07 de
Novembro de 2008 - Queimada na Amazônia: os
números do Deter (do Inpe) mostram que a
destruição diminuiu em julho, mas
o saldo nos 12 meses entre agosto de 2007 e julho
de 2008 ainda é muito maior do que o período
anterior (agosto/2006 e julho/2007).
São Paulo (SP), Brasil — Projeto de Lei que
reduz Reserva Legal na Amazônia volta à
pauta de votação no Congresso antes
da formação de Grupo de Trabalho proposto
pelos ministérios do Meio Ambiente e Agricultura.
As florestas brasileiras estão
por um fio novamente. Isso porque voltou à
pauta de votação do Congresso o Projeto
de Lei número 6424/05, também conhecido
como projeto Floresta Zero. Faz tempo que muitos
setores da economia que atuam na Amazônia
tentam mudar a legislação ambiental
brasileira para adequá-la aos seus interesses,
em vez de se adequarem eles às necessidades
da região. Eles voltaram à carga com
força total para aprovar o PL de autoria
do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que "altera
a Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
instituindo o novo Código Florestal, para
permitir a reposição florestal e a
recomposição da Reserva Legal mediante
o plantio de palmáceas em áreas alteradas".
Para brecar o projeto, que na
prática reduz a Reserva Legal na Amazônia,
permitindo até a existência de áreas
inteiras sem floresta alguma, ONGs que formam o
Pacto pela Valorização da Floresta
e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia entregaram
esta semana uma carta ao deputado Jorge Khoury (DEM-BA),
relator do texto. As ONGs pedem um prazo de no mínimo
três meses para que o Grupo de Trabalho anunciado
pelos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura
discuta o assunto e apresente alternativas viáveis.
Assinam a carta as organizações
Greenpeace, Instituto Socioambiental (ISA), WWF,
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
(Ipam), Instituto Centro de Vida (ICV), Conservação
Internacional (CI), The Nature Conservancy, Amigos
da Terra e Imazon.
"Na Amazônia, a simples
existência de leis não é capaz
de deter o desmatamento e os crimes lá ocorridos,
mas o enfraquecimento delas, com certeza, os incentivarão",
afirma Márcio Astrini, da campanha de Amazônia
do Greenpeace.
+ Mais
Ativistas bloqueiam carregamentos
de óleo de palma em porto da Indonésia
10 de Novembro de 2008 - Ativistas
do Greenpeace denunciaram três navios no porto
de Dumai, na Indonésia, por fazerem carregamento
de óleo de palma para a Europa. O produto
é um dos principais responsáveis pela
destruição das florestas tropicais
do país.
Dumai, Indonésia — Florestas inteiras estão
sendo destruídas para abrir espaço
para plantações de palma. Greenpeace
exige a adoção de moratória.
Mais do que um grande carregamento
de óleo de palma para a Europa, os três
navios bloqueados nesta segunda-feira (10/11) por
ativistas do Greenpeace no porto de Dumai, na Indonésia,
levavam também parte da combalida floresta
tropical do país. Para expor ao mundo o problema,
as embarcações receberam uma boa mão
de tinta.
As frases Crime Florestal e Crime
Climático foram pintadas nos cascos e um
dos ativistas se pendurou na corrente da âncora
do Grand Couva, maior dos navios, para protestar
contra a destruição. Com isso a embarcação
ficou impedida de saísse do porto com sua
carga.
Os navios estavam prontos para
zarpar quando foram abordados pelo Esperanza, que
está na última etapa da turnê
Florestas pelo Clima por países do sudeste
asiático.
Boa parte da floresta da ilha
de Sumatra, onde está localizado o porto
de Dumai, foi destruída para abrir espaço
para a plantação de palma. O desmatamento
na região provocou a liberação
de grandes quantidades de gases do efeito estufa,
contribuindo para as mudanças climáticas.
Se as florestas remanescentes da região forem
destruídas, poderão liberar o equivalente
a um ano inteiro de emissões globais.
Durante a turnê pela Indonésia,
a tripulação do Esperanza testemunhou
a destruição de grandes porções
de florestas tropicais na Indonésia por empresas
concessionárias de áreas florestais,
para a plantação de palma. O produto
é exportado em forma de óleo para
Europa, onde é usado pela indústria
de cosméticos e alimentícia.
O Greenpeace quer que o governo
da Indonésia estebeleça uma moratória
imediata no desmatamento e que governos do mundo
criem um mecanismo de financiamento para providenciar
recursos internacionais para a proteção
das florestas na Indonésia e de outros países,
como a Amazônia brasileira.