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EXÉRCITO NÃO PRECISA DE AUTORIZAÇÃO PARA ATUAR EM ÁREA INDÍGENA, DIZ JOBIM

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2008

18 de Novembro de 2008 - Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Ao participar de audiência pública realizada hoje (18) pela Subcomissão Permanente da Amazônia do Senado, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que o Exército brasileiro não precisa da autorização de ninguém para entrar e atuar em terras indígenas a fim de vigiar as fronteiras e proteger as próprias populações dessas áreas.

“Se for necessário, ele entra. E, a partir de agora, tendo em vista a decisão do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] de que sejam construídos pelotões de fronteira em todas as terras indígenas, não só entrará, como permanecerá [nessas áreas]”, disse Jobim, referindo-se à intenção do governo de construir 28 novos pelotões especiais de fronteira em terras indígenas, unidades de conservação e nas áreas de amortecimento dessas últimas.

O ministro voltou a afirmar que, embora a Constituição conceda às comunidades indígenas o usufruto vitalício das terras indígenas, essas áreas continuam pertencendo à União, não se aplicando sobre elas o conceito de soberania das populações indígenas. “Esse é um discurso que satisfaz os ambientes acadêmicos, mas não à realidade da vida amazônica. E nosso compromisso é com o desenvolvimento da Amazônia”, afirmou Jobim.

Convidado pela subcomissão para explicar as ações do ministério na região, Jobim disse que hoje 25 mil militares patrulham a área de 7 milhões de quilômetros quadrados. Segundo o ministro, há 124 organizações militares espalhadas por 58 localidades. “Isso parece suficiente, mas do ponto de vista do ministro da Defesa é insuficiente”, declarou, ressaltando que a presença do Estado na Amazônia muitas vezes se resume ao Exército.

Em cidades como Tabatinga e São José da Cachoeira, disse Jobim, os hospitais militares são os únicos a atender também os civis que residem na região. Os navios-hospitais militares Oswaldo Cruz e Carlos Chagas também prestam assistência à saúde das populações ribeirinhas. E, por meio do Programa Calha Norte, responsável por executar obras civis em 194 municípios de seis estados amazônicos, R$ 515 milhões de reais foram aplicados nos últimos cinco anos. Dinheiro que, de acordo com ele, foi usado nas áreas de infra-estrutura, transporte, educação, saúde, esportes, segurança e defesa. Já na vertente militar do programa foram gastos outros R$ 88 milhões.

Jobim destacou a falta de títulos de propriedade da terra como um dos maiores problemas a serem resolvidos para permitir o desenvolvimento econômico sustentável da Amazônia. “Se não tivermos uma solução para a questão fundiária, esqueçam uma solução para o desenvolvimento econômico da região. Não há possibilidade inclusive de investimentos pequenos, mesmo que para a agricultura familiar, se as pessoas não têm o título de suas terras”.

Ao se referir ao problema como um estímulo para que as pessoas “explorem e estraguem tudo o que for possível antes de ir embora para outro local”, Jobim fez uma inesperada comparação diante dos únicos três senadores presentes à audiência pública. “Aqui, em Brasília, o caso dos apartamentos funcionais são o maior exemplo da falta de compromisso que o ocupante [que não é proprietário] tem com o próprio imóvel. Depois que o governo decidiu vender os imóveis funcionais, as próprias quadras [onde ficam os apartamentos] passaram a ser revitalizadas, já que [os novos ocupantes] passaram a ser donos daquilo”.

Perguntado sobre as denúncias sobre a existência de grampos telefônicos irregulares no Supremo Tribunal Federal (STF), Jobim foi cauteloso. “A única observação que posso fazer é lamentar a ocorrência e estimar que o inquérito que está sendo conduzido pela Polícia Federal chegue a um resultado para que possamos apurar os responsáveis por esses atos.”

