13 de
Novembro de 2008 - Sabrina Craide - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - As obras
da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira
(RO) já podem começar. O Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) vai publicar amanhã
(14) a licença de instalação
que vai permitir o início do canteiro de
obras e a construção de uma ensecadeira,
que servirá para desviar o rio enquanto as
turbinas da hidrelétrica são instaladas.
Ao conceder a licença,
o Ibama vai exigir que o consórcio realize
uma série de medidas mitigatórias,
como a aplicação de R$ 36 milhões
para projetos de habitação e saneamento
em Porto Velho. As empresas também vão
ter que adotar permanentemente as reservas biológica
e extrativista de Cuniã, em Rondônia,
bancando o custeio e a manutenção
das unidades. Além disso, o consórcio
terá que destinar recursos para pesquisa
de espécies em extinção como
o tamanduá-bandeira, o tatu canastra, a onça
pintada e o boto vermelho.
A licença de instalação
é a segunda etapa do processo de licenciamento
ambiental e viabiliza o início dos trabalhos
de construção do empreendimento. A
licença para todo o empreendimento deve sair
até o fim do ano. A Usina de Santo Antônio,
também no Rio Madeira, recebeu a licença
de instalação em agosto deste ano.
A licença prévia para as duas usinas
foi dada em conjunto, em julho do ano passado.
+ Mais
Usinas hidrelétricas podem
gerar menos danos ao ambiente, diz secretário
12 de Novembro de 2008 - Lisiane
Wandscheer - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Os reais impactos ambientais
de cada fonte na matriz elétrica brasileira
precisam ser avaliados, sob pena de o país
optar por uma ação mais poluente e
que gere danos maiores ao meio ambiente. O alerta
foi feito hoje (12) pelo secretário-executivo
do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio
Zimmermann, no seminário A Nova Matriz Energética
Brasileira.
“Toda vez que não colocamos
usinas hidrelétricas, optamos por térmicas
a óleo, que causam grandes problemas de emissões
de CO2 [dióxido de carbono]. Nosso potencial
de emissão de CO2 está em torno de
40 milhões de toneladas. Se não fizermos
mais usinas hidrelétricas, por considerarmos
a Amazônia um santuário, o potencial
de emissão passará para 300 milhões
em 2016”, alertou Zimmermann.
Também presente ao seminário,
o diretor-geral da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, ratificou
a importância das hidrelétrica para
a matriz energética nacional: “O Brasil sempre
foi dependente de matriz hidroelétrica, e
isso é bom."
Kelman lembrou que, recentemente,
com as dificuldades para obtenção
de licenciamento ambiental e os obstáculos
que a Justiça impõe para que se construam
hidrelétricas, estão sendo contratadas
usinas que queimam óleo. “E nossa matriz
está ficando mais cara e mais suja.”.
O risco de desabastecimento no
país também foi discutido no encontro.
Zimmermann reconheceu que é grande o desafio
da matriz elétrica brasileira para acompanhar
o crescimento da demanda. Segundo ele, para se gerar
o menor custo final de energia possível,
será necessário o uso de hidrelétricas,
em torno de 70%, somadas a outras formas de energia,
como a nuclear, a eólica, além do
carvão mineral, da biomassa e das fontes
alternativas, que responderão pelos outros
30%.
“Até 2030, teremos que
ampliar a capacidade instalada em mais de 120 mil
megawatts, o que significa dobrar a capacidade atual.
Sabemos, que até lá, trabalhamos com
uma implantação de 90 mil megawatts
em hidrelétricas – o restante será
viabilizado por outras formas de produção
de energia”, destacou Zimmermann.
+ Mais
Deputados querem explicações
sobre mudança na localização
da Usina de Jirau
12 de Novembro de 2008 - Sabrina
Craide - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A Comissão de Fiscalização
Financeira e Controle da Câmara dos Deputados
aprovou hoje (12) requerimento com pedidos de explicação
à Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), à Agência Nacional de Águas
(ANA) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
sobre a mudança do local de construção
da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia.
