12 de
Novembro de 2008 - Ivan Richard - Enviado Especial
- Antonio Cruz/Abr - Belém (PA) - O procurador
geral da República no Pará, Felício
Pontes Júnior, dá entrevista a Empresa
Brasil de Comunicação
Belém (PA) - O advogado do fazendeiro Regivaldo
Pereira Galvão, Jânio Siqueira, disse
hoje (12) que as religiosas da Congregação
Notredame, que atuam no município de Anapu
(PA), estão querendo “criar um fato novo”
contra seu cliente.
Ele classificou ainda como "uma
fraude" a ata do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) na qual consta
que Regivaldo se diz dono do lote 55, onde a missionária
Dorothy Stang foi assassinada, em 2005.
“A ata do Incra é uma fraude
e não consta a assinatura do Regivaldo”,
afirmou Siqueira à Agência Brasil.
“Ele esteve na reunião, mas o documento não
representa a verdade”, completou.
O advogado disse que Taradão,
como o fazendeiro Regivaldo é conhecido na
região, “não está se contradizendo”
e apresentou documentos que comprovariam a venda
e a posterior revenda do lote 55.
Com isso, ele sustentou a tese
de que Regivaldo não seria dono do lote 55
quando a missionária americana foi assassinada.
Argumentação que seu cliente sempre
usou perante à Polícia Federal e à
Justiça para se distanciar das acusações
de ser o mandante do crime.
Siqueira mostrou um contrato de
venda, datado de 5 de abril de 2004, um ano antes
da morte de Dorothy, no qual Regivaldo vende os
três mil hectares do lote 55 a Vitalmiro Bastos
de Moura, o Bida, por R$ 1,6 milhão.
“O Bida pagou à vista R$
80 mil, mais R$ 450 mil, em forma de uma fazenda,
além de 22 mil arrobas de carne de boi gordo”,
disse Siqueira, ao explicar a forma de pagamento
constante no contrato.
Em junho deste ano, no entanto,
Bida teria vendido a terra para Taradão,
alegando que não pôde usufruir da área,
pois a Justiça decretou que ela percente
à União.
“Depois da absolvição,
Bida procurou Regivaldo para desfazer a venda, alegando
que não pode usufruir [da área]. Então,
Regivaldo devolveu a fazenda que havia recebido
e pagou outros R$ 183 mil em gado”, afirmou Siqueira.
Em relação à
ida de seu cliente ao Incra no último dia
28, Siquiera afirmou que Taradão estaria
atendendo a pedido de assentados, que o teriam procurado
para tentar um acordo para não serem retirados
da área.