Tecnologia
- 11/11/2008 - O processo de biolixiviação
de extração de cobre a partir de concentrado
dos sulfetos do metal, desenvolvido pelo Centro
de Tecnologia Mineral (Cetem/MCT) em parceria com
a empresa americana Geobiotics, LLC, permitirá
que a Mineração Caraíba S.A,
que financiou o projeto, coloque em funcionamento
uma unidade industrial utilizando o experimento
em suas instalações, na Bahia.
O projeto é desenvolvido
desde o início de 2006. Neste período,
o Centro colocou em operação a Unidade
Semi-piloto de Biolixiviação dotada
de controle computacional projetada pelos pesquisadores
do Cetem, a primeira construída no Brasil
a utilizar essa tecnologia.
Durante a nova etapa do experimento
utilizando uma pilha de demonstração
da tecnologia, a mineradora utilizará 2,5
mil toneladas de concentrado de cobre. A operação
irá organizar e selecionar dados e informações
técnicas para a consolidação
da unidade industrial daqui a dois anos. A Caraíba
está investindo R$ 3,7 milhões na
nova unidade.
A inovadora tecnologia, além
de cortar custos, tem como objetivo reduzir sensivelmente
as emissões de gases poluentes oriundos da
prática pirometalúrgica de transformação
desses sulfetos minerais em cobre metálico
(cobre blister). O novo processo consiste na lixiviação
bacteriana, ou biolixiviação, processo
bio-hidrometalúrgico que visa a aportar alternativa
ao tradicional método pirometalúrgico.
Além de reduzir os impactos
ambientais, provocados pela emissão de gases
poluentes, que podem conter metais pesados (como
cádmio, arsênio, mercúrio, bismuto
e chumbo), a lixiviação bacteriana
apresentará custos operacionais cerca de
40% reduzidos e investimentos em torno de 60% menores,
se comparados aos processos tradicionais. Dessa
forma, pequenos projetos, que hoje estão
parados, poderão ser viabilizados com conseqüente
redução de importações.
Hoje, 80% do metal primário
do mundo são produzidos por meio da pirometalurgia,
que produz 16 milhões de toneladas de cobre
por ano.
Biolixiviação
A biolixiviação
é a dissolução de sulfetos
metálicos, nesse caso a calcopirita e a bornita,
por meio da ação de microrganismos
nativos (endógenos) extraídos do próprio
ambiente mineral. Esses microrganismos são
amostrados no local, transportados ao laboratório,
onde são cultivados e bio-estimulados/potencializados
em condições ambientais e nutricionais
adequadas.
Ao final, os microrganismos (Bactérias
e Archeas – naturais e inofensivas ao homem), responsáveis
pela geração dos agentes oxidantes,
são inoculados no meio reacional, onde se
encontra o concentrado de flotação
em meio ácido - explica o responsável
pelo projeto, Luis Gonzaga Santos Sobral, pesquisador
da Coordenação de Processos Metalúrgicos
e Ambientais (CPMA) do Cetem.
Vitor Hugo Marques - Assessoria de Imprensa do Cetem
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Simpósio internacional
debate monitoramento de florestas
Monitoramento - 07/11/2008 - Especialistas
do mundo todo discutem até hoje (7) o monitoramento
de florestas, em Foz do Iguaçu (PR), no GEO
Forest Monitoring Symposium.
Promovido pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) e pelo Grupo de
Observação da Terra (GEO), uma organização
intergovernamental que congrega mais de 70 países,
o evento é dirigido a pesquisadores, especialistas
em sensoriamento remoto e gestores de instituições
públicas e organizações não-governamentais
com projetos relacionados a armazenamento de carbono,
previsão de desastres naturais, conservação
da biodiversidade e de produtos e serviços
derivados dos ecossistemas florestais.
"Este simpósio avaliará
os avanços recentes em sistemas de observação
e as melhores experiências nesta área
em todo o mundo", comenta Gilberto Câmara,
diretor do Inpe, instituto reconhecido internacionalmente
pela excelência e pioneirismo de seus sistemas
de monitoramento da Amazônia por satélites.
As tecnologias de sensoriamento
remoto, como satélites e radares, fornecem
dados essenciais sobre cobertura florestal, biodiversidade,
biomassa e teor de carbono. Entre outros temas,
o simpósio discute a operação
do Geoss, um sistema global para fornecimento de
informações detalhadas da Terra, obtidas
a partir de diversos instrumentos e técnicas.
O Geoss reúne instituições
de pesquisa do mundo inteiro para ampliar a capacidade
de monitoramento ambiental do Planeta.
"Nosso objetivo é
construir um sistema operacional que assegure a
disponibilidade de dados e observações
a longo prazo para medir e analisar a saúde
das florestas. Estou extremamente satisfeito por
realizar este simpósio no Brasil, um país
que está na vanguarda das técnicas
de monitoramento ambiental", diz José
Achache, diretor do GEO.
Mais informações sobre o GEO Forest
Monitoring Symposium aqui no site.