Questionado se estava convicto quanto à ocorrência dos grampos, o ministro foi taxativo. “Há um diálogo publicado [pela revista Veja, que afirma ter recebido cópia da transcrição da suposta conversa entre o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO)] e a confirmação das pessoas envolvidas de que houve o diálogo conforme divulgado. Logo, houve o grampo”.

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UnB recebe até dezembro inscrição para vestibular de indígenas

16 de Novembro de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília - A Universidade de Brasília (UnB) realiza, pela terceira vez, o vestibular direcionado a estudantes indígenas. As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de dezembro, na sede da Funai, em Brasília, e nas unidades regionais da instituição.

Estão sendo oferecidas 20 vagas para os cursos de Agronomia, Enfermagem e Obstetrícia, Engenharia Florestal, Medicina e Nutrição. As inscrições foram abertas ontem (15) e as provas serão aplicadas em janeiro.

Cada candidato fará além da prova objetiva, que contém 50 itens de língua portuguesa e literatura e 50 itens de matemática, uma redação. Os aprovados terão ingresso em duas fases, no 1º e no 2º semestres de 2009.

O processo seletivo é resultado do convênio entre a UnB e a Fundação Nacional do Índio (Funai), firmado em 2004. A parceria faz parte do Plano de Metas para a Integração Social, Étnica e Racial da UnB, que prevê a oferta de vagas e de apoio acadêmico aos indígenas. À Funai cabe indicar os cursos, encaminhar os candidatos e conceder bolsas de auxílio aos estudantes.

O coordenador de apoio pedagógico Funai, Gustavo Menezes, explicou que o valor das bolsas muda de acordo com o lugar de origem dos estudantes. Para os que residem em Brasília, o auxílio é de R$ 350,00 enquanto os estudantes que vêm de fora recebem R$ 900,00.

“A bolsa é um apoio e não salário. Além disso, a estrutura que a UnB e a Funai, proporcionam é para que os estudantes tenham sucesso na vida acadêmica”, disse Menezes.

A UnB não é a única universidade federal do país que firmou convênio com a Funai. Segundo Menezes, existem dois tipos de ações nas universidades. Nas Universidades Federais de Roraima e de Goiás foram desenvolvidas cursos de licenciatura indígena. Já as Universidades Federais de Tocantins e de Santa Catarina, oferecem vagas extras aos estudantes indígenasm, como ocorre na UNB.

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Líderes indígenas entregam ao ministro da Saúde propostas para mudar a saúde indígena

19 de Novembro de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília - Líderes indígenas de várias etnias se reuniram hoje com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em Brasília. Eles solicitaram ao ministro que a Fundação Nacional Saúde (Funasa) deixe de cuidar da saúde de suas populações e crie uma secretaria específica com esse objetivo.

Para o coordenador das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira(Coiab), Jecinaldo Sarterê Mauê, que também participou da reunião, a Coiab está de acordo com as reivindicações propostas pelos índios.

“Estamos trazendo lideranças, principalmente de áreas emblemáticas, aonde estão acontecendo óbitos e situações de calamidade na saúde indígena. A Coiab está de acordo com a retirada da saúde(indígena) da Funasa, e a criação da secretaria específica. Queremos construir a secretaria de saúde, que está na carta de compromisso do Lula”, disse.

O ministro José Gomes Temporão ouviu todas as lideranças indígenas e prometeu levar as propostas ao presidente Luis Inácio Lula da Silva, amanhã (20). Temporão disse que vai apoiar as questões que os indígenas consideram fundamentais, como a não municipalização da saúde indígena e a autonomia para os Distritos Sanitários dos Indígenas (Disseis).

Na semana passada, o ministro da Saúde já havia se reunido com os líderes indígenas. E na próxima semana está previsto novo encontro para definir a criação de um grupo de trabalho ampliado. O grupo de trabalho deverá reunir as lideranças indígenas e técnicos do Ministério da Saúde que discutirão novas normas para a saúde indígena.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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