15 de
Novembro de 2008 - Alana Gandra - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Promover
a mobilização dos catadores fluminenses
e iniciar as discussões sobre o fechamento
e erradicação dos lixões são
alguns objetivos do 1º Congresso Estadual do
Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis,
que termina amanhã (16).
Segundo informou hoje (15) à
Agência Brasil o líder do movimento
no estado, Sebastião Carlos dos Santos, a
idéia é disseminar a coleta seletiva
não apenas como um projeto de inclusão
social, mas como uma política pública
de geração de trabalho e renda e de
preservação ambiental. “As pessoas
falam muito de meio ambiente, mas se esquecem que
meio ambiente e coleta seletiva caminham juntos.
E, principalmente, que existe um protagonista nessa
história, que é o catador de materiais
recicláveis”.
É preciso, frisou Sebastião
dos Santos, que a coleta seletiva seja encarada
pelas autoridades municipais como uma política
pública, a exemplo do que acontece com relação
à saúde e à educação.
“Até porque coleta seletiva sem catador não
é coleta. É lixo. A gente quer também
mostrar que essa categoria está trabalhando
há vários anos de forma precária,
sofrendo vários estigmas como ladrão,
marginal, mendigo, catador de lixo”.
Santos destacou que a profissão
de catador já começa atualmente a
ser vista de maneira diferente, “até pela
própria inclusão e pelas questões
ambientais”. Ao final do congresso, será
elaborado um documento que será encaminhado
aos prefeitos eleitos e re-eleitos do estado do
Rio, cujos catadores estão participando do
evento. “Os municípios têm que começar
a pensar em um modo diferente de tratar o seu lixo.
Porque lixo são coisas que não prestam.
E a gente trabalha com materiais recicláveis”.
O congresso tem como tema central
“Lixo e Cidadania: Um grande Desafio para o Mundo
Globalizado”. Cerca de 250 catadores, representando
60 cooperativas fluminenses e de outros estados,
participaram hoje do evento, que é promovido
pelo MNCR em parceria com o Instituto Brasileiro
de Inovações em Saúde Social
(Ibiss).
+ Mais
Catadores de materiais recicláveis
fazem passeata no Rio
14 de Novembro de 2008 - Thais
Leitão - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - Cerca de 100 catadores
de materiais recicláveis realizaram na manhã
de hoje (14) uma passeata pelas ruas do centro do
Rio de Janeiro. Com o apoio de um caminhão
de som, carregando bandeiras do movimento e empurrando
carrinhos cheios de materiais descartados que podem
ser reaproveitados, eles partiram da Candelária
por volta das 10h30 da manhã e seguiram em
direção ao Centro Cultural da Ação
da Cidadania, na zona portuária da cidade.
No local, será aberto no
início desta tarde, com a participação
do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o 1º
Congresso Estadual do Movimento Nacional dos Catadores
de Materiais Recicláveis. Durante três
dias, integrantes da categoria vão participar
de palestras, oficinas, debates e atividades culturais
com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento social
e econômico dessa parcela da população.
De acordo com o organizador da
marcha e coordenador do movimento no Rio de Janeiro,
Tião Santos, o objetivo da passeata foi chamar
a atenção da população
e das autoridades públicas para a importância
da atividade dos catadores.
“Coleta seletiva e saúde
caminham juntas. Se você não recicla
seu material e joga lixo por aí o seu copinho
descartável pode virar criadouro do mosquito
da dengue. É possível gerar renda
e proteger o meio ambiente de uma forma muito simples,
separando o seu material reciclável e doando
para uma associação ou uma cooperativa
de catadores”, destacou.
De acordo com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
existem atualmente cerca de 230 mil catadores de
materiais recicláveis no país. O movimento
estadual estima que somente no Rio de Janeiro aproximadamente
50 mil pessoas obtenham seus rendimentos com essa
atividade.