Marjorie Xavier - Assessoria de Imprensa do Inpe
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Rede preserva biodiversidade de
bactérias e genes da agroindústria
Biodiversidade - 10/11/2008 -
Um grupo de pesquisadores lançou uma rede
de incentivo à preservação
da biodiversidade brasileira. O Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq/MCT) apoiou o projeto que deu origem à
Rede Centro-Sul para a manutenção
e caracterização da biodiversidade
de coleções de culturas e genes de
bactérias de importância para a agroindústria
nacional.
A rede foi montada com o objetivo
de fornecer auxílio emergencial para as coleções
de culturas de bactérias diazotróficas,
aquelas capazes de fixar nitrogênio e promotoras
do crescimento de plantas que se encontravam em
estado crítico nos laboratórios das
instituições. Essas bactérias
têm importante aplicação na
agricultura, por exemplo, como alternativa para
a redução do uso de fertilizantes
nitrogenados nas plantações.
“Nosso levantamento dessas coleções,
que se encontravam em estado emergencial, indicou
que havia 15.426 estirpes, que são populações
diferentes de bactérias, e cerca de 20 mil
clones de bibliotecas genômicas com potencial
biotecnológico”, disse a pesquisadora da
Embrapa Solo, Mariangela Hungria, coordenadora do
projeto. Segundo ela, as coleções
representam um valioso acervo da biodiversidade,
além de contarem também com estirpes
da biodiversidade de outros países, e são
fundamentais para a filogenia, que determina relações
ancestrais entre espécies conhecidas e muitas
vezes extintas, e a taxonomia, responsável
pela classificação dos organismos.
“Em 2004, 24 milhões de
doses de inoculantes foram comercializadas no Brasil,
a maioria para a cultura da soja, e todas têm
estirpes provenientes destas coleções,
fornecidas também para a indústria.
Elas são consideradas cada vez mais eficazes
para leguminosas de importância econômica
para o País”, disse a pesquisadora.
Com o projeto apoiado pelo CNPq,
formou-se a Rede Centro-Sul e o grupo Brazilian
Microbial Resource Center (BMRC), que uniram pesquisadores,
com suas coleções e laboratórios,
da Embrapa Soja, Embrapa Cerrados, Embrapa Agropecuária
Oeste, Fundação Estadual de Pesquisas
Agropecuárias do Rio Grande do Sul, Universidade
Estadual de Santa Catarina (Uesc), Instituto Agronômico
do Paraná (Iapar) e da Universidade Federal
do Mato Grosso (UFMT).
“Conseguimos todos os equipamentos
necessários para preservar as bactérias
por pelo menos mais de uma das maneiras recomendadas,
em ultra-freezer a -80ºC ou por liofilização,
além da expansão do banco de genes
e a caracterização genética
de estirpes recomendadas comercialmente”, disse
a coordenadora Mariangela Hungria.
O projeto também teve o
apoio do Laboratório Nacional de Computação
Científica (LNCC/MCT), responsável
por criar um banco de dados, com as informações
de catalogação das estirpes de cada
instituição, informatizado e interligado
com as informações das coleções
de culturas, e a página eletrônica
do grupo que será inaugurada em novembro.
Assessoria de Comunicação do CNPq
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Revista da Câmara tem edição
sobre aquecimento global
Publicação - 12/11/2008
- A Câmara dos Deputados lançou hoje
(12), às 11 horas, no Salão Nobre,
a quinta edição da revista Plenarium,
que apresenta uma coletânea de artigos e ensaios
sobre o aquecimento global. A edição
também traz artigos de pesquisadores brasileiros
que entendem o aquecimento global como resultado
da ação do homem. Entre eles estão
os de Carlos Nobre - Mudanças climáticas
e o Brasil: porque devemos nos preocupar -, do Instituto
de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), e Luci Hidalgo
Nunes - Mudanças climáticas pretéritas
e atuais: impactos nos meios físico e socioeconômico.
Nobre é presidente do Comitê
Científico do Programa Internacional da geosfera-Biosfera
(IGBP) e membro do Grupo de Trabalho 2 do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC), da ONU. Já Luci Nunes é professora
de Geografia da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).
Ponderações que
atribuem a elevação da temperatura
do planeta a fenômenos naturais de longa duração,
de natureza geológica, podem ser conferidas
no artigo Desmistificando o aquecimento global,
do professor de Ciências Atmosféricas
da Universidade Federal de Lavras (Ufal) Luis Carlos
Molion. Na mesma linha está palestra do presidente
da República Checa, Vaclav Klaus.
O editor da revista, Jorge Henrique
Cartaxo, explica que a intenção da
publicação é contribuir para
o debate no Congresso sobre a formulação
de políticas públicas para reduzir
o aquecimento global. A edição incorpora
interpretações mais recentes da comunidade
científica sobre o problema, contestando
a corrente hegemônica que aponta o fenômeno
como resultado da ação do homem.
Colaboram na publicação
políticos, diplomatas, consultores legislativos,
pesquisadores e cientistas nacionais e estrangeiros.
Com informações da Agência Câmara
Assessoria de Comunicação do MCT