc quer livro sobre espécies
da fauna ameaçadas de extinção
nas escolas
04/11/2008 - Paulenir Constâncio
- O Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada
de Extinção, lançado nesta
terça-feira (4) pelo MMA, deverá chegar
a todas as escolas brasileiras, anunciou o ministro
Carlos Minc. Na cerimônia, realizada na sede
da Secretaria de Biodiversidade e Florestas - 505
Norte -, ele disse que "a nossa garotada conhece
a girafa e o elefante, que, aliás, são
bichos bonitos, mas não conhece os nossos
animais". A obra traz detalhes sobre as 627
espécies que correm o risco de desaparecer.
O assunto deverá fazer
parte da pauta de uma reunião, ainda esta
semana, entre Minc e o ministro da Educação,
Fernando Haddad. "Nas bibliotecas e na mão
dos professores, o livro pode ser decisivo para
a salvação dessas espécies",
avalia Minc. Com 1.500 páginas, que mostram
onde se encontra, como vive e como é popularmente
conhecido cada um dos animais, peixes, aves e insetos
em perigo, a obra vai chegar primeiro às
unidades de conservação nacionais
sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade.
O ministro ressaltou a importância
da publicação, lembrando que sua edição
é a continuidade de um trabalho do MMA, que
em parceria com a Fundação Biodiversitas,
a Conservação Internacional Brasil
e a Universidade Federal de Minas Gerais, elaborou
uma pesquisa sistemática da maior importância
para a identificação das espécies
ameaçadas. Cada cidadão, em cada município,
terá condições de conhecer
a biodiversidade à sua volta e se engajar
na luta para salvar a fauna em risco, espera o ministro.
"Você só defende aquilo que você
ama e só ama aquilo que você conhece",
analisou. Para Minc, o Livro Vermelho é "um
chamamento à sociedade. É um grito.
Um basta à degradação ambiental".
O ministro avalia ser "intolerável"
que em nome do progresso se esteja levando um número
tão significativo de espécies à
extinção. "Esta lista é
um tapa na cara pelo modo irresponsável de
produzir", alertou.
A pesquisa que resultou no livro
acabou por introduzir espécies novas na lista
de risco e também retirar dele algumas que
deixaram a situação de risco. As principais
causas apontadas para o aumento de 217 para 627
espécies em extinção são
o desmatamento, o tráfico de animais silvestres
e a degradação ambiental. Novos dados
foram introduzidos pelos pesquisadores, principalmente
sobre os peixes e insetos, contribuindo para ampliar
a lista. Minc lembrou uma série de medidas
que o MMA vem tomando para diminuir o impacto da
ocupação humana sobre as espécies
ameaçadas.
As iniciativas vão desde
o investimento na infra-estrutura dos parques nacionais
até a criação de outros em
áreas onde espécies da fauna e da
flora correm risco de ser extintas até a
contratação anunciada de três
mil novos fiscais, com o objetivo de coibir e combater
os crimes ambientais. "Mas não pensem
que isso é fácil, pois não
basta chegar para o presidente Lula e dizer para
ele assinar um decreto", disse Minc.
O ministro enfatizou que ao criar
unidades de conservação é preciso
dotá-las de uma infra-estrutura eficiente
e um conjunto de medidas, como corredores ecológicos,
capazes de auxiliar na preservação
das espécies. Por isso, o MMA está
preparando um plano de manejo para 40 unidades de
conservação e está buscando
parcerias com empresas para que elas "adotem"
um parque ou assumam os custos necessários
para ajudar a tirar uma das espécies da lista.
Lembrou que salvar um animal da extinção
implica em um trabalho de pesquisa de campo, interferência
no ambiente e em seu entorno para proporcionar condições
de sobrevivência e reprodução.
Participaram da cerimônia
de lançamento do Livro Vermelho, além
do ministro Carlos Minc, o presidente do Instituto
Chico Mendes, Rômulo Mello, a secretária
de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecilia Wey
de Brito, e representante do Ibama, João
Pessoa.