Segundo o deputado Duarte Nogueira
(PSDB-SP), relator do requerimento, os órgãos
terão um prazo de 20 dias para enviar os
documentos solicitados à comissão,
bem como explicações sobre a autorização
da mudança. Também será realizada
uma audiência pública para discutir
o tema, no dia 3 de dezembro.
“O edital traz como local para
a construção da usina a Cachoeira
de Jirau, e o vencedor ganhou a licitação
no Caldeirão do Inferno. Os estudos de impacto
ambiental foram feitos para um local e a obra será
em outro”, disse Nogueira.
Depois de ter sido anunciado como
vencedor da disputa pela construção
da usina, o consórcio Energia Sustentável
do Brasil anunciou que a barragem seria construída
a 9,2 quilômetros de distância do ponto
previsto nos estudos iniciais. Segundo o consórcio,
a mudança vai possibilitar que sejam feitas
menos escavações, diminuindo os impactos
ambientais e os custos, além de antecipar
o cronograma da obra.
+ Mais
Diretor da Aneel diz que crise
poderá afetar a expansão da produção
energética
12 de Novembro de 2008 - Lisiane
Wandscheer - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O diretor-geral da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson
Kelman, disse hoje (12), no seminário A Nova
Matriz Energética, que a crise financeira
internacional pode ter reflexos no setor energético,
prejudicando a expansão da capacidade de
produção energética, caso os
problemas de crédito se acentuem.
“Não há sinais palpáveis
da crise financeira, entretanto, é de supor
que haja um efeito duplo. De um lado, a escassez
de crédito que faz com que a construção
de novas usinas hidrelétricas seja dificultada
e, por outro lado, a diminuição da
demanda que faz com que se precise diminuir o ritmo
de novos investimentos. O efeito líquido
destas duas tendências não se sabe
qual será”, disse Kelman.
O diretor da Aneel acredita que
a crise não vá prejudicar os investimentos
nos próximos leilões de energia elétrica,
mas afirma que a situação merece ser
observada. “É necessário aguardar
o leilão das linhas de transmissão
do Rio Madeira, que será um teste para ver
se há alguma preocupação do
mercado”, sugeriu.
A concorrência pública
para a instalação das linhas de transmissão
do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira,
em Rondônia, está marcada para 28 de
novembro.
+ Mais
Setor energético será
o "motor" do desenvolvimento brasileiro,
afirma Lobão
11 de Novembro de 2008 - Lorenço
Canuto e Danilo Macedo - Repórteres da Agência
Brasil - Brasília - Os planos de investimentos
do Brasil na área energética e o interesse
do empresariado garantem que o setor será
o motor do desenvolvimento brasileiro, com a geração
de energia sem impacto sobre o meio ambiente.
A afirmação foi
feita pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,
em palestra durante a instalação do
seminário A Nova Matriz Energética
Brasileira, promovido pelo Tribunal de Contas da
União (TCU).
Segundo Lobão, ninguém
tem condições de criticar o Brasil
no que diz respeito ao que liga o meio ambiente
à geração elétrica,
pois quase 90% das usinas brasileiras são
movidas por força hidráulica.
Ele se referiu a críticas
feitas em alguns países que vinculam a poluição
do meio ambiente com as fontes de geração
de energia. Para Lobão, "a oferta de
energia é a chave do desenvolvimento e o
Brasil tem garantia de sustentabilidade" nessa
área, com o plano decenal de investimentos
que tem cronograma de obras até 2016.
O ministro mencionou o interesse
de investidores no setor, demonstrado em projetos
e nos leilões de compra de energia, que são
feitos para garantia de suprimento com cinco anos
de antecedência.
Lobão afirmou que o sistema
interligado de distribuição de energia
cobre todo o país, citando a importância
da rede de distribuição implantada
no coração da região Amazônica
para essa integração.
A iniciativa do TCU de promover
o seminário conforme Edson Lobão mostra
que "o tribunal vai além da sua destinação
e realiza um trabalho firme e independente",
auditando 70% dos recursos do ministério.
O presidente do tribunal, Augusto
Nardes disse em discurso que “no mundo globalizado
a competência e a concorrência andam
juntas” por isso o TCU procura se aproximar mais
do setor de energia para que os gastos públicos
sejam bem dirigidos numa nação que
tem vocação energética por
excelência.