Panorama
 
 
 

NOVO DOCUMENTO PODE MUDAR RUMO DO CASO DOROTHY STANG

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2008

8 de Novembro de 2008 - Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Roosewelt Pinheiro/Abr - Brasília - As freiras Rebeca Spires e Julia Depweg, que trabalharam durante 30 anos com a missionária Dorothy Stang, mostram documentos que pode comprovar a participação de mais um fazendeiro no assassinato da religiosa
Brasília - Um documento recebido no final da tarde de ontem (7) pelas freiras Rebeca Spires e Julia Depweg – que trabalharam durante três décadas com a missionária Dorothy Stang – pode mudar os rumos do processo do assassinato da freira.

A cópia da ata de uma reunião, enviada via fax, comprovaria que o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, acusado de ser o principal mandante do crime, procurou o escritório do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Altamira (PA), no último dia 28, para doar parte do lote onde Dorothy foi morta e que ele mesmo afirmava que não estava mais em seu nome.

Em entrevista à Agência Brasil hoje (8), as religiosas explicaram que a proposta de Galvão ao Incra consiste em doar parte do lote 55 – que até então, ele dizia ser do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida. Em troca, ele pediu autorização para colocar gado na outra porção da terra.

O documento indicaria que Galvão, ao contrário do que vem afirmando desde 2004, mantém o controle do lote e, portanto, segundo as freiras, teria motivos para encomendar o assassinato da missionária.

Em Anapu, cidade do interior do Pará onde Dorothy vivia, cerca de mil pessoas participam hoje (8) de audiência pública que discute o caso. Uma cópia da ata da reunião no Incra e de comprovantes de compra e venda do lote 55 entre Galvão e Bida,serão apresentadas.na audiência. A idéia, de acordo com as religiosas, é mostrar que os documentos são contraditórios e que o lote nunca foi propriamente de Bida.

“Irmã Dorothy era muito danadinha e ia mesmo atrás. Depois que ela morreu, foi anunciado pelo Incra que o lote 55 estava seguro e não está. Muita coisa foi anunciada, muitas promessas foram feitas. O Incra trabalha com duas bocas e o povo está continuando o que Dorothy começou”, disse a irmã Rebeca.

Para ela, a missionária estava “incomodando demais” porque queria desmanchar o esquema de falsificação de documentos e de impunidade dos fazendeiros no Pará. Ela reforçou que Bida não morava no lote 55 e que seu nome apareceu apenas após a denúncia contra Galvão. A religiosa lembrou que Bida é conhecido na região “por ter dado fim a muita gente” e que, por essa razão, teria sido contratado por Galvão para orquestrar o crime.

“Foi dito em Anapu: temos que liquidar esta irmã [Dorothy] para ter paz”, relatou irmã Julia, sem citar nomes. As religiosas estão em Brasília, onde permanecem até amanhã (9), quando retornam ao município paraense.

A expectativa é que, uma vez na capital federal – onde estão localizadas as sedes do Incra e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) – elas consigam “dar um empurrão” no caso.

“Não podemos reduzir tudo isso a uma questão ambiental. Foi uma violação terrível dos direitos humanos e queremos acabar com a impunidade. Que as autoridades tomem as devidas providências para que o povo viva em paz. Regivaldo nunca deveria ter recebido o habeas corpus, deveria ter aguardado preso”, afirmou irmã Rebeca.

“Trouxemos [nos documentos] 27 casos de morte no Pará. Todo mundo sabe quem fez isso. Impunidade gera mais impunidade e mais eles [os fazendeiros da região] terão liberdade de matar pessoas. Não sei se a ata vai reverter o julgamento [de Bida], mas deve levantar muitas perguntas”, finalizou irmã Julia.

O fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, foi absolvido em maio, num segundo julgamento, da acusação de mandante da morte da missionária americana Dorothy Stang. O julgamento ocorreu na 2ª Vara do Juri de Belém (PA).

Na ocasião, os jurados mantiveram a condenação de Rayfran das Neves, apontado como o executor do assassinato. Ele foi condenado a 27 anos de prisão no primeiro julgamento e teve a pena aumentada para 28 anos, no segundo. No primeiro julgamento, Valdomiro Bastos havia sido condenado a 30 anos de prisão e, hoje, está em liberdade.

A missionária Dorothy Stang foi morta com seis tiros em Anapu, a 300 quilômetros da capital paraense, em fevereiro de 2005. Ela participava da Comissão Pastoral da Terra e trabalhava em constante diálogo com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções para conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na região.

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Religiosas que trabalharam com Dorothy Stang denunciam impunidade

7 de Novembro de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília - As religiosas Rebeca Spires e Julia Depweg, que trabalharam com a missionária norte-americana Dorothy Stang no Pará por três décadas, se reúnem hoje (7), às 10h30, em Brasília, com o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Elas vão denunciar a impunidade e a manipulação judicial no caso da missionária, assassinada a tiros em Anapu, no Pará, em 12 de fevereiro de 2005.

As irmãs são personagens de um documentário sobre a morte de Dorothy Stang, que atuava na defesa da Floresta Amazônica e dos agricultores sem terra e integrava o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) no município de Anapu. A missionária é conhecida mundialmente na luta contra o desmatamento e a grilagem de terras no Brasil. O filme foi lançado esta semana no Festival Internacional de Cinema de Brasília.

As religiosas se encontraram com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Brito, na última quarta-feira (5) para entregar um documento que relata a violência no estado.

Ibama diz que novo local da Usina de Jirau não trará impactos ambientais maiores que o anterior

13 de Novembro de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A mudança no local de construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO) não vai causar impactos ambientais maiores na região do que os previstos anteriormente. A conclusão é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O presidente do órgão, Roberto Messias, anunciou hoje (13) que a licença de instalação para o canteiro de obras da Usina será publicada amanhã.

Segundo Messias, os estudos realizados pelo Ibama mostraram que o impacto ambiental gerado pelo novo projeto é semelhante ao previsto anteriormente. “A diferença na localização não significou nenhuma piora comprometedora”, afirmou.

A mudança no local da construção da Usina foi anunciada pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil, logo após ter sido anunciado vencedor do leilão do empreendimento. Segundo o consórcio, a medida deve diminuir os custos e também os impactos ambientais, além de acelerar o cronograma da obra.

Messias garantiu que, apesar da pressão dos empreendedores para que a licença fosse concedida antes do início das chuvas no Norte do país, o trabalho do Ibama não foi comprometido. “Temos um cuidado extremos com o patrimônio natural, e não fomos açodados [apressados]”, disse.

De acordo com o presidente do Ibama, se alguma condição imposta aos empreendedores não for cumprida, a licença poderá ser revogada.

A Agência Nacional de Águas (ANA) já autorizou a construção da ensecadeira (contenção das águas do rio durante o processo de instalação da usina ) e a retirada de água do Rio Madeira para atender às necessidades do canteiro de obras. Mas, segundo o Presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, a outorga final para a obra vai depender da apresentação de um projeto para a construção de eclusas no local.

“Queremos saber se o empreendedor contemplou no seu projeto uma solução para o transporte [fluvial]”, disse. A outorga da ANA é necessária para que o Ibama possa conceder a licença de instalação para todo o empreendimento.